domingo, 27 de novembro de 2011

MELANCHOLIA

Assisti hoje. Ainda estou pensando.

Contos de Natal - parte 1

- Eu faço compras como se o mundo fosse acabar no mesmo dia!
- Hmmm.....
- E depois me sinto tããããão culpada que mal me aguento!
- Sei....
- Gasto o que tenho e o que não tenho e depois, fico assim.
- (...)
- (...)
- Bom, eu acho que essa culpa é natural, afinal, você não poupa, gasta muito...
- E o mundo não acaba! Não é muita sacanagem?!
- !!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PRA BRINCAR NA MARGINAL TIETÊ

Quantas pessoas..., quanta gente. E está quente entre os dois caminhões, o ar não circula. Apenas o cinza entre uma acelerada e outra. Quantos carros! Quanta gente dentro dos carros. O que estarão pensando? Aquela oriental por pouco não bateu tentando me agradecer a passagem. Em compensação, trezentos motoqueiros quase levam meu carro entre buzinas. Não dá para ir pra frente nem voltar atrás. A Marginal Tietê é assim: temperamental. Faz de seus usuários o que bem quer, na hora que quer. Não há dia, tarde ou noite, madrugada. Ela é quem escolhe em que condições  você vai ao trabalho ou volta pra casa. 
Quantas pessoas... Suspiro devagar e sem alternativa, conecto o qualquer coisa no som. É Mika cantando "Grace Kelly". Começo batendo os dedos na direção, termino no maior alto astral, dançando mikagens dentro do carro. Alguns incrédulos olham pra mim, alguns riem, outros mal  humorados, fazem um não com a cabeça. Ainda assim acho que a maioria curtiu Mika me fazendo brincar e ser feliz em plena Marginal Tietê e eu fiz algumas pessoas se divertirem. Isso é um pouco o que chamo da "corrente do bem". Adorei. Partilho com vocês esse som despretencioso, alguns dirão que não tem qualidade ou profundidade musical. 
Uátéver. 
Quer brincar?
ouça o vídeo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Ao Mestre, com carinho

Juca de Oliveira, Flávio Império, Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri no centro do palco do Teatro de Arena, 1962. Aqui começou o teatro político.

Profundamente envaidecida em saber que um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos visitou esse humilde blog.
Obrigada, Sir Juca de Oliveira.

Desde que o Samba é Samba é assim.


"Descobri que na América e provavelmente em todos os outros lugares, tudo se resumia
a ficar na fila. Fazíamos isso em toda parte. Carteira de motorista: 3 ou 4 filas. Hipódromo: filas. Cinema: filas. Mercado: filas. Eu odiava filas. Senti que devia haver uma maneira de evitar as filas. Então, a resposta me iluminou. Ter mais atendentes. Sim, essa era a solução. Dois atendentes para cada pessoa. Três atendentes. Deixem os atendentes fazerem fila."
Bukowski, Textos autobiográficos

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Assim em Antigamente como no Céu.

Nós, pré-megabytes, bits e outros it's líamos muito. Ouvíamos muito. Assistíamos muito...

...Filmes, então, mais de uma vez. Tommy com The Who? 5 vezes. Nasce Uma Estrela com Chris Kristopherson e Barbra Streisand umas 11 vezes (chorei em todas), A Árvore das Folhas Rosas com Romy Schneider já velha nos anos 80, duas. E no aconchego do Belas Artes antes e depois da Reforma... tanto de t udo!

Um Estranho No Ninho fomos 3 vezes. Eu e meu pai. Ele foi sozinho uma quarta vez.
E ouvir escondido os Long Plays do Triunvirat, Jethro Tull e Led Zeppelin no quarto do irmão da Márcia Fávaro? Tínhamos que deixar tudo do jeito que estava quando invadíamos, porque se ele desconfiasse que alguém tinha mexido nos LPs dele, seria uma catástrofe.

Sempre nos reuníamos na casa da Márcia e assim foi até nossos 13, 14 anos. Um dia fundamos um jornal: "O Balote". Eu que já tinha facilidade para desenhar, fiquei responsável - além do conteúdo cultural - pela capa, logotipo e manchetes. Durou pouco "O Balote", mas eu nunca me esqueci dele. Meu primeiro porre foi na casa da Márcia Fávaro e eu sequer sabia disso. Tomamos o vinho do pai dela de São Roque, docinho, docinho... voltei pra casa cantarolando e falando sozinha. Minha mãe querendo saber o que eu tinha, coisa que só aconteceu no dia seguinte, depois de muita especulação, só podia ser o vinho, claro!

O bacana da middle-age é rever o "antigamente" que de agora em diante vou chamar de Antigamente, uma terra como Nárnia ou Logo Ali,  onde posso visitar e vasculhar à vontade. Rever Antigamente com os fatos e olhos de agora. Imaginem que no tempo de "O Balote" eu queria ser jornalista ou cineasta. Ou tocar numa banda de rock. Ou só viajar com ela.
Pedi um violão de presente no meu décimo segundo aniversário e me matriculei no conservatório da Capote Valente (que hoje é uma "espécie" de boate).
Siiim, minhas amiga... eu toco violão. E dele vieram muitas alegrias, muitas, muitas! Um tempo de cantar e cantar e cantar a beleza de ser o eterno aprendiz. Muitos sorrisos, muita risada, muita amizade, muita cultura.
Eu li o Manifesto Comunista em quadrinhos. O Capital, I e II inteiros e O Outro Lado da Meia Noite do Sidinêi (O Sheldon), Pappillon em capa dura do círculo do livro, todos, absolutamente todos os livros de Agatha Christie e Jorge Amado. Adorava o cheiro que os livros tinham em Antigamente. Cheiro de papelaria.  Abrir um livro... ah, abrir um livro... Como eu adorava abrir um livro! Que viagem.