Ouso usar este espaço para desabafos esporádicos e necessários. Como ousa?! Ousando, assim:
Água mole em pedra dura tanto bate até que a pedra confessa.
Água mole em pedra dura tanto bate até que a pedra confessa.
Ai, Jisuis! Isso lá é coisa que se diga, menina?!
Confesso que cedi à forja do lugar-comum, ações e reações esperadas. O tempo cansa, sabe?
E se alguém tem que ceder, o lado mais fraco da corda quebra.
- Ah, Vá... muda o disco, ó menina!
Como Sérgio Ricardo quebrando o violão no festival de 1967, gritando: "Vocês ganharam! Vocês ganharam!"
- Ganharam o quê? Vocês quem? "Tais" é louca, ó m'nina??!
Um pai de amigo, numa dessas festas de casamento, disse: "o mais inteligente é o que cede". Não aceitei bem na época, mas agora é um conforto. Acho que os "cedentes" acreditam nisso mesmo. Assim, "desistir" não tem aquele peso derrotista.
Desisti de insistir com aqueles que não dão chance, ainda que promissores, desisti. A ausência é um preço à pagar.
- Pagar?! Pagar, é? Ora pois que eu não me vou à pagar nada!
Desisti de alcançar o ideal. Decidi fazer o possível.
- Já está a melhorar...
Desisti de lutar contra a insônia para dormir o que o corpo pede: pouco, muito, não importa. Ver o dia amanhecer sem dormir me angustiava tanto que despertava ainda mais. Agora durmo o necessário, respeito meu relógio celular e me sinto melhor.
Desisti de malhar em ferro frio e decidi aceitar a política como ela é. Todas as políticas.
Desisti de usar amor na guerra. Se o amor constrói, sou empreiteira de ponta. Então, amar e seguir amando vai bem.
- Mas que singeleza... chega que me arrepio, ora pois!
Não importa quantas vezes desisti de qualquer coisa enquanto eu não desistir do amor porque é "só o amor que conhece o que é verdade".
Partilhar sempre.
Ler, estudar, reciclar, conhecer, entender, compreender, querer, pensar, criar é o que mantém vivas pessoas como nós, e nos distancia do precioso poder pelo qual vale tudo.
Viva Renato Russo, Raul Seixas, Zé Ramalho, Cazuza, Lobão e Lulú Santos!
Viva Clarice Linspector, Maria Bethânia, Elis Regina, Agatha Christie, Cleópatra e Xica da Silva!
Viva.