Questionei sob o cobertor que habita meu sofá nos sábados de frio se quem estava assistindo conhecia Menescal, Bôscoli, Bossa Nova e se havia - polianamente - algum mérito naquilo. Apresentar a música ao público, talvez. Ou ainda o quadro ter sido um fiasco de audiência. Não cheguei a conclusão alguma.. O quadro do porteiro, produzidíssimo, não tem graça.
Quem me sabe conhece. Comecei a lista interminável por razões que justificasse aquilo: se faz rir, como anda o humor nos dia de hoje? Como vai nossa cultura? Como podemos brigar contra o preconceito se a maior rede de TV do país, sob o pretexto de representar o verdadeiro gosto popular, reforça paradigmas que tentamos subtrair do nosso cotidiano há décadas?
Sim, também pensei no meu papel no contexto, e no contexto e seus papéis que turvam nossa visão, às vezes ao ponto de pedirmos perdão à nós mesmos. Pensei nos chatíssimos "politicamente corretos" e não é sobre isso que escrevo hoje. Não gosto de rótulo algum, em qualquer ponto que a bússula apontar, não vale resumir a vida à textos e pretextos que só fazem abrir brechas para discussões vazias e intermináveis.
Mas há limites que devem ser reconhecidos e respeitados, há bom senso, há amor ao próximo, há responsabilidade.
Para quem conhece o quadro e conhece a canção, veja se combina. Não, não combina minhas amiga (como diria a amada Palmirinha Onofre).
Quem gosta de bossa nova, não deve gostar do porteiro do Zorra Total. E quem gosta do porteiro provavelmente não conhece ou não gosta da música usada para fazer humor da pior espécie. Ainda que muito bem produzido e elaborado.