quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Eu Amo.

Amo esse cara

amo também

amo o que esse cara faz comigo

amei demais, demais. Sonhava acordada

amo, meu rei 



amo, amo...
Ok, Mafalda. Você sabe das coisas. Mas faltam muitios, muitos ainda.





segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Azul é A Cor Mais Quente


Quase diria Shakespeare: Mutch about almost nothing.

Atenção: Spoilers à vista


Almost nothing. observações sobre cenas de sexo "intermináveis" e outras críticas que qualquer filme não-convencional (é tão convencional descrevê-lo assim!) gera nesse vai e vem moral e cívico que são as regras que ungem os bons costumes em nome de uma organização social inexistente.
Trata-se de abrir ou fechar armários, empurrar para debaixo do tapete ou deixar à mostra, desembrulhar o pacote camuflado ou assumir o objeto estranho em casa. E toda vez que se fala ou ousa mostrar a realidade, opiniões controvertidas, invertidas e voyeristas tomam conta dos curiosos que acham um atrevimento perguntar claramente para amigos, conhecidos o que querem saber. É preciso um filme, um livro, uma história de preferência premiada e de bem com a crítica para libertar as dúvidas dos curiosos e interessados no assunto. Quando o assunto é sexualidade... ah, a sexualidade! Se Wilde dizia em tons de cinza : Definir é Limitar, Azul é a Cor Mais Quente é o filme que traduz a frase atualmente.



Continuo achando abomináveis cenas de babás batendo em crianças, cuidadores torturando velhinhos, torcedores de futebol chutando a cabeça de um quase-morto como uma bola que bate e rebate; as filas imensas nos postos de saúde, a falta de remédios o lobby das indústrias farmacêuticas, os horrores da guerra; a fome na África, no mundo, a tortura, a mentira. Nada pode ser mais deplorável do que essas crias sociais e financeiras criadas pelo ser humano. Nada. Muito menos cenas de amor. Menos ainda, amor e sexo. Sexo e amor.

Talvez Léa Seydoux tenha sido precipitada ao criticar Abdellatif Kechiche. Precipitada, não. Pela atuação no filme, muito foi exigido, e o desconforto, o cansaço, a entrega dessa forma deve ter-lhe pedido a conta. Extasiada, exigida, usada. Está explícito nas cenas e na forma como foi filmado, na densidade da história que deve ter sido muito difícil realizar esse trabalho. Muita entrega emocional. Extenuante. E, apesar da Léa afirmar que se sentiu uma prostituta nas cenas de sexo, acredito que ninguém foi mais exigido do que Adèle Exarchopoulos em seu primeiro papel como protagonista.  Léa não quer falar mais nisso, já disse o que disse e voltar atrás não é bom negócio para quem está ascendendo na carreira, tendo filmado com Woody Allen, inclusive.

Na época, com 18 anos, Adèle Exarchopoulos  faz o papel de uma garota de 15. E deu conta do recado soberbamente. Habdellatiff chegou a dizer que estava arrependido de lançar o filme, porque as críticas de Léa haviam maculado o trabalho que não deveria ser lembrado por isso. O cara deve ser difícil mesmo. Com esse resultado denso, Abdellatif deve ser o bicho.
Ambas as atrizes queixaram-se de cenas filmadas dezenas de vezes, centenas. Cenas que duraram dois, tres dias até que o Diretor ficasse satisfeito. Guardadas as devidas e bem devidas,  Hitchcock fazia com que os atores se contorcessem tal qual malabares para que o enquadramento que ele queria fosse captado.

 Neste caso, Emma, Emma, Emma, cada um com seus métodos.

O fato é: se o Diretor queria atingir o público comum, banalizar o sexo homossexual como falou, conseguiu.
O sexo faz parte do filme, cenas como outras, de entrega como olhares tão intensos quanto. Sofrimento tão forte quanto. Há outras cenas intermináveis de cinco, seis, sete minutos que não têm sequer um beijo.

Trata-se de um filme belíssimo sendo reduzido a controvérsias e especulações: como foram as cenas de sexo? Como o diretor foi duro? Como as atrizes se sentiram? Adèle, a atriz, diz que isso aborrece, enfraquece a história, o trabalho como um todo. O filme é muito bom.. E precisa de 3 horas de intensiva  realidade para fazer com que o expectador perceba, sinta e sofra  a história de Adèle. Uma história comum, densa sobre a descoberta do amor  adolescente por uma pessoa do mesmo gênero. Difícil de a própria aceitar e assimilar. Seus medos e desejo incontrolável nos fazem sentir adolescentes novamente.
Adèle, a personagem, é comovente. A busca, o encontro, o amor, a felicidade, a solidão, o início, o fim. E de adolescentes, crescemos e vimos a vida amadurecer novamente. Como sofre, Adèle. E como não lhe importa sofrer com Emma.

Adéle é uma menina comum, que tem em sua primeira relação homossexual a paixão de sua vida, cresce e tem os seus quereres e estares sempre a fim o que é dela tão desigual. Uma menina que come macarronada, e lanches assistindo televisão com os pais. Não conhece e por isso não gosta de comidas sofisticadas e vinhos e artes, que só sabe de Picasso e não muito, e quer ser professora,  profissão visivelmente desdenhadas pelos amigos das Belas Artes de Emma, e também por Emma, que insiste que Adèle escreva, seja escritora, intelectual, artistas como seus amigos. Quer ser mãe, amar e ser amada.

Adèle chora. Uma lágrima escorrega pelo rosto rubro em seu repouso após o amor.  E aí a pergunta que mesmo respondida não é compreendida: Por quê as mulheres choram depois que fazem amor?  Amor. Como diz mais ou menos assim um personagem do filme, um homem: "O prazer da mulher é diferente, é infinitamente melhor do que o dos homens... dá para perceber em seus rostos, no seu comportamento".

Em quase todas as cenas de festas com Emma, há filosofandos e discussões sobre arte e expressão e vida.
Adèle, deslocada, só sabe amar e não entende do que falam.

A cena da briga é angustiante. Adèle em desespero, agarrando-se ao que é a sua vida naquele instante: Emma. Emma expulsando Adèle de casa ao gritos. Adèle chorando o abandono, a falta de chão, o não sei para onde ir nem o que fazer sem o amor de uma vida inteira. Neste ponto do filme, Adèle já não é adolescente. É mulher, madura, com seus 20 anos, provavelmente.

Essa menina trabalha muito bem. Passa o desespero em cada soluço chorado andando a esmo pela madrugada. Nesse momento, risos de histeria na platéia. Risos altos. Eu não entendo. Deduzo que devem ser de nervoso, histeria.

Anos se passam após o fim do relacionamento. Adèle sofre. Sorri e chora escondido. Chora na janela, chora na sala de aula quando os alunos vão embora. Adèle deixa de sorrir. Reencontra Emma casada com outra mulher, com uma família. A vida continua.

Azul é a Cor Mais Quente é um excelente filme. Enquadramentos fechados, planos apertados como que buscando a verdade nos olhares, nos gestos.  Saí do cinema com pena de Adèle, torcendo por ela. Com pena pelo fim de uma história de amor que vi ser construída ao longo das 3 horas de exibição.
Fiquei compadecida pela constatação de a vida como ela é. Porque sempre torço por finais felizes.
E o final que Abdelatiff nos dá é crú. Ces't la vie.





segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Competitividade Destrutiva

Qual é o problema com o Miojo? De madrugada vai muito bem, com um pouco de requeijão e parmesão ralado, fica uma coisa. Também com um ovinho frito com as bordas crocantes e a gema mole com uma leve pitada de sal. Se tiver roquefort na geladeira, ou brie, até Miojo tem seus dias de glória.

Por quê rejeitar o prático miojo e passar horas fazendo massa caseira, cortando, cozinhando? São duas situações diferentes. Uma é um ritual, uma reunião da tribo em volta do caldeirão de água fervente, recebendo tiras e mais tiras das mãos enfarinhadas daquelas que começaram nos primeiros raios da manhã à bater a massa. Delicioso. Maravilhoso. Único. Como fazer cerveja artesanal, um barato.

Mas continuo com a interrogação: qual é o problema com o Miojo?

Como em Eclesiastes, tudo tem seu tempo. E comparar uma massa artesanal com o macarrão instantâneo é covardia.

A competitividade absurda do "eu sou necessário", ou "eu sou imprescindível", só não é mais ridícula porque é nefasta. Vibra para que as coisas dêem errado, para que o competidor nato entre com a solução e um sorriso rasgado, como se realmente fosse imprescindível. Que bom que está lá para fazer as coisas, mas se não estivesse, que bom também. Pra tudo tem um jeito. Só não suporto mau-agouro, energia nebulosa, a espera do ruim em detrimento do bom para alimentar o ego infantil de quem precisa deter o controle de qualquer situação.

Eu sou imprescindível para mim mesma, para que seja melhor para quem amo e também para quem não amo, para que não ma atinjam.

Já falei que cansei de ser compreensiva? Então. Como diz a musiquinha da jovem guarda, regravada por Caetano: "(...) E pra começar eu só vou gostar de quem gosta de mim", djiubi-djiuba...

Sai pra lá, mau-agouro! Como no filme "Liberdade para as Borboletas", a mãe do lindo (suspiros!) que é cego de nascença e resolve morar sozinho, escreve livro para crianças onde sempre deixa a lição de moral: O pior cego é aquele que não quer ver. O pior surdo é aquele que não quer ouvir, o pior mudo é aquele que não quer falar, o pior aleijado é aquele que não quer andar.

Eu quero ver, falar, ouvir, dançar, e o que mais puder.
Não mexe no meu Miojo!

Feliz navidad!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Entre Amigas, sem Gravidade

Ontem fui ao cinema com uma amiga querida. Programa de meninas: um cineminha, comidinha depois e muita, muita conversa. Se não fosse a avidez por um cigarro a cada vinte minutos assolando minha amiga, teríamos interrompido menos nossas conversas. Voi lá... Sou ex fumante e sei como devem estar segregados os pobres viciados em glamour, companhia e nicotina que ainda restam. Não ligo.

Falamos basicamente de amor e solidão. Da maneira mais engraçada possível. Solildão porque o filme que vimos foi "Gravidade". Estar a deriva no espaço sem som, diante da imensidão misteriosa é angustiante. Esperava mais, é verdade. Mas o filme é muito bom.

Amor? Amor sempre é amor. Sempre tem chão, conversa pra mais de metro. Amor carnal, amor espiritual, amor incondicional, amor, amar... Enfim. Minha amiga é muito engraçada, desencanada e distraída. Rimos um bocado, porque ela nunca está sozinha. Separada, sempre encontra alguém do passado, do presente e futuro. Cheia de histórias, dúvidas, ilusões, decidida sobre o que quer e o que não quer.

Uma vez eu disse: não quero dinheiro, só quero amar. Hoje eu digo: quero dinheiro e quero amar. Reconheci que não louvo o vil metal, que apenas preciso dele. Sem ele, não será possível amar entre lençóis. Não quero dinheiro para exibir posses, quero dinheiro para que me sirva quando na lei dos homens ele se fizer necessário. Quero dinheiro para ir para Amsterdã. Fazer amor de madrugada num barco em Amsterdã deve ser bacana.

Conversa vai, conversa vem. Foi divertido.Está amanhecendo e não devo falar de intimidades confidenciadas entre duas amigas depois de um cineminha. Não, não dá.

Tenham um bom dia. Um novo dia de uma vida que mais cedo do que se pensa, vai acabar.

domingo, 24 de novembro de 2013

Atando-nos

Me via a certeza de ser tudo o que você podia ser. Tudo oque você pode ser.
Está apenas começando. Amor eterno, inquebrável, inabalável, incondicional. Aceite, é teu.

O que se Passa

É tão angustiante frases que lhe desafiam!

A oportunidade só bate a sua porta uma vez
Aproveite enquanto é tempo

Só neste mês, deixei passar algumas oportunidades, nada definitivo, daquelas de jogar a rede e ver o que vem. Poderia ter feito como meus quase iguais cantando entre eventos badalados "se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí....".

São Paulo é como um mundo todo e graças a Deus tenho muitos amigos neste mundo. Nesta semana, perdi uma festa maravilhosa, um lançamento de livro, um filme fantástico no Espaço Unibanco, um encontro entre amigas num clube de bilhar, o show da Roberta Miranda, outro do Jair Rodrigues, algumas peças de teatro maravilhosas, duas audições para curso de teatro, uma inscrição para oficina de ficção no Rio de Janeiro, tudo por conta de outros compromissos chatos, muito chatos, necessários.

Realmente a vida é uma divisão. Estamos sempre divididos, tendo que escolher e arcar com as escolhas. Tem coisa mais chata? Cadê o live and let live?!

Aí vem outra frase: se você se recolher desse jeito, as pessoas vão sumir, não lembrarão mais de você.

Ai, olha, sem ressentimentos, mas tenho uma outra que me salva dessa angústia alucinante, rápida e impedante: tudo a seu tempo.

E também o eclesiastes lá, que é bacana: tudo tem seu tempo na vida, tempo disso, tempo daquilo, tempo daquele outro, tempo daquilo ainda...

Estou me enganando? Sim. Não. Talvez. Talvez esteja me protegendo do que não consigo fazer e sei que deveria.

Amigos do meu coração, estejam certos: estou reorganizando uma boa fatia da vida. Uma grande parte e não consigo acompanhar essa velocidade. Se bem que ando cada vez mais rápido, mais resoluta, com menos dúvidas e essas pedras no meio do caminho.

Lerei todos os livros do mundo. Verei todos os filmes que quero. Escreverei as peças e séries rascunhadas. Terminarei os livros começados. Viajarei para dentro dos sonhos. Tudo é uma questão de tempo, ainda que não o mesmo que tem acabado tão cedo.

Uma cabeça pensante que pulula com idéias o tempo todo, precisa exteriorizar, e, como disse, tudo a seu tempo. Disciplina é preciso, ainda que como um mutante, no fundo sempre sozinha seguindo o meu caminho, ai de mim que sou romântica.

O amor é filme. E deus expectador.

Ademã.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Despertar do Desperdício

O mundo é uma bola quadrada que gira parada em torno do sol. 
A frase repetidamente proferida por ex-parentes e agregados nunca fez tanto sentido como hoje. Como não fazer sentido nessa célula non sense em que vivemos?

Me pergunto se nos acostumados com os absurdos ou se os tempos mudam dessa forma mesmo... Não creio que os tempos mudem dessa forma.
Os tempos mudaram até aqui através de conquistas sociais, humanas. Depois do boom tecnológico, da globalização e conscientização do poder de guerrilha terrorista, tudo está de cabeça em viés, ao invés de, através.
Tenho muitas idéias para escrever peças, livros e minisséries. Todas anotadas e guardadas para o momento certo, mas há um iceberg no meio do caminho que não me deixa ver as fases lá da frente. Iceberg. Frio, gigantesco, lindo e provavelmente destruidor. Só porque estamos no seu caminho cego. Destrói sem saber, segue seu rumo natural, o embalo das águas judiadas. Nós é que estamos lá tentando entender porque somos tão pequenos diante da natureza. Soberba. Respeitar é a melhor forma de conviver em harmonia. Com gente, bicho e família. Nichos únicos e perigosos que desviam nosso caminho natural.

Iceberg, mon coeur... deixe o sol entrar e atravessar esse gelo, abra um caminho dentro de você, seu lindo, para que seja possível atravessar tamanha frieza sem perder a indescritível beleza da transparência e cores formadas pelos raios solares. Não impeça, imponha a presença magnífica e faça-nos contornar sua alegoria. Iceber, seu milagre... você, as baleias e os elefantes sempre foram habitantes de minha Nárnia, meu Jagatá, minha terra, meu lugar que esperava já ter alcançado agora.

Parei de fumar, bebo muito pouco. Nem quase socialmente. Adoro dançar. Saudade de cantar, tocar meu instrumento. Quanto sinto tudo isso chegando! Tão próximos de mim, bastando estender a mão e colhê-los no universo ao meu redor. Basta que eu estenda a mão à minha terra, ao meu lugar.

Sempre gostei de aprender, estudar. Quero saber tudo. Se pudesse, nunca teria parado de cursar, recursar, concursar. Está no caderno do meu lugar: não parar de conhecer, estudar, permanecer. É um combustível raro. Por isso tenho tantos livros "do it yourself" e tutoriais. Falta apenas a disciplina para dedicar algumas horas por dia para tanto, e também leitura, e escrivinhadura.

Meu amigo Marcelo me deu uma medalhinha de Nossa Senhora das Medalhas. Tirou do seu pescoço e me disse: me devolva quando conseguir o que quer. Meu amigo Marcelo. Já começou o movimento em mim com essa ação.

Muita natureza e pouca naturalidade nesse texto confuso e também non sense. Despertar para o desperdício é a pior coisa que pode acontecer a um criativo se esse não transforma ou transmuta o que lhe vem em causas, efeitos e movimentos.

Cada vez mais admiro os loucos. Os loucos sabem. Os loucos de verdade, não os que se auto intitulam e pregam falsamente um comportamento que não lhes pertence. No fundo são caretas se drogado para impressionar, mas que na hora H do dia D, envelhecidos, não honrarão suas atitudes.

Admiro pessoas de atitude, de coragem. Pessoas que tocam minha vida sendo assim. Que me inspiram fazem perdurar a fé. Estão todos tão individualistas que a maior atitude que podem tomar é curar uma fratura do cartão de crédito.

A vida é finita, sim. E quem pensa demais, absorve e processa, precisa devolver para o mundo, de uma forma ou de outra. Chegou minha vez de devolver. Com todo o humor e amor que trago ainda dentro e que foi muito mal aproveitado. Ainda há fogo sobre cinzas, que arde como arde a vontade de amar e cair no mundo, levantar no mundo. Assim será? Não há forças me impulsionando para a realização, ao contrário. A luta agora é driblar o baixo astral alheio. Nunca fui simplista. Nunca fui simples. 

Se não conseguiria me decifrar, por quê veio?

sábado, 19 de outubro de 2013

Confesso

Verdade. Isso aqui parece um confessionário às vezes.
Você aí, do outro lado da treliça. Não conta pra ninguém.

Consequências sem sequências

Foi assim:
O vigor dos Vales Verdes tudo permitia: ser uma artista de vanguarda, pintando quadros, o sete, os doze, os vinte, os oito pelo mundo afora. Cantando em praças, discursando com os pés suspensos sobre o caixote, cidadã do mundo.

Flores no cabelo, longo ao vento. Bata colorida combinando com os óculos escuros. Há um quê inocente nessa época de brownies hippies em festas louvando a lua, a natureza e o naturismo. O mundo continuou a girar com suas fábricas japonesas e milagres enconômicos. Os tolos, jovens tolos, acreditando nos poemas e canções e que o mundo respeitaria um dia o que é de César e o que não é.

Ingenuidade. Teu nome é.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Salva Omnis Vivens!

Demora, mas recuperar a vontade de lutar é quase tão revigorante quanto um bom sexo, ou, candidamente, uma linda noite de amor.Voltar a olhar em volta e tudo uma possibilidade, tudo um possível.
Sou daquelas que se apaixona tanto belo belo tanto quanto não.
Exista de uma forma que me toque, me eleve, me faça sentir viva, amando. E amarei com o que sei e tenho a oferecer. Noites lindas, luares e sempre um novo amanhecer.
Descobri que não fui descoberta. Descoberta, me vi pronta para o que vier. A certeza do coração cor de rosa e sangue carmim. Presente pronto para ser entregue.

Descobri o desperdício diante de infinitas possibilidades por tempo em demasia. Não quero mais.
Tudo novo de novo. Quero me jogar de onde já caí.

Estou pronta para o irreconhecimento de mim mesma. E a expectativa de quem será meu Peri, meu deus, meus músculos másculos a me tomar e proteger. Meu Achiles.

O que pode dar certo. Não ao desperdício.
Message in a bottle.

domingo, 11 de agosto de 2013

They Shoot Horses, Don't they?

Um dos filmes mais marcantes sobre o fundo do poço, política e depressão

Imaginantes imagéticos  como eu que assistiam aos faroestes e clássicos da sessão da tarde nos anos 70 e 80, viram muitos mocinhos sacarem seu revólver do coldre, apontar para seu parceiro preferido - o cavalo - deitado no chão, ferido, e com olhar quase impossível de compaixão e afeto para um verdadeiro cowboy, puxar o gatilho. O amigão, ferido, com a pata ou perna quebrada, não se recuperaria. Um cavalo deve ficar em pé. Morreria sofrendo, com dores e aos poucos. Chocados, víamos a fumaça sair da arma após o disparo. Não víamos o animal ser atingido e nenhum ruído vindo do "lado de baixo da tela", quando se dava a eutanásia para que o animal não morresse sofrendo. Apenas o rosto da mocinha virando de lado. E de alguma criança eventualmente presente para acabar de vez com a inocência.

They Shoot Horses... Eles matam cavalos. Quem são "eles"?  A pergunta de todos os tempos e que em tempo nenhum se responde. A pergunta que quer calar, que tem e não tem resposta, especulação filosófica que continua viva. Pois, nesse delay que vivemos em relação à america de cima, eles ainda são os mesmos e vivem como seus pais. Eles e sua política ultrapassada pré-democratização da mídia ninja, calculam quais e quantas baixas deverão sofrer pelas batalhas conspiratórias e arrogantes na política. Eles escolhem quem vive e quem morre, quem come e quem passa fome, quem sonha e quem desiste. Eles são grandes e pequenos, poucos e muitos.

O filme de Sidney Pollack, They Shoot Horses, Don't Day?, que no Brasil ganhou o digestivo nove de "A Noite dos Desesperados" é mais um fruto soberbo da árvore dos anos 60 e 70. Soberbo. Em plena depressão dos anos 30, os Estados Unidos da América, assistiu à suicídios de milionários que perderam tudo, pulando da janela de seus escritórios em Wall Street, e ao desespero de mortais que deveriam ser o sustentáculo da sociedade no mundo das oportunidades, na terra dos sonhos. Mortais que sofreram o mesmo baque que os milionários, perdendo o que as mantinha de pé: não apenas o dinheiro, mas sonhos e objetivos. They Shoot Horses, Don't They? É um drama psicológico que merece ser estudado bem de perto. As semelhanças com a história da humanidade, as sutilezas ao apresentar as questões, o escracho ao mostrar a crueldade de iguais.
Jane Fonda e Michael Sarrazin, casal número...?

Desempregados, desalojados, famintos. O grande sem vergonha Charles Bukowsky viveu a infância da depressão. Seus livros, escritos na marginalidade, conservados em álcool barato e cigarros sem filtro e cuidado por putas mostram muito bem o que foi a depressão dos anos 30 na América do Norte. E mais uma vez a indústria da diversão e entretenimento se vale da desgraça alheia para promover grandes espetáculos, o grande circo.

No filme, para conseguir um pouco de comida, alojamento, banho e a fortuna de mil e quinhetntos dólares, os desesperados do título têm que vencer uma maratona de dança, onde o último casal que conseguir permanecer em pé - e dançando (sim, há requintes de crueldade quando em certa altura todos estão esgotados e são obrigados à superação física), vence o grande prêmio. Fiscais bem trajados, alimentados e descansados, circulando entre os participantes acusavam e retiravam da pista casais a qualquer sinal de quebra das regras. Dormir nos braços do parceiro, era uma.

As ações se passam no alojamento e na pista de dança. Nos alojamentos, o alívio de cinco ou dez minutos intercalados para que os concorrentes fizessem suas necessidades, lavassem o rosto, fumassem um cigarro, cochilassem. 

Além da dança, os organizadores também promoviam corridas em volta da arena  (gladiadores?  pão? circo? sede de sangue alheio? curiosidade mórbida pela vida do outro?), e quem chegasse depois depois de determinada posição, também estaria desclassificado. Uma noite desesperada, realmente, desesperada.
Gig Young, o cruel e manipulador Rocky

Entre a ação principal - a maratona de dança - vamos conhecendo alguns personagens e todos  merecem ganhar. E ganhar é sinônimo de viver com decência, recuperar a sanidade, voltar a sonhar. Um casal recém-casado, ela grávida, com um barrigão enorme, submetendo-se à todo o tipo de desgaste e desajuste, lutando pela sobrevivência. Um velho-moço marinheiro, animado, feliz, dizendo à todos que ganharia, que nunca se sentiu tão bem em toda a sua vida; uma aspirante à atriz, vaidosa, e o premiado Gig Young, o cruel organizador do evento, imperador da vida e da morte. Se não me engano, ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante de 1970. Quando o Oscar tinha importância política e social. E também concorreu e deve ter levado, me ajudem e pesquisem, Bafta, Globo de Ouro e outros prêmios de prestígio. Jane Fonda concorreu às estatuetas todas, como melhor atriz. Ao todo, só ao Oscar, "A Noite dos Desesperados" teve 9 indicações.
Entre Michael e Jane, o agonizante Red Buttons, o Marinheiro (Sailor)

Como destruir seres humanos sem fazer força, aproveitando a condição de fragilidade em que se encontram, usando do poder, do pequeno poder que se torna enorme diante da história de cada um. Assistimos no decorrer do filme a desconstrução de cada um, da unha quebrada da depressiva Gloria Beauty (Jane Fonda), à falta de descolorante para cabelos da aspirante à atriz. 


Aos poucos a "arena" vai se transformando num amontoado de corpos se arrastando como zumbis gerando notícias espetaculares para jornais e um grande espetáculo para o público que pagou para ver, assistir de camarote a miséria humana. Alguém já falou de gladiaores e arenas e leões e imperadores e....?



Da falta de descolorante para os cabelos da aspirante à atriz, para o grito de Jane Fonda sem poder desistir, carregando um homem morto nas costas durante umas das "brincadeiras" da maratona. 


 O título leva ao final surpreendente para quem lutou tanto até aquele momento. "Eles matam cavalos, não matam?", um pedido de piedade de quem tinha sido levado ao extremo da humilhação, depois de um grande choque social.
Engraçado que de uma maneira ou de outra, é um pedido de piedade que ainda fazemos, sem sucesso: tende piedade de mim. Tende piedade de nós.

THEY SHOOT HORSES, DON'T THEY? - A Noite dos Desesperados
Gênero: Drama
Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento: 1969
Direção: Sidney Pollack

Imagem e Outros Impedimentos


Testes de sobrevivência o final do século 20 e este início de 21 já nos serviram bem. As guerras do século passado, os horrores que a humanidade não esquece, mas repete, deveriam ter nos ensinado alguma coisa. A sensação de que tudo continua tal e qual,mas com roupagem determinada pela época vigente, encrudesce e vira realidade a cada dia.

Vivemos o horror do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. O horror das bombas atômicas no mesmo evento. No entanto, a política do poder remete e comete os mesmos erros. Quantos genocídios de inocentes e povos inteiros já vimos depois de 1946? As minas na África, o terrorismo, o preconceito entre os iguais. Ruins ficam bons juntos quando têm que brigar contra outros considerados ruins. Depois separam-se e brigam entre sí. Conchavos políticos, apertos de mão... Isso é núcleo podre dessa ogiva espetaculosa e midiática que é a história da humanidade. Queridos, o mundo fica. Quem vai, somos nós. Matando-nos uns aos outros, deixando cada vez mais de lado valores que poderiam concertar a cegueira que nos impede de aprender com o passado.

Os mesmos erros cometidos. A mesma e infindável luta pela sobrevivência. O consolo pelo desconsolo dos outros. Que coisa, heim?

Não dá pra entender. Só lamentar. Mais uma geração vai sair da forma ou crua, ou passada do ponto.

Viva Cacilda Becker.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Gay, Filho de Lavradores, Professor do Ensino Médio, Escritor. Salva Vidas de adolescentes que sofrem bullyng;

Aharom Avelino bem de perto. Conheço, sim.
Filho de pais lavradores e analfabetos, Aharom viveu na roça e nasceu assim. Ávido, corajoso, brilhante.
Aos sete anos venceu um concurso na escola rural imitando Gretchen no Melô do Piripipi. Na saída, teve os dedos da mão quebrados por coleguinhas de classe numa longa e dolorosa surra.


Noutro dia, quase afogado no vaso sanitário; mais surras e palavras de baixo calão que Aharom não compreendia. O mundo estava ok para ele, estava tudo certo. Não entendia a agressividade cada dia mais intensa, machucando ao ponto de ser preciso proteção, coisa de Deus, ele diz. Encontrou a biblioteca da escola durante o recreio nos dias de aula. Saia da sala antes de todo o mundo e corria para lá, fugindo dos algozes, onde certamente não iriam, já que podiam brigar no pátio e jogar bola à vontade.. Todos os dias Aharom seguia para seu bunker, a biblioteca. Lá começou a ler o que não estava prescrito por professores. Lá descobriu muitos mundos e sentiu a vocação: escritor.

Saiu do armário, embora a orientação fosse óbvia,  quando dois amigos se suicidaram por não suportar a pressão. Um, aos 16, atendeu ao pedido da mãe: "Prefiro um filho morto do que viado". Enforcou-se no quarto, uma hora antes de encontrar com Aharom e outros amigos para um cineminha em Brasília.

16 anos. Mesma idade que Aharom passou num concurso público para dar aulas. Ficou em segundo lugar, mas ganhou uma escola rural, longe, bem longe das filhas dos protegidos que ganharam escolas na cidade.

Chocado, revoltado, triste, Aharom se viu diante da realidade que seria toda a sua vida: ou fugia e vivia uma vida dupla e hipócrita, ou assumia a orientação sexual e seria feliz, à seu modo. Reuniu os amigos, se
posicionou e muitos o seguiram. Todos fomos ao enterro dele! To-dos, e dando pinta! A mãe teve que nos engolir! Até hoje seus olhos umedecem quando conta do amigo. O que acontece consigo, ele conta rindo. Ri muito. É de bem com a vida esse rapaz. Rir de si mesmo é um dom raro. Uma delícia de conviver, respostas rápidas e sem piedade.

Eu deveria ter horror à escola... no entanto, voltei. Dou aulas de língua portuguesa e literatura para alunos da quinta série. Escola pública. Paguei do meu bolso a única lousa digital da escola, e outro professor adaptou o pincel. Somos chiques, bem!

Aharom talvez não soubesse, mas voltar para escola tinha e tem um propósito: conscientizar pais e principalmente alunos sobre o horror do preconceito, acolher os adolescentes que não têm apoio em casa, os confusos adolescentes que não sabem à quem recorrer, não sabem o que fazer, com quem conversar.
Quando conta como são as conversas com pais de alunos, é delicioso. Sem papas na língua, já abandonou reunião de pais pra não falar coisa pior, já abaixou dedo indicador no seu nariz com a força da palavra e olhar no doubt.

Dar aulas é a missão de Aharom Avelino, ser roteirista de teatro, cinema,  novelas e minisséries, o sonho. Salvar vidas vítimas de bullyng não tem preço. Ensinar, não tem preço. Viver, não tem preço.

Aharom Avelino já viveu tão intensamente que às vezes parece ter mais histórias do que estrada percorrida. E é engraçado. Otimista. Autor de dois livros: Viver Não é Preciso e Não Existe Amor Errado, é um, combatente, merece ser visto, ouvido. Conhecido.

Guarde esse nome. Habituèe assíduo das redes sociais, não teme a exposição. Faz do humor e inteligência sua maior arma à favor da liberdade hoje, no Planalto Central. Amanhã, quem sabe? O mundo, por quê não?


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ai que vontade que dá!

Madrugou. O galo canta. Mas ele canta também à duas da tarde. Desassociado da globalização, das luzes que se acendem e apagam em horas confusas para a mente penosa, que pena, pena, pena e tenta acertar o horário. Esse galo é deprimente.

Confesso

É verdade.
Isso aqui parece um confessionário às vezes. Você aí do outro lado da treliça, não conte pra ninguém.

A Ciranda do EGOÍSTA

Se eu tivesse saído da roda antes, a ciranda não me deixaria tonta, avoando a realidade. E quando o efeito revoada passa, o chão ainda tem poeira dos pés que correram ensimesmamos. Difícil visão com tanto que embaça os olhos, de dentro pra fora e de fora pra dentro. Mas a brincadeira uma hora acaba, a tontura cessa e a poeira assenta. Aí vem a cena verdade escondida. A verdadeira cor do céu, do chão, o verde na borda da estrada, as casas caiadas de telhar vermelhas, as vaquinhas brancas lá longe no pasto espantando moscas no balançar dos rabos, ruminando a vida dos outros indiferentes à própria.

Se eu tivesse saído da roda antes, moraria ali. E veria da minha janela as brincadeiras todas, levantando poeira, causando tonterias escondendo a cena verdade.

Há quem veja edifícios de vidro fumê e se vê lá no alto, comandando as rodas cá da vida real. E quando a poeira abaixa e a tontura vai, o vidro se parte e o prédio, literalmente, cai.

Estamos envelhecendo, e algumas palavras deven sair do  nosso vocabulário: solidão, desafeto, descontrole, descarte, descartável.

Pensando melhor, acho que saí da roda antes. Um pouco tonta, um pouco poeira, mas consegui ver de fora a dissipação. E através dela o céu azulando e novos sorrisos.

Quanto mais surpresas e decepções acontecem, mais percebo que EGOÍSMO não faz parte de mim. Simplesmente não me pertence. Infelizmente ou graças à Deus.

sábado, 20 de julho de 2013

Todo o Dia é Amigo

Não adianta. Amei e curti a voracidade dos meus inte e poucos anos, antes mais ainda. Mas o tempo é o senhor da razão. Quanto mais ele convive conosco, mais próxima a densidade, o sumo da vida começa a nos preencher.  Tudo a seu tempo , no meu tempo, naquele tempo, no tempo dos pardais e verdes nos quintais, tempo rei, tempo, tempo, tempo, tempo... Ele está em todas. É a vida acontecendo e a gente só dá atenção pra ele depois de um... Tempo.
Amigos que consumiram esse tempo em paralelo, em cima, embaixo, entre. Je vous amme
http://m.youtube.com/watch?v=Ik5pd5H6iVY

terça-feira, 16 de julho de 2013

Com licença... Eu vou à luta.

Calling occupants of interplanetary craft.

Desabafo:
Medíocre, pequenice, insalubre, infantil, grosseria, inabilidade total, indigesto, cada vez mais, menos, muito mais menos. Cada vez mais verdade, descortinado. Capacidade infinda de gerar teorias conspiratórias. Cada vez mais faltando com a verdade, cada vez mais menos,muito menos. E este não é o caso em que menos é mais. Aqui, menos é nada. Quem nada é peixe. E peixe morre pela boca. Come muita merda.

- Alô, Lombardi! Quantas letras?
- Seis, Sílvio!


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Feliz Meio-Ano

Já chegamos lá. Dias "D", de discursar, discutir, dialogar, demonstrar, declarar, desconstruir, demover, devolver, dividir, de...

Meio ano se passou. 2013 junho que virou história. Há muito o que dizer, mas não agora. Há tempo de tudo nesse mundo.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ethernidade de Malu Rocha


A atriz Malu Rocha faleceu nesta madrugada. Sua despedida foi com festa, no Teatro Oficina, como era seu desejo. Malu foi casada com o ator Herson Capri, mãe de Pedro Freire e Isadora Ferrite. Ver uma despedida assim, como registrada no vídeo, alenta à todos e a morte é vida. Inédito e didático pra mim. Acalanto e consolo para quem fica. Malu me deu uma lição ainda agora. Despedir com festa, bebida, música, fotos. Quando eu for, gostaria que festejassem a vida. Não sei como vai ser. Provavelmente não será assim. Será? Será que não? Ainda há vida. Há o que correr atrás e festejar. Perdoar e ser perdoada.
Para isso fomos feitos: para lembrar e ser lembrados (Vinícius de Moraes)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Eles Amam as Loucas






quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Mulher Nua (parte - repostagem)


- 140?!!
A receita ali, ao lado do computador. A atendente  não parava de teclar. Os olhos fixos na tela.
- Cada caixa.
- !!
Pensou no barulho das máquinas de escrever.
- Posso conseguir um desconto pra senhora... deixa eu ver...
Massageou o rosto com as duas mãos, como no tempo que usava lentes de contato e não podia tocar nos olhos, lavando o rosto sem água. Teclava. Se fosse máquina de escrever a farmácia pareceria um cartório. Cartório de hoje já parece farmácia. Se fosse máquina de escrever não estaria na farmácia. Olhou para os lados e, vencida, segurou o rosto entre as mãos, os cotovelos no balcão. Máquina de escrever, farmácia, cartório... É. Talvez o remédio fosse necessário. Opinião médica. Já passava da 3ª., então não havia mais como resistir.
140 cada caixa. Dois comprimidos por dia, vezes  x comprimidos... 3 caixas.
Talvez devesse ir ao cartório. Ou à Bienal. Ou à Patagônia. Viu uma foto de sua tia na Patagônia. Todo o mundo diz que a Patagônia é linda. Talvez o dinheiro fosse melhor gasto.
- Em quantas vezes?
- 3, no cartão.
A carteira imensa se perdia na bolsa maior ainda, cheia de zíperes  e partições. O som agora vinha de uma TV fixada no alto da parede. Momentos decisivos de uma novela de  sucesso. Quando não olhavam para as telas do computador, era para a TV toda a atenção da farmácia. Melhor assim, o constrangimento de procurar a carteira por tanto tempo, ficaria entre ela e a bolsa enorme. A carteira que também tinha mais partes e zíperes e muitos, muitos cartões: de pizzaria, serviços, grandes ex-amigos. O que ainda faziam lá? Há tanto tempo não precisava daquele departamento da carteira. Decidiu: chega de teias e aranhas, chegando em casa, jogar tudo fora. Para dar espaço para coisas novas.
- A Sra. Faz um favor? Preenche o cadastro pra gente? Assim recebe nossas promoções!
Sobrinha de farmacêutico alemão e dono de loja árabe, promoção era coisa do tio do Oriente. É estranho, ainda é estranho. Tudo se transformando em loja de conveniência 24 horas: até farmácia. Pior se as promoções forem de remédios. Imaginando receber folhetos do tipo:  “mês da neosaldina! Leve duas e pague 3!”; “dipirona em liquidação: imperdível!”.

Estava difícil encaixar seus sentimentos naquela realidade. Difícil entender porque sofria tanto. Porque não dava de ombros à tudo e se isolava numa praia, na serra, vivendo com o som da natureza, poucos diálogos humanos e sendo amada por cães ou gatos que dão carinho em troca de nada. Claro, com um bom computador para não perder o contato com o mundo, e para que o mundo soubesse de sua vontade de ser ouvida, compreendida, reconhecida, ainda que preferisse um status à  lá Garbo. Talvez não preferisse. Talvez estivesse sendo empurrada para a solidão. Talvez entendesse melhor Greta Garbo agora, desglamourizando  a frase.  Era real, era sua vida também. “I want to be alone”. Como se já não estivesse. Talvez ela já estivesse sozinha.
- Vai em 3 mesmo, senhora?
Estranho ser chamada de senhora.
- Sim, por favor.
- (...)
- (...)
- Senhora?
- Sim?
- A senhora poderia me dar o cartão, por favor?
- Ah! Claro... desculpe.
- Imagine, senhora.
Senhora para mim era a Nossa Aparecida e minha mãe. Minhas tias, qualquer mulher que tivesse mais do que 30 anos quando eu tinha 10. Senhora hoje, no modo como as pessoas se tratam, é quase uma ofensa. Um cinismozinho básico. Melhor que “Tia”. Mas a moça do balcão nunca a iria chamar de “Tia”. “Vai em 3 mesmo, Tia?”. Nem no cartório. Só na rua. Nem na rua. Na rua era Madame, Colega, Chefia... tudo porque estava dentro deum carro. Dentro sempre de alguma coisa, ou de alguém. Queria estar do lado de fora. De alguma coisa e principalmente de alguém. Daí vinham as dores. E se abrisse a porta do carro, saísse? Economizaria quase 400. Não haveria mais dor, será?
Greta Garbo sabia das coisas. Muita gente sabia das coisas. E sabe. Por que eu não sei? Se perguntava enquanto levava a cestinha para o caixa. Deu uma espiada na novela, estava quente mesmo. E a chamaram de Senhora, cumpriram seu papel  no atendimento. Tudo certo.  O teclado, o “zuiim” da maquininha cuspindo um papel amarelo avisando que ela estava 400 mais pobre. O carro. O suspiro. O não querer ir e não ter opção. Ligou o rádio, mudou a estação. Ligou o carro e queria mudar o rumo. Fez a curva, atravessou o farol amarelo e seguiu pelo mesmo caminho que a levava todos os dias para dentro. Com 400 contos a menos na conta.


19.08.2011

A Mulher Nua - A Xícara, a Colherinha e o Café (repostagem)


Redemoinhos. Talvez fosse um exagero definir assim os efeitos da colherinha na xícara de café. O líquido rodava, anyway. A espuma cor de creme se desfazendo a cada volta tornado-se café de novo. Tinha mania de observar coisas irrelevantes  - como a espuma, o café e a colherinha - e tentar tirar dali alguma grande ideia ou revelação. Ou por não haver nada mais interessante do que o irrelevante. Geralmente era assim. As vozes na praça de alimentação eram tantas e tão iguais que lembravam o templo budista onde "comemorou a vida" de seu pai um ano após sua partida. O oposto. O som do shopping era ácido, irritadiço. Uníssono, como o do templo, mas absoluta e definitivamente distinto deste. Mais do que o contrário um do outro. 
Enquanto o templo lhe trazia uma noite de verão de calmaria praiana e briza,  a perfeita conjunção de vozes formavam o "oooommmm" pacificador, calmante; os uníssonos da praça de alimentação eram afiados, desiguais, misturados, distintos e o som... o som era impronunciável. Uma tentativa forçada talvez trouxesse uma série de "aaaaaaaaasssaaaooiioaaaaa". Um grande "asssaioiiiaaa" que não significava nada. Até o bater de pratos, copos e talheres eram suprimidos por aquele som alto, irritante, frenético, apressado.

A xícara, o café e a colherinha deixavam de ser irrelevantes nesse cenário. Eram quase  salvação para a péssima escolha - ou falta dela - de estar na praça de alimentação de um dos shoppings mais movimentados da cidade mais movimentada do país para pensar no que tinha acabado de acontecer.
Lembrou de Leonardo: "as ruas tinham que ter caixas de som espalhadas em todos os postes! a vida tinha que ter trilha sonora!". Sorriu com ternura, discretamente, de sí para sí e para Leo e suas idéias e entusiasmo para transformar o mundo.

Tomar café sozinha num lugar daqueles...  Geralmente quando se decide ficar sozinho para pensar, o cenário é outro. Nos filmes e livros é outro. Neles funciona. Pelo menos nos filmes. Há Paris, Nova Iorque, uma grande janela fechada para a neve enquanto se balança a xícara com o líquido quente mirando a paisagem branca e gelada do lado de fora. Nos filmes alemães, pode-se sentar na sacada de casa, com toucas e luvas feitas à mão. E cachecóis. E polainas. Os sons dos carros são outros. Os pneus na neve fazem outro barulho e há as árvores que mudam o som ambiente.
Um golinho no café e já estava de volta ao shopping. Lá não fazia frio, nem calor. A temperatura era sempre "agradável". Se estava frio, no shopping era confortável. Se era calor o que sentiam os frequentadores do lado de fora, dentro era um alívio.
O dedo indicador tocou o biscoitinho ao lado do café. O preço do café teria a ver com o biscoitinho? Não... o condomínio, aluguel... Outra coisa que nunca imaginou que iria compreender: o outro lado. O lado de quem faz. Quem paga, quem emprega. Dane-se.
Não queria o biscoitinho. Não queria que o café acabasse. Queria sair dali. Pior não saber pra onde ir. Pior ver tanta gente aparentemente sem problemas, ou com os mesmos problemas, tanta gente e ninguém.
Shopping é o lugar com mais habitantes por metro quadrado ideal para se sentir só.
Pensou em ligar o celular, ver as últimas postagens, curtir algumas coisas. Mas aquilo, naquelas circunstâncias, lhe parecia o próprio shopping. Gente suficiente para sentir solidão quando não vai rolar a festa. Rede de relacionamentos sem relação com os sentimentos ou verdade. Nossa... que chatice. Mais um gole no café e pronto, a Rede de relacionamentos voltava a ser uma prática agradável. Claro que amigos só inbox ou pelo bom e velho e-mail... Alguém podia inventar o que falta: carinho na tecnologia.
Desistiu do celular na primeira frase de incentivo e lição de moral que viu compartilhada em seu mural. Se todos realmente seguissem o que espalham, talvez ela não tivesse que decidir ali, daquela forma, algo tão importante. Certamente, se Leonardo ainda houvesse, trocariam mensagens o tempo todo. Ouvi que saudade é atestado de que se viveu coisas boas. Acho que é mesmo.
O último gole. Uma xícara pequena para tantas intensões. Ao baixar a xícara vazia para o pires, olhou o biscoitinho. "aaaaiioooonaaaaaaaaioooaaaa". Já o estava mastigando enquanto caminhava de volta para o estacionamento. Nada como uma boa xícara de café num péssimo lugar para trazê-la de volta à realidade simplória e remodelar os problemas para os seus devidos tamanhos. Pelo menos por enquanto não havia mais nada para decidir.


25.08.2011

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Louça - Fragmento de Uma vida Comum (parte)

Ama-me com ternura.

Ele estava acostumado a ouvir o barulho de panelas e pratos debaixo d’água. Fazia parte dos sons da infância, adolescência, e agora, da maturidade. Lá, na frente da TV, nem ouvia. A torneira aberta, os pratos batendo. Era um som igual à tantos. Era um som comum. Comum como deveriam ser os pensamentos da dona daquelas mãos que esfregavam panelas, pratos, copos, só que não.

Era assim, automático. Nos dias que  tentou chamar atenção para aquilo, o que ouviu foi um sermão nada sutil, que a vida era assim, que quem tem casa tem que cuidar, que louça suja é pra lavar, roupa é pra passar. Vindo de quem vinha, parecia absurdo. Faladas com tanta naturalidade que nem o interlocutor percebia o grau de conformismo machista dentro delas. Vindo de quem vinha porque era considerado moderno. Lavava louça (quando dava na telha ou  queria agradar). Trocava fraldas (adorava novidades e participar). Arrumava a cama... ops! Isso não, nunca. Em 5 anos, duas vezes a cama arrumada por aquelas mãos fortes, que eram responsáveis pela manutenção da casa - aquelas coisas de trocar lâmpadas, instalar fios, consertar paredes, desentupir pia... enfim, papéis bem definidos. Se dizia moderno, compreensivo, falante, alegre e de muitos amigos, bom papo. 
Alguma coisa estava errada naquele moto contínuo, embora não conseguisse identificar a razão do incômodo. Era mais que lavar a louça de domingo, como todas as mammas do bairro faziam. Era mais o quê? Não alcançava.
A torneira continuava aberta e os sons de pratos e talheres se encontrando embaixo d’água ficando cada vez mais alto, como sinos badalando na cachola de um bêbado. Ela olhava a espuma diluindo sob a água... mais uma vez... de novo.... de novo.... e de novo. A cada utensílio colocado no escorredor de louça, um fio de água escorria sobre seu braço, molhando a camiseta já toda úmida na  barriga. Começava a pensar onde estava há 10 anos, naquela hora, naquele domingo. Saindo de um cinema, indo pra um café, absoluta. Depois, voltando pra casa, tirando o sapato, arrumando suas coisas, fazendo anotações para o trabalho  da semana; escolhendo alguma coisa para comer; deitando na frente da tv e esperando o tempo passar e o sono chegar. Hoje, acordava com o sono que não ia nunca. Amanhã, mais uma semana de trabalho.
A água, a espuma, as lembranças... levou um susto quando os braços fortes se cruzaram sobre suas costas.
-          Ai...!
-          Hmmm...
-          Hmmm , o quê?
-          Vai, deixa disso... me beija.
-          (bicota) 
-          Ai, só isso? Dá um beijo de verdade! Quero beijar...
-          (smack)
-          (ssssssmaaaaack)
-          (schulep)
-          (schulep)
-          hmmm… tá com um cheirinho… de detergente.
-          Ah, dá licença!
-          Vai, que é que tem? Detergente é limpeza!
-          (schuleplep)
-          .... sua barriga ta molhada...
-          O que você queria? To lavando louça!
-          Mas, precisa se molhar lavando louça? Lava a louça, não você...
Não, não precisava. Estar a fim, mesmo com cheirinho de detergente, bastava.
-          Ta, então, chega.
-          Ô, beeeem.... to brincando...
-          Ta, ta bom. Agora chega.
-          Ô loco, que mal-humor...
Humor mal-ajambrado, desencentivado, inexplorado.
-          É.
-          (suspiro)
-          (água, espuma, prato, talheres)
-          (passos, suspiro de novo)


Agora, as últimas notícias do Fantástico

sábado, 25 de maio de 2013

Que me Cabe

Fiz a minha parte.
Parti.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

NÃO DEIXE CAIR NO ESQUECIMENTO!

Conte tudo! Registre! Se jogue! Amalgame-se! Se ajude! Ajude-nos! Me conte! Lembre-se de como tudo era tão bom e siga vivendo o bom! O que aconteceu de errado, foi errado, acabou. Quem é bom das coisas aprende com os erros e cresce. Quem não percebe isso, não é doente do pé. É a outra coisa e não merece esperneios e muito tempo remoído. A fila anda e o filme começa, o avião decola, La Strada é de Felini e Dio Come ti Amo foi com Gigliola Cinquetti. Boa noite, Waltons.


De Hoje em Diante

Vou modificar o meu modo de vida. Agora não vou mais chorar, cansei de sonhar, de esperar enfim, e pra começar, só vou gostar de quem gosta de mim.

Aguardem. Não vou parar de postar por aqui, não, não vou. Gosto desse cantinho. Meu cantinho do café, onde desobrigada, posto, reposto e até mutilei alguns textos para que em outras aplicações permanecessem inéditos, conforme estou aprendendo a agir no quesito editoria story telling. Yes, I am.

E como tudo muda muito rápido, mon dieu. Agora não são mais palavras, são fatos. Espero a hora que vou enrolar minha TV 52 polegadas como um pôster, guardá-la num casulo com células para captação de energia solar. Casulo igual ao dos arquitetos que costumavam desenhar à nanquim em papel vegetal seus projetos e que agora contam com o axílio luxuoso da inteligência artificial.

Não vai ser fácil eu bem sei... mas pra começar, eu só vou gostar de quem gosta de mim.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Us


Sensação física de virar página. Com sua onda e folhas coladas. O tranco do começo, o alto, o frio na barriga, a queda. E a volta. Nova página, o recomeço em pleno meio de história. Sensação física de virar página.

sábado, 9 de março de 2013

Chorão,"é nóis"!

Quero. Só sei isso, quero. Quero ver, tocar, ver se é a mesma coisa. Se o sentimento é o mesmo.

Mas ela vai voltar, e o meu escritório vai ser na praia, e  vão ter que falar sério sobre o jovem na TV.
O pessoal do Mundo Clipper , programaço (abraçaço no povo que amo de paixão... ô época boa). Programa de prestígio que o Marcão dirigia o Clipper, amigo, saudade.
Drica, amada, amada, amada, saudade demais da conta. Dirigi o Mundo Clipper e você com a galera é the best.
Flávia, Cesinha... até o Toni que rodava o tp de ponta cabeça (dizem que ele não lia direito), e das máquinas de escrever com aquelas letronas... E o ponto, Drica? Que delícia, que viagem, que coisa gostosa. Não sei como você aguentava o que eu falava no seu ouvido! Às vezes ria e o povo nem sabia porquê,,, mas a gente sim!

Agora nem quero saber de quem são os créditos. São nossos! Nossa capacidade, nosso profissionalismo. Nossa vontade de dar certo - e DEU! Drica, Musa da moçada do rap, apresentando até show....! recebendo gente de responsa e segurando a barra de cabeça erguida, perguntando merrrmo!
Salve, Salve, galera! Saudade! Aê, Chorão, é nóis! Cada vez mais orgulho do que a gente fez, a gente criou e mandou ver. Era uma loucura e ninguém perguntava nada, a gente mandava bala e ia, e ia, e ia,...Aninhaaaaaaa!!!!! Desmarda a pizza de terça pra outra semana!!!!!!! Essa não posso, viajando, Se eu não vir esse povo eu nunca vou me perdoar. Amo demais!

 

quinta-feira, 7 de março de 2013

SER IGUAL É LEGAL


Dia desses ouvi numa rádio que não era "a minha" um refrão que me levou aos mantras indígenas: "ser igual é legal, ser igual é legal, ser igual é legal". Pasmei quando soube que a música era de 1997, eu, uma devoradora de sons e imagens não conhecia a música que além de ser trilha de novela, é cantada pela irmã da Daniela Mercury. Bom, ela ser irmã da Daniela Mercury não tem nada a ver, o talento é dela. Mas é curioso, não custa dar uma tricotadazinha...E falando em tricotar, Vania Abreu é um doce de pessoa. Educadíssima, fofa de trabalhar, conversar, é uma grande garota que tem a voz quase igual à irmã, o que é uma pena, porque seu repertório é maravilhoso. Conversar meia hora com Vania Abreu é sair calminha, calminha do camarim.

Adorei. Escuto sempre agora. Não mais que Paulinho Moska, que depois de Tom Zé é um tradutor nato do que penso e sinto. E mesmo as músicas que ele ainda não fez, me dizem respeito. Amo. Lenine, Arnaldo Antunes, Rita Ribeiro... mais um tropé de gente é da mesma turma... bom,  voltemos ao que foi legal.

Como não uso o carro com exclusividade (preciso de um, seja qual for, mesmo porque é dentro do carro que anoto minhas idéias e textos,  o que observo e no que aquilo pode se transformar e no daria se o cachorro levantasse a outra perna para urinar no poste).
Gostei.
"Ser Igual é Legal",  veio como uma resposta mais educada aos intelectuais de fala difícil, aqueles que ainda praticam o apartheid cultural. Gostei. Está aqui. Ouçam. Tenho, como sempre, o que criticar. Tem muita voz no miolo da canção. Não havia necessidade de duplicar a voz nem nada. É uma música gostosa que dá pra dançar no carro, com as mãos e os quadris.

Ser igual é legal! Não precisa ser sempre original. Quem é esse tal de maior? E esse tal de menor? Que diferença isso faz? Ser igual também é legal.

Não sofram procurando fazer a obra que vai marcar suas vidas. Façam, não parem de fazer, façam, façam, façam, não parem, nunca parem! Um dia ela vem assim, sendo igual. Bom dia, Comunidade.



Procurem saber quem é Carlos Careqa. Um dos nossos gênios geniais. Como André Abujamra e tantos, tantos... na busca dos caminhos sinceros dessa vida, tenho encontrado conforto ao saber da existência de gente que nunca ouvi falar. Não é o caso de Carlos Careqa e André Abujamra que conheço pessoalmente (não, não somos íntimos amigos, não nos reconheceríamos na rua), mas há tantos!
No show da Amy Whinhouse aqui no Brasil, fui com minha filha. Muitos shows estavam abrindo o espetáculo, grupos que nunca havíamos visto. E adoramos. O Instituto é um itinerante, Thalma de Freitas, sempre.
 
Ouçam que delícia "Ser Igual é Legal! com Carlos Careqa.
 
 
Ser simples é tão bom!