(ESCRITO HÁ PELO MENOS UNS TRÊS ANOS, RESGATADO DO FINADO ORKUT)
Hoje Palmirinha está no canal Bem Simples da Fox, e eu também nao estou mais na TV Gazeta. Rrrrroquê, nosso querido parceiro, foi desta pra melhor. Tio Lú curte sua chácara e a família linda que construiu. Huguinho virou Guinho e fiel companheiro. Mas Palmirinha continua, frenética, absoluta, sem parar, nunca. Este texto, acredito, foi para alguma revitsta que escrevi e achei perdido num HD externo e me pareceu tão 'had had"!
PALMIRINHA NASCEU CULT
Só precisava de quem acreditasse que essa mulher era especial, de quem lhe desse elementos para ser quem é, como sempre foi e será: cult.
Palmirinha é bastante animada, adora música, rir, se
divertir... Quando assumi a direção do TV Culinária, em 2004, separava algumas
músicas para “cantarmos” juntas durante o programa. Isso fazia com que ela
lembrasse de sua história de vida, cheia de desafios vencidos. E assim, entre
uma massa e um molho, Palmirinha contava um pouco de sua trajetória. Muitas
vezes não segurava o choro fazendo com
que os e-mails entupissem a caixa postal do programa, os telefones tocassem
incessantes. Era o público solidário, oferecendo ombro, lenço, casa, carinho,
amor e pedindo pelamordedeus para que
a nossa “querida vovozinha Palmirinha” não chorasse mais. Comoção geral. Outras vezes, dançava imitando balé clássico
ao som de uma valsa enquanto um bolo todo enfeitado girava no utensílio chamado
de “bailarina”. Era muito divertido e comovente. E motivador. Um dia paramos nosso andar cantando alto, todos no switcher "Ainda ontem chorei de saudade". Gente que curtiu e gente irritada porque não conseguia trabalhar e que, o mínimo reclamou... nem todos são o que parecem e nada como o tempo para apurarmos nosso senso se observação.
Digam o que for, nossa história não vai mudar. As festas, o "up" e como ela começou a aparecer cada vez mais conversando com o "ponto", contando suas histórias, rindo delas, chorando com elas, dançando com suas filhas, partilhando sua vida com o Brasil. Foi assim que Palmirinha foi aos poucos se revelando ao púbico e ao país.
Palmirinha sempre foi grata. A graditão tatuada em cada uma
das ruguinhas no seu rosto, nas suas mãos quando preparava uma massa de pão até
ficar ofegante, no brilho dos olhos quando tudo dava certo.
É como uma fada boa,
a feiticeira amiga que une todas as tribos em volta do seu caldeirão,
promovendo a alquimia de transformar alimentos em pratos fabulosos. Comida de
mãe, de vó mesmo, saborosa como não
mais provamos em tempos “gastronomicamente corretos”. É um tal de pudim de
leite condensado pra cá, uma lasanha aos
quatro queijos exageradamente recheada pra lá... Palmirinha nunca economizou no
recheio de nada. Podia faltar tudo, menos fartura. Fartura não faltava. Fazia questão que se experimentasse os
pratos. Ficava ofendida se alguém não provasse suas receitas. Acordava às cinco
horas da manhã para testar a receita que daria no dia. Trazia tudo pronto e
duplicado. Detalhista, ficava orgulhosa da mesa bonita toda enfeitada para a
abertura do programa.
Dos anos em que
Palmirinha esteve na TV Gazeta, partilhei direta e diariamente – para meu
gáudio e contentamento – de dois. Dois anos intensos de muita alegria e
conquistas. Não lembro o que veio
antes. Lembro do que tinha que brigar para conseguir fazer o que foi feito, o quanto era preciso argumentar e conciliar para que acontecesse o que essa cachola que não pára de inventar ficasse satisfeita. Tenho certeza de que conquistou muito depois.
Quando me vi em frente ao computador para escrever esta
coluna, só pensava nesse período
saboroso em que partilhei de sua companhia. Então, por que não?
Salve Tio Lú! Salve Huguinho! Salve Rrrrrrrrrroque! Salve
“minhas amiguinha”! Salve, salve, Palmirinha.
Com carinho da CarmÊ!