terça-feira, 20 de dezembro de 2011

QUE VENHA 2012


domingo, 11 de dezembro de 2011

PARA O BOM ENTENDEDOR...

...meia palavra

domingo, 4 de dezembro de 2011

Kosovo

São minhas as palavras. Do que vejo e penso, concilio. Não há qualquer possibilidade de menção a pensamentos alheios sem a devida citação e reconhecimento.
São minhas as idéias. Do que vivo e alcanço, absorvo. Todas as vidas possíveis neste trajeto estão definitivamente ligadas ao que o outro trouxe. Não há como mensurar.


domingo, 27 de novembro de 2011

MELANCHOLIA

Assisti hoje. Ainda estou pensando.

Contos de Natal - parte 1

- Eu faço compras como se o mundo fosse acabar no mesmo dia!
- Hmmm.....
- E depois me sinto tããããão culpada que mal me aguento!
- Sei....
- Gasto o que tenho e o que não tenho e depois, fico assim.
- (...)
- (...)
- Bom, eu acho que essa culpa é natural, afinal, você não poupa, gasta muito...
- E o mundo não acaba! Não é muita sacanagem?!
- !!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PRA BRINCAR NA MARGINAL TIETÊ

Quantas pessoas..., quanta gente. E está quente entre os dois caminhões, o ar não circula. Apenas o cinza entre uma acelerada e outra. Quantos carros! Quanta gente dentro dos carros. O que estarão pensando? Aquela oriental por pouco não bateu tentando me agradecer a passagem. Em compensação, trezentos motoqueiros quase levam meu carro entre buzinas. Não dá para ir pra frente nem voltar atrás. A Marginal Tietê é assim: temperamental. Faz de seus usuários o que bem quer, na hora que quer. Não há dia, tarde ou noite, madrugada. Ela é quem escolhe em que condições  você vai ao trabalho ou volta pra casa. 
Quantas pessoas... Suspiro devagar e sem alternativa, conecto o qualquer coisa no som. É Mika cantando "Grace Kelly". Começo batendo os dedos na direção, termino no maior alto astral, dançando mikagens dentro do carro. Alguns incrédulos olham pra mim, alguns riem, outros mal  humorados, fazem um não com a cabeça. Ainda assim acho que a maioria curtiu Mika me fazendo brincar e ser feliz em plena Marginal Tietê e eu fiz algumas pessoas se divertirem. Isso é um pouco o que chamo da "corrente do bem". Adorei. Partilho com vocês esse som despretencioso, alguns dirão que não tem qualidade ou profundidade musical. 
Uátéver. 
Quer brincar?
ouça o vídeo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Ao Mestre, com carinho

Juca de Oliveira, Flávio Império, Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri no centro do palco do Teatro de Arena, 1962. Aqui começou o teatro político.

Profundamente envaidecida em saber que um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos visitou esse humilde blog.
Obrigada, Sir Juca de Oliveira.

Desde que o Samba é Samba é assim.


"Descobri que na América e provavelmente em todos os outros lugares, tudo se resumia
a ficar na fila. Fazíamos isso em toda parte. Carteira de motorista: 3 ou 4 filas. Hipódromo: filas. Cinema: filas. Mercado: filas. Eu odiava filas. Senti que devia haver uma maneira de evitar as filas. Então, a resposta me iluminou. Ter mais atendentes. Sim, essa era a solução. Dois atendentes para cada pessoa. Três atendentes. Deixem os atendentes fazerem fila."
Bukowski, Textos autobiográficos

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Assim em Antigamente como no Céu.

Nós, pré-megabytes, bits e outros it's líamos muito. Ouvíamos muito. Assistíamos muito...

...Filmes, então, mais de uma vez. Tommy com The Who? 5 vezes. Nasce Uma Estrela com Chris Kristopherson e Barbra Streisand umas 11 vezes (chorei em todas), A Árvore das Folhas Rosas com Romy Schneider já velha nos anos 80, duas. E no aconchego do Belas Artes antes e depois da Reforma... tanto de t udo!

Um Estranho No Ninho fomos 3 vezes. Eu e meu pai. Ele foi sozinho uma quarta vez.
E ouvir escondido os Long Plays do Triunvirat, Jethro Tull e Led Zeppelin no quarto do irmão da Márcia Fávaro? Tínhamos que deixar tudo do jeito que estava quando invadíamos, porque se ele desconfiasse que alguém tinha mexido nos LPs dele, seria uma catástrofe.

Sempre nos reuníamos na casa da Márcia e assim foi até nossos 13, 14 anos. Um dia fundamos um jornal: "O Balote". Eu que já tinha facilidade para desenhar, fiquei responsável - além do conteúdo cultural - pela capa, logotipo e manchetes. Durou pouco "O Balote", mas eu nunca me esqueci dele. Meu primeiro porre foi na casa da Márcia Fávaro e eu sequer sabia disso. Tomamos o vinho do pai dela de São Roque, docinho, docinho... voltei pra casa cantarolando e falando sozinha. Minha mãe querendo saber o que eu tinha, coisa que só aconteceu no dia seguinte, depois de muita especulação, só podia ser o vinho, claro!

O bacana da middle-age é rever o "antigamente" que de agora em diante vou chamar de Antigamente, uma terra como Nárnia ou Logo Ali,  onde posso visitar e vasculhar à vontade. Rever Antigamente com os fatos e olhos de agora. Imaginem que no tempo de "O Balote" eu queria ser jornalista ou cineasta. Ou tocar numa banda de rock. Ou só viajar com ela.
Pedi um violão de presente no meu décimo segundo aniversário e me matriculei no conservatório da Capote Valente (que hoje é uma "espécie" de boate).
Siiim, minhas amiga... eu toco violão. E dele vieram muitas alegrias, muitas, muitas! Um tempo de cantar e cantar e cantar a beleza de ser o eterno aprendiz. Muitos sorrisos, muita risada, muita amizade, muita cultura.
Eu li o Manifesto Comunista em quadrinhos. O Capital, I e II inteiros e O Outro Lado da Meia Noite do Sidinêi (O Sheldon), Pappillon em capa dura do círculo do livro, todos, absolutamente todos os livros de Agatha Christie e Jorge Amado. Adorava o cheiro que os livros tinham em Antigamente. Cheiro de papelaria.  Abrir um livro... ah, abrir um livro... Como eu adorava abrir um livro! Que viagem.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

D'Accord

Tenho sentido muitas saudades. Saudades de tudo e de um monte de gente. Saudades, só. Receio quando a saudade virar vontade. Talvez faça algo parecido com os filmes, ou nada.

E para quem também gosta muito de, não pode deixar de ler esse velho safado. 

Para os curiosos que amam biografias e história, outra interessância boa de saber:

Sim, eu li os dois. Se eu não estivesse com tanta saudades deixaria uma composição para cada um. Mas tenho sentido muitas saudades. Saudades de tudo e de um monte de gente. Receio quando a saudade virar vontade.



sábado, 24 de setembro de 2011

DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR...!


Meu melhor parceiro de dança de quase meio século de vida foi e sempre será Neto, o Elias,  meu irmão mais velho. O cara simplesmente encaixa você entre os braços e sai rodopiando por aí... vira, desvira, envolve, dois pra lá, dois - depois três! - pra cá... que delícia.
Bastava tocar uma música dançante para nos derramarmos nos braços um do outro, e como éramos irmãos, não havia constrangimento nem vergonha, íamos fundo. A cada passo certo, ríamos um pro outro, vitoriosos. Dançávamos rindo. Uma injeção de bom humor imediato!
E essa música do Luiz Melodia com a Zezé Motta me leva direto pros seus braços, meu irmão. Me lembra a gente dançando junto, rindo, rodando por aí.
Ta faltando festa pra gente cair na dança, nénão, Elias? Vamos marcar uma big band  dia desses? Levamos nossos parceiros e os deixamos lá, sentados nos admirando, que tal?
E pra você matar a saudade: Dores de Amores, com Luiz Melodia e Zezé Motta!
Baccio!


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SOBRE


Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito 
debaixo do céu: Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se;
 tempo de amor e tempo de aborrecer; 
tempo de guerra e tempo de paz
(Eclesiastes)

domingo, 18 de setembro de 2011

LEONARDO, MEU AMOR.

Leonardo tinha quase 30 anos quando morreu em consequência de complicações causadas pela AIDS no século passado, década de 90. Quando descobri, uns 4 ou 5 anos depois, fiquei em choque, entrei em luto imediato: um dos meus amores profundos e eternos havia partido. Ainda me lembro da expressão constrangida de quem me contou num encontro casual entre amigos da mesma geração: "não sei direito, parece que tinha AIDS, mas não sei, não tenho certeza".

Leo era lindo. De fato lindo. Cabelos escuros, pele alva, boca carnuda e olhos verdes, cílios enormes.
Nos conhecemos em 75 ou 76, éramos adolescentes dos anos 70. Ele tinha 13, eu 14 e meus pais, que ainda cultivavam os costumes de quem migrara do interior de São Paulo, frequentavam a igreja aos domingos. Um dia minha mãe trouxe um convite: "Carminha! O Calvário vai fazer encontro de adolescentes com Cristo e eu inscrevi você!". Não gostei. Até ser convencida de que eu não tinha nada a perder. Como as inscrições bombaram, fui devidamente matriculada para o 2o.  Encontro de Adolescentes com Cristo da Igreja do Calvário.
Talvez por não esperar grande coisa, fui tomada por algumas emoções interessantes  para uma adolescente: chorei, cantei, vibrei, dei muita risada, fiz muitos amigos. Aos sábados, todos se encontravam nas salas da secretaria da Igreja para ouvir, dar e cabular palestras. Cabulávamos muito. O importante era nos encontrarmos, não perdermos a magia daqueles dias, devidamente respaldada por casais respeitados na comunidade e que não faziam idéia do que se passava dentro da gente.

Quando pousei os olhos em Leonardo, foi amor, empatia, sentido... tudo à primeira vista e nos tornamos amigos-mais-que-irmãos. Formar apêndices familiares era tudo na década de 70. Vivíamos abraçados, de mãos dadas, deitados um no colo do outro e ríamos, ríamos muito. Leo era um garoto bastante culto. Lembro que íamos em turma para Caraguatatuba na casa dos pais dele e enquanto eu me esbaldava no sal e na areia, ele lia uma Veja inteira sob o guarda-sol.

Leo foi o meu amigo, meu namorado, meu irmão. Namoramos porque morríamos de saudade um do outro, e os abraços já não eram suficientes. O namoro sim, foi suficiente para descobrirmos que enquanto namorados éramos ótimos amigos. Terminamos o namoro e nossa amizade ficou ainda mais forte.

Os anos 70 fervilhavam. Atavés da Comunidade da Igreja do Calvário, Leonardo e seu irmão Leandro, foram com a pastoral da terra para Iacanga. Voltaram engajados, políticos, com outra visão de mundo.
Iacanga foi arrebatadora para Leandro. Para Leo, foi como se ele já esperasse essa realidade.

O fato é que aos 15-16 anos, Leonardo, após Iacanga,  convencido de sua brevidade, queria experimentar, viver o que tinha direito, sorver a vida. E partilhar suas descobertas. Nossas conversas madrugada adentro eram fantásticas.
Logo em seguida, Leo entrou na faculdade. USP de Sorocaba, se não me engano, em agronomia. A primeira vez morando sozinho, livre e aberto para o que tanto queria experimentar.E me contava tudo:  "hoje teve uma festa no D.A.... foi uma loucura!"; "Conheci uma menina muito doida, acho que vou namorar com ela". "Desisto, meninas são muito complicadas". Cartas, telefonemas e, claro, abraços beijos e carinhos quando vinha para São Paulo. Foi Leonardo que me ensinou que a cana de açúcar é um veneno para o solo, e foi o primeiro a me chamar de "fiel da balança" da minha família: "Você já percebeu que quando está feliz todos ficam felizes na sua casa? E quando você tá de TPM aquilo fica um inferno?". Risadas maléficas, como se tivéssemos o poder de controlar pessoas, e ficávamos imaginando como seria... E como seria se a vida fosse embalada por trilha sonora, como num filme? Naquele tempo nem walkman era comum.
Nos amávamos, fato. Leo foi o primeiro a me mostrar o amor como amor, não o esperado cheio de regrinhas, mas o amor por sí. O amor que quer ver o outro feliz, o amor confidente, o amor e só.

Eu contava de meus "affairs", ele dos seus. Mais alguns anos se passaram, Leo desistiu de Agronomia e entrou em Filosofia. Lembro como se fosse hoje, agorinha há pouco, quando me telefonou e disse que havia se descoberto Gay e queria me apresentar seu namorado. "Gay, Leo?! Você tem certeza?", "Claro que não!" - gargalhava ele. "Mas to namorando e quero que você conheça". Nos encontramos na Av. Paulista com a Augusta. Eu e Leo chegamos antes, o namorado depois. Se abraçaram, se beijaram e eu não sabia para onde virar meus olhos arregalados. Queria parecer normal, adulta, mas não consegui por muito tempo. "Chocada? Isso logo passa". Claro que passaria, Leonardo estava ao meu lado.
O namorado de Leo era ator, e fazia shows numa casa noturna famosa. "Vou levar você pra ver o show!", "Quem, eu?! Lá?!", "Vai perder a chance de conhecer um lugar novo? Juro que não solto você". E assim foi. Numa noite, fomos ver o show e ele ficou grudado em mim, me protegendo dos meus pensamentos. O lugar era bárbaro, alegre, cheio de figuras interessantes. Foi a minha Disneylândia. Leo ria de mim e pra mim.

Não me lembro quando e nem porque deixamos de nos falar com frequência. Acho que nos distanciamos porque tinha que ser assim. Continuávamos nos amando, mas não partilhávamos mais as descobertas. Novos amigos chegaram, novas experiências, novos nichos, as Faculdades, as turmas... Não importava porque sabíamos que quando nos víssemos seria uma alegria, um "como se fosse ontem", uma celebração de amizade.
Não vivemos esse momento.
Fui com minha mãe numa missa na Igreja do Calvário. Encontrei vários amigos daquela época que continuam até hoje na comunidade, agora como "Tios". E foi outra querida amiga que me contou: "O Leonardo...". Já em casa, chocada, perdida e com a sensação de injustiça tomando conta de mim, chorei. Meu marido me deu colo. E nele chorei muito.
Leo, com sua partida, foi o primeiro a levar um pedaço de minha história com ele e um pedaço bom: o otimisto, a alegria, a franqueza acima de tudo, a verdade que ainda moram em mim. Procurei ser tão inteligente como ele, tão franca e ética quanto otimista.

Devo a Leonardo muito do que sou hoje, do que percebo e vejo. Sinto sua falta, sinto, principalmente, não ter tido a oportunidade de dizer tudo isso antes de sua partida. Mas, eu acho que ele já sabia e ainda sabe, vivendo de rir:
"Mi... quando é que você vai deixar de ser tão tonta?!"




segunda-feira, 27 de junho de 2011

De tanto ver triunfar nulidades...

Eu, que nunca parei sobre uma faixa de pedestres sem que tenha sido pressionadas por algum ansioso no carro de trás
Eu, que mesmo sido tentada nunca ultrapassam os limites de velocidade
Eu, que dou preferência a pedestres e ciclistas, que dou passagem quando o outro dá seta, que mantenho meus documentos em dia e pago impostos sem atraso, que não jogo lixo nas ruas.
Eu, que à despeito dos despeitados não troco de carro uma vez por ano, mas me preocupo em usar etanol, ainda quei "batizado" para poluir o mínimo possível o ar raro que respiramos,
Tenho mais pontos na carteira do que um bandido que pratica rachas, atropela e mata pessoas e se livra de todo mal amém usando serviços escusos de despachantes corruptos numa cidade corrupta de um estado corrupto de um país escancarada e mundialmente reconhecido como o paraíso dos impunes, desabafo:
CHEGA!
Cansei do politicamente correto. De hoje em diante, seguirei minha cosnciência como medida limítrofe dos meus atos como cidadã. "otoridade" nenhuma vai me fazer engolir mais um jacaré de boca aberta.
À partir de hoje, me defendo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Chá de Letrinhas

ética
é.ti.ca

sf (gr ethiké) 1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão; deontologia.  Social: parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade.
 
profissionalismo
pro.fis.si.o.na.lis.mo

sm (profissional+ismo) 1 Caráter, espírito ou métodos profissionais. 2 Posição, prática ou métodos de profissionais em contraposição aos de amadores. 3 Conjunto de profissionais, seu procedimento ou ponto de vista característicos. 4 Carreira de profissionais.

conduta
con.du.ta

sf (lat conducta) 1 Condução. 2 Reunião de pessoas que são conduzidas para algum lugar por ordem superior; leva. 3 Procedimento moral; comportamento. 4 Social Comportamento consciente do indivíduo, influenciado pelas expectativas de outras pessoas. C. do ar: tubo de comunicação em forma de funil que, nos fornos de fundição, serve para dar passagem ao ar a fim de facilitar a combustão.

domingo, 29 de maio de 2011

Esperanto


Foram tantos os amores platônicos, os encontros lacônicos prestes à explodir em verborragia, abraços e beijos, que me pergunto onde andarão essas sensações. As mais gostosas, as mais secretas, as menos discretas, as mais entregues à um fio da passionalidade. É preciso mesmo acreditar em outras vidas para que haja consolo por jogarmos tanto dessa fora.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sempre um Fusca, um Violão...


É gostoso lembrar. Mais gostoso ainda é ver a lembrança através de fotos, aquelas pré-semi-automáticas (nem sonhando com as digitais), que vão ficando avermelhadas com o passar do tempo. Tenho muitas dessas e tenho visto muitas outras nos álbuns de amigos queridos. Ainda bem. Vejo que todos fomos felizes, tivemos uma turma, amigos pra reencontrar, e principalmente motivos para lembrar o que éramos antes de nos transformarmos nessa máquina de desefa, desafeto do tempo e das voltas que a vida dá conforme os anos vão passando (envelhecer é outra coisa).
E sempre há o fusca. E o violão. Nem nega chamada Teresa nem Flamengo... eu mesma tinha um fuquinha 66 que meu pai comprou zero em 66 e um violão Digiorgio. O Fusca não existe mais, para meu desgosto. O Digiorgio vai para um luthier logo logo porque merece, companheiro de longa data, tem muita memória emocional naquela madeira envelhecida. Quero voltar a trocar energias com ele. E soar através dele.
E nós no Fusca. Com uma folga na direção que explicava porque os atores mexiam tanto os braços nas cenas de carro se o dito cujo estava em linha reta. Meninos, meninas, era a tal folga na direção, que antes de fazer a curva tinha que ser domada.

Vendo as fotos antigas dos amigos e colegas, vi tanto Fusca! Verde, azul, bege, branco, vermelho, tatuado, pintado...

Hoje o povo fala que o carro é "tunado".
Foi bom ver.
Vim partilhar, como sempre, como gosto.

Bom final de maio à todos.

domingo, 10 de abril de 2011

Bossa Nova + Zorra Total = (aceito sugestões)



Ontem assisti desavisadamente o "Zorra Total" da Globo. Antes de ser arrebatada pelo sono intenso e atrasado, vi Paulo Silvino "interpretar" um porteiro num dos quadros mais machistas da atração. A produção do quadro é grande. Cheia de detalhes, luzes, cenário... Conteúdo à parte (assunto para um outro longo e minucioso post), neste episódio, Paulo Silvino interpreta a si mesmo cantando "Você", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Logo fiz a conexão. Tal música não combina com o que imagino ser a audiência do quadro. Como assim, "Você, manhã de todo meu..."?! Depois vem o porteiro cantando uma versão onde chamava as coadjuvantes de "gostosa", "fogosa" e coisas assim.
Questionei sob o cobertor que habita meu sofá nos sábados de frio se quem estava assistindo conhecia Menescal, Bôscoli, Bossa Nova e se havia - polianamente - algum mérito naquilo. Apresentar a música ao público, talvez. Ou ainda o quadro ter sido um fiasco de audiência. Não cheguei a conclusão alguma.. O quadro do porteiro, produzidíssimo, não tem graça.
Quem me sabe conhece. Comecei a lista interminável por razões que justificasse aquilo: se faz rir, como anda o humor nos dia de hoje? Como vai nossa cultura? Como podemos brigar contra o preconceito se a maior rede de TV do país, sob o pretexto de representar o verdadeiro gosto popular, reforça paradigmas que tentamos subtrair do nosso cotidiano há décadas?
Sim, também pensei no meu papel no contexto, e no contexto e seus papéis que turvam nossa visão, às vezes ao ponto de pedirmos perdão à nós mesmos. Pensei nos chatíssimos "politicamente corretos" e não é sobre isso que escrevo hoje.  Não gosto de rótulo algum, em qualquer ponto que a bússula apontar, não vale resumir a vida à textos e pretextos que só fazem abrir brechas para discussões vazias e intermináveis.
Mas há limites que devem ser reconhecidos e respeitados, há bom senso, há amor ao próximo, há responsabilidade.
Para quem conhece o quadro e conhece a canção, veja se combina. Não, não combina minhas amiga (como diria a amada Palmirinha Onofre).
Quem gosta de bossa nova, não deve gostar do porteiro do Zorra Total. E quem gosta do porteiro provavelmente não conhece ou não gosta da música usada para fazer humor da pior espécie. Ainda que muito bem produzido e elaborado.

domingo, 27 de março de 2011

Le Problème Du Mariage

 Fale por si.


terça-feira, 8 de março de 2011

Gratidão x Compaixão. Alalaô!

Depois das agruras, desventuras, desafios e outros nhém-nhém-nhéns, uma das frases que mais gosto de usar veio para mim como todo o resto: inesperadamente. Ei-la:

Pratico gratidão todos os dias. Exercito Compaixão quase todos os dias

Sim, eu tenho o que agradecer. E como. Venci prognósticos improváveis, atravessei conchavos dignos de senado da Roma Antiga e ao punhal de Brutus. Errei muito. Continuei errando. Mas não houve nada que não me ensinasse alguma coisa. Aprendi em um par de anos o que talvez não o fizesse numa vida inteira se minha história fosse diferente. Acordei para cuspir mais do que nunca antes. Chacoalhei as estruturas da minha vida e ainda estou administrando o que polemizei. Não tenho certeza de tudo, ao contrário, as dúvidas aumentaram e saber o que fazer é ainda mais difícil. A experiência traz informação que abre as janelas da mente, propõe novas realidades, conduz e reduz as chances de cometer injustiças.

Nem sempre "aprender" significa um benefício imediato. Às vezes você aprende que se deixou enganar durante décadas, e o inconformismo faz vibrar uma energia não muito boa. Pelo menos durante um tempo, depois tudo é processado e transformado em combustível extra para seguir a vida.

Nós já contamos a vida em décadas: aos 10, aos 20. aos 30... e por aí vai. E é muito bom olhar para trás e ver o caminho florescendo e frutificando. Por isso pratico gratidão todos os dias. E tento me compadecer dos que erraram feio quase todos os dias.
Mas sou humana imperfeita e nem sempre consigo superar decepções. Estou trabalhando nisso.

E a trilha desses meus exercícios (gratidão e compaixão) vem do meu passado, das minhas lembranças, do que eu pensava ser, do que eu queria ser. Cada vez que posto uma música ou um trecho de filme, uma foto, é uma terapia! Adoro ouvir, ver, cantar, dançar, pensar de novo. Quase tanto quanto gosto de partilhar.

Alalaô, mon coeurs...! Salve a terça de carnaval!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Repostagem - Junho de 2010 FANTA MARIA E PANDORA

(...)


Errantes que rezam e rezam e rezam buscando proteção e alento, abnegando-se e desistindo de ser para apenas sobreviver.

Num teste de resistência eterno, o senhor é você que olha e finge que não vê controlando à distância seus admiradores desafortunados.

(...)

Hoje, com mais vocabulário e vivência, conseguimos definir e até aceitar o pecado inconfessável escondido no interior do interior de nossos desejos.

(...)

Programas de TV tentando salvar a fé na espécie, mostram os solidários resgatando almas perdidas, desafortunadas, necessitadas.

(...)

Não sei porque a cena e os cheiros estão aqui.

Talvez eu saiba.

Talvez só acabe quando termine.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

REPOSTAGEM DO ANO PASSADO.

Achei pertinente resgatar do ano passado esse texto. Enquanto a razão toma conta da emoção, vou respostar "interessâncias". Tudo a ver.


Nada como o tempo (de estrada) para apurar nossas habilidades naturais ou adquiridas, tanto faz. O tempo apura de qualquer jeito.
A capacidade de observação, por exemplo. Se em nossa área de atuação a observação sempre foi requisito necessário, com o passar - e dom - do tempo, fica muito, muito fina.
Observação apurada com o amadurecimento então... nossa.
Pois, bem. Em minhas empreitadas observatórias, um tipo de pessoa bastante comum tem me chamado a atenção. Mais do que atenção, tem me incomodado bastante.

Certamente todo o mundo já teve e provavelmente ainda tem um tipo desses ao redor. É aquele em cuja presença é preciso ter cuidado com o que se diz, com o que se fala e com o que se faz porque com certeza ela vai soltar um comentário aqui, outro lá, outro mais adiante, mais um aqui pertinho. Geralmente desfavorável. E como você sabe que tem que tomar cuidado? Porque ele fala dos ausentes na sua presença, conta uma história conhecida de modo diferente o suficiente para a pulguinha se mudar para sua orelha.

Geralmente essas pessoas passam de nine to five colhendo informações para detonar o desafeto. Não se iludam, é detonar mesmo. Esse tipo de gente tem habilidade estratética para criar uma situação desconfortável e principalmente, desviar o foco de sí. É um tanto quanto písico isso: ao mesmo tempo que querem tudo de todos, inclusive os holofotes e créditos e louros e dinheiros, aguardam discretamente - e nas sombras - o momento do mergulho absoluto na fama.

Todos nós lidamos com isso. Todos os dias.

Eles estão entre nós: o detentor do pequeno poder. Aqueles cuja função os coloca em contato com todos os departamentos da empresa.
Fique atento às pessoas que fazem piada de tudo e que sempre têm um comentário engraçado sobre alguém ou situação com muita frequência. Veja bem: eu disse SEMPRE. Rir é muito bom, muito bom mesmo. Mas rir de tudo é desespero. Essa pessoa não ri apenas com você. Ri de você com os outros.

Seja delicado com seus colegas de trabalho. Cuidado para não embarcar na onda dessas pessoas, não faça observações jocosas nem diga alguma coisa de que vá se arrepender depois.

O ambiente de trabalho, por mais descontraído que seja, é ambiente de trabalho. Não escolhemos nossos colegas como selecionamos amigos.

Falar mal do chefe é praxe, é terapêutico, justifica falhas e alivia a culpa. Porém, muito cuidado para não ser você o autor daquela frase detonáutica que todos adoraram, que usam sempre. Quando o bicho pegar, os dedos apontarão para o autor. Procure não humilhar seus colegas, mesmo aqueles que são parceiros de brincadeiras. Uma hora ou outra, os limites se excederão e você pode magoar um grande amigo.
O DPP (detentor do pequeno poder) pode levar você à atitudes que não são suas.

Seria bacana que dentro do preceito humanista que rege a sociedade, que nos tratássemos à todos com respeito e dignidade que merecemos como cidadãos e pessoas de bem.

Não por medo da língua.

Tratar bem uma pessoa de caráter duvidoso por política social (leia-se: receio que a pessoa coloque seu nome em boca de Matildes, faça comentários desfavoráveis à seu respeito em rodinhas de conhecidos, lance uma dúvida sobre sua índole ou intensões e por aí vai.) não é bacana. É aflitivo. É deixar que a neura tome conta dos seus dias.

É preciso diplomacia? Sim, claro. Parcimônia também. Olhos bem abertos e ouvidos atentos são fundamentais. Observar é fundamental. Permanecer bem informado é essencial. Esses são os requisitos que, alidados à criatividade e arrojo, certamente levarão o inteligente emocional ao sucesso. Sem precisar lançar mão de métodos escusos.

Sucesso, harmonia, paz e sabedoria sempre.
Estamos na ponta do círculo. Logo logo o de cima cai, o de baixo sobe para depois cair outra vez... nada como poder olhar para trás tranquilamente. Em paz consigo. A paz em todas as suas formas é o verdadeiro segredo.

Namastê

Sobre "Nãos", "Sims" e "Talvezes"

Um amigo querido mandou essa: "Volte a escrever no seu blog". E aqui estou pensando na lista de coisas velhas ainda por fazer e das novas que estão se acumulando.
Impossível não sentir os dias cheios, e a cabeça... ah, amigo meu... minha cabeça fervilha em conflitos: "será este?" Não. Quer dizer, sim. Melhor deixar um talvez como resposta.

Já é madrugada, "D'accord". Amigos queridos acabaram de deixar nossa casa. Foi uma farra e tanto. E meus pensamentos conflituosos fazendo de tudo para manter a discrição diante e depois de cada pergunta de um parceiro preocupado.

À vocês, queridos, tenho alguns nãos, outros sims e um tanto de talvezes, mas todos, todos eles, de bem com a vida, recebendo de braços abertos o que virá. E está vindo.

Em pouquíssimos momentos de mi bida senti-me tão bem diante de um novo desafio. É assim que tem que ser, é assim que deve ser. Nós temos duas vias apenas, duas metades: a ruim, do pessimismo e derrotistmo, ou a boa, do "vambora", "vai rolar", "vai dar certo" e "tamosaí". Eu sou mais a segunda metade, que dependendo do ponto de vista, pode ser a primeira metade... vai de gosto, já que brasileiro não gosta de ser/ter segundo em nada.

Não posso deixar de clarear um pouco para meu único leitor assíduo: estou trilhando novos caminhos e estou bem. Melhor que isso, animada e confiante.
Não estou inspirada para escrever aqueles textos que tanto você gosta, nem lembrar dos nossos velhos e bons tempos de quando não éramos jovens há mais tempo como agora.
Estou num momento reflexivo, matemático de tão preciso.
Refletir sobre o que pode ser considerado erro, sobre o feito e o desfeito e as desfeitas oportunistas. Penso nesses... os oportunistas. Engraçado como a palavra "oportunidade" parece tão positiva, enquanto "oportunista" cheira mal. São tantos os "diagnósticos" possíveis para uma só palavra...!
Pois estou encarando as opotunidades com respeito íntegro que é só meu.
Nem consigo ilustrar essa verborragia, mas você há de entender meu amigo. Amanhã, como diria Djavan, outro dia, lua cai, ventania abraça uma nuvem que passa no ar...
Ou ainda, como a inesquecível Scarlet O'hara: after all, tomorrow is another day!

Por enquanto -mas por pouco tempo - é só isso.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ciclos


A vida é feita de ciclos que ao se completarem, finalizam um estado de coisas. Pode ser um "seu ciclo completo", como de outrém. Neste caso, é melhor pular etapas e fechar o seu também, sob pena de se perder em questionamentos sem respostas, e a ausência de respostas é uma bola de chumbo presa ao seu tornozelo. Liberte-se. Não há alívio maior.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

                            Não, o blog não acabou. Forças ocultas (hmm... nem tanto) me impediram de continuar com a mesma frequência frenética dos áureos tempos da juventude. Frequência frenética foi demais, e "áureos tempos da juventude" também. Mas combina e ficou bonito. Então, fica.
Volto. Logo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dois Mil e Onze Picaretas

Só pra constar como primeiro comentário do ano: como era mesmo o nome daquela música que o Paralamas cantava: "Luíz Inácio falou, Luiz Inácio avisou (...) são 400 picaretas (...).

Herbert, mon coeur. Acredito que o número aumentou um bocado. E também os salários desde a época que eu cantava arrepiada essa música. É.