sexta-feira, 27 de abril de 2012

QUE A ARTE NOS SALVE



Lendo sobre um dos meus preferidos, Charles Bukowsky, encontrei um site  interessante: www.jovemperverso.com  do qual, modestamente, retirei um trecho que acho merece ser lido pelo maior número de pessoas que puderem, claro.
O texto, claro, sobre a marginalidade de Bukowsky, sobre ser belo e feio. Caro Jovem Perverso, obrigada pelo texto aqui partilhado:


As vezes as pessoas feias são as que mais são bonitas, os marginais (Não entenda criminosos) são os que enxergam o mundo sem uma lente de contato em que tudo é belo, a realidade é sofrida, dolorida, feia, mas que no fundo é bela, muito bela, não uma beleza clichê que muda com o tempo, mas uma beleza clichê que é eterna.
Salve os marginais, os problematicos, os feios, os nerds, salve os que não se sentem parte de nada, os excluídos, pois enquanto houverem os “excluídos” ainda vai haver arte, quando todos tiverem uma beleza imposta, uma vida boa, um sorriso falso em um simulacro de alegria no rosto, ai a arte morre. Podem discordar de mim, claro que podem, mas a arte só surge das tragédias, não digo das que você vê nos jornais, mas sim da pior da todas, a tragédia de viver sendo diferente. Que a arte nos embeleze um dia.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

FACE THE BOOK


Bom final de tade, queridos leitores!
Estou - nos meus arroubos autodidatas - querendo aprender a linguagem HTML e deixar este blog mais a minha cara. Dá trabalho, mas é bacana!

Felicidade não existe. Mas os momentos felizes fazem a diferença o dia todo.

Tive um bom dia! Tive uma prova de resistência. Tem mais gente querendo o que a gente quer. Tem mais gente que acredita no que acredito. Fiquei feliz e emotivada.

Agora...
Pensamento do dia que não deve ser postado no objeto em questão: o Facebook está me cansando. Acho uma ferramenta fantástica, mas está exigindo demais de mim. Eu praticamente só recebo no meu feed de notíciais informações sobre empresas e comunidades interessantes. Claro que na minha página leio todos os amigos, mas é aí que está a questão. Acho falta de educação não dar atençao à quem - seja lá por que  motivo for - gastou um tempo mandando uma mensagem pra você. Talvez eu estaja precisando dar uma reorganizada nessa "linha do tempo" (isso, sim, deu uma broxada no face pra mim), que eu chamo de "túnel do tempo" porque me sinto flutuando numa espiral cheia de papéis e histórias que não se  consegue organizar. Questão de tempo, eu sei. Mas agora o tempo é agora.
Ao mesmo "tempo", acho o Facebook tão doce... encontramos pessoas tão bacanas, reencontramos amigos tão queridos de um tempo só deles...
Ta, vamos considerar que este tenha sido um pensamento num dia chuvoso de Outono numa cidade grande. Amanhã passa.
Na sessão: "Fazendo a diferença no mundo", assim que recarregar as baterias (estão quase cheias), pretendo ficar muito feliz. Ou permanecer feliz a maior parte do tempo. Li que "é bom viver". Tenho repetido isso, porque é bom mesmo. Ouvi "pra que se aborrecer com pequenas coisas?". Tenho repetido isso, porque é verdade mesmo. Tenho exercitado a palavra "liberdade". E alimentado a famigerada "coragem".
Sim, pesei os prós e os contras, inclusive de carne e osso. Os prós estão na frente!
Como digo:
Pratico gratidão todos os dias. Exercito compaixão quase todos os dias.
Um dia eu chego. (em resposta ao amigo Clodovil: "será que eu chego?")

quarta-feira, 25 de abril de 2012

EU SINTO... SINTO TANTO!


Na maioria das vezes, não consigo expressar o que sinto quando troco os canais na TV. Não identifico na pressa ou angústia de encontrar, o que me faria parar o zapping. Prestei vestibular em 1977, final dele. Entrei na FAAP, Comunicação Social e na USP em Turismo. Queria Jornalismo, TV, Rádio, Cinema, Teatro, Música, tudo ao mesmo tempo. Devorava as histórias de revistas antigas, e prestava mais do que atenção às histórias do meu pai sobre o cinema de sua adolescência.  Cresci com a chegada da TV nos lares de classe média. As histórias eram contadas por autores, atores e profissionais do teatro e cinema. As novelas mais populares eram de Janete Clair e Ivani Ribeiro - uma da Globo, outra da Tupi. Vi Ziembinsky interpretar uma velha senhora, as mãos de Lima Duarte sendo garçon, vi gente começar, terminar, ser esquecida, voltar, virar cult. Adorava o Pop, o popular, Chacrinha, a buzina, o abacaxi, o bacalhau, os especiais musicais, os teleteatros... a TV tinha tudo. Tudo de bom. Tudo o que poderia ser e não foi, também tinha. Hoje, não mais um negócio de entretenimento e artes, mas apenas um negócio que deve ser rentável ao custo que couber à cada consciência, quando leio textos como este, me encontro. Me sinto representada por quem tem voz. Estou na área. Sou da área. Mas minha voz é vencida. Podemos fazer muito, muito, tudo de simples, tudo de popular, tudo de divertido, mas, isso?! A TV pode tudo. Elege e destrona presidentes, reis e rainhas. Este é o resultado do negócio que virou a TV - que não foi a que aprendi com meus ainda mestres, também - acredito - desolados com o que vêem quase todos os dias.

Hoje ainda é meu aniversário. 
Fecho os olhos bem apertados e faço um pedido, feito a criança que queria ser jornalista, Tin Tin de saias, que fundava um jornal atrás do outro, diagramado à mão em folhas de papel almaço sem linhas.

Palavras do ator Wagner Moura sobre o Pânico na TV, em carta aberta, divulgada no globo.com:

“Quando estava saindo da cerimônia de entrega do prêmio APCA, há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado. Ele disse que me amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma entrevista para seu programa de TV no interior. Mesmo estando com o táxi de porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época da gentileza, do muito obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total. Ele me perguntou uma ou duas bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador do programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para a câmera rindo. Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui percebendo que estava fazendo parte de um programa de TV, desses que sacaneiam as pessoas. Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em enfiar a porrada no garoto, mas imediatamente entendi que era isso mesmo que ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a condição humana, e tudo que consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror), virar as costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. Não satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi depois que eu entrei, eu tentei fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo. Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! Mas fiquei quieto, tipo assalto, em que reagir é pior.

” O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice ”

O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço em que chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos outros é engraçado? Qual será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir os incautos com pedaços de pau para o deleite sorridente do telespectador? Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia.

” Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência ”

Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim como deve gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio. Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa. Tive pai e mãe. Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana? É jornalismo isso? Aliás, dá para ter respeito por um sujeito que fica escondido atrás de uma árvore para fotografar uma criança no parquinho? Dois deles perseguiram uma amiga atriz, grávida de oito meses, por dois quarteirões. Ela passou mal, e os caras continuaram fotografando. Perseguir uma grávida? Ah, mas tá reclamando de quê? Não é famoso? Então agüenta! O que que é isso, gente? Du Moscovis e Lázaro (Ramos) também já escreveram sobre o assunto, e eu acho que tem, sim, que haver alguma reação por parte dos que não estão a fim de alimentar essa palhaçada. Existe, sim, gente inteligente que não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos programas de TV. Existe, sim, gente que tem outros valores, como meus amigos do MHuD (Movimento Humanos Direitos), que estão preocupados é em combater o trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes latifúndios, o aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom humor. Há, sim, gente que pensa diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados.

No dia seguinte, o rapaz do programa mandou um e-mail para o escritório que me agencia se desculpando por, segundo suas palavras, a “cagada” que havia feito. Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência. E contra a audiência não há argumentos. Será?"

sexta-feira, 20 de abril de 2012

LENNIANA


VITAE?
(solo)
Radialista, Jornalista, idealista, realista, ensaísta, detalhista, desenhista,curiosa, aplicada, avoada, quase nada…
(everybody)
All we are saying is give peace a chance
(solo)
Criativa, inventiva, taxativa, matemática, problemática, chata, muito chata, menos chata, chata nada…! Bem legal!
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
Redatora, professora? Co-autora, inventante, palestrante, interessante, neste instante, haja amor, haja humor, há humor, muito humor... xô rumor!
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
Dançarina, cilibrina, rockn’roll, muito show, teatro, atriz, ator, musical, atual, enxoval, ah… normal!
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
Violão, dois irmãos, coração, emoção, paixão, um marido, muitos filhos, mãe e filha, mãe, só família…
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
A verdade, igualdade, toda idade, promenade, só saudade, variedade, irmandade… xô maldade!
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
Aprendendo, absorvendo, atuando, envolvendo, me amando, produzindo, evoluindo, alcançando, entendendo, esquecendo, viajando.
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
(solo)
Tudo certo, céu aberto, braços largos, seios fartos, maternal, visceral, sempre novo, tudo novo, e de novo... aprender!
(everybody)
all we are saying is give peace a chance!
RES INEXPLICATA VOLENS

quinta-feira, 19 de abril de 2012

DOPAMINA


Se Dopamina tivesse rosto, seria Endora?

Diz o Wickipédia (Ctrlc+Ctrlv):
dopamina é um importante neurotransmissor no cérebro, produzido por um grupo de células nervosas, chamadas de Neurónios Pré-Sinapticos, que atuam no cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a sensação de motivação.
dopamina é precursora natural da adrenalina e da noradrenalina e por conseguinte tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central.
As anormalidades da dopamina são muitas vezes relacionadas às patologias de desordens psíquicas tal qual à Esquizofrenia (para a psiquiatria: o desbalanceamento com excesso na via dopaminérgica mesolímbica e escassez na via mesocortical), e também estando associada ao Mal de Parkinson (escassez na via dopaminérgica nigro-estriatal).
A dopamina está por trás da dependência do jogo (inclusive eletrônicos), sexo, do álcool e de outras drogas.

xx

Se é responsável pela sensação de prazer e motivação, faltou o complemento:

"A Dopamina está por trás da dependência do jogo (inclusive eletrônicos), sexo, do álcool, perder peso, fotos do Brad Pitt sem camisa, um dia sob o sol de Boiçucanga, uma longa viagem de avião com destino dos sonhos, um livro apaixonante, lembranças da Disco Music, cortinas vermelhas abrindo a tela para o cinema, Green Label, Caipirinha de Lima da Pérsia, Bis, Petit Gateau; teatros recebendo shows musicais (não mesinhas apertadas e barulhentas), cantar, dançar, beijar muito, abraçar muito, rir muito, sorvete, mais sorvete, muito sorvete e outras drogas.
Estou em plena dopamina astral. Dia 25 de abril passa, junto com meu aniversário e a Revolução dos Cravos.

Vamos lá, gente: exercício sempre! (e viagens, sexo, rock'n roll, teatros, musicais, cantar, dançar e, acima de tudo, fazer aniversário.)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

E o Sonho acabou, né?

Estava num lindo, lindo sonho, sensação agradável de quem iria acordar na certeza de um final feliz. Só faltava trilha sonora nesse sonho que estava gostoso demais. Aí, plum! Um barulhão! Meu marido levanta da cama no susto, praguejando: "nossa senhora do *****! que foi isso?!".
A grade de proteção da cama da nossa filha que fica em cima do escritório dela caiu; se desfez, na verdade. E ninguém mais consegiu dormir, tamanho susto. Depois de uns copos de água e leite, ela foi para a escola, ele foi trabalhar (na verdade, acho que foi tomar café fora de casa pra relaxar), e eu fiquei aqui,acordada  num horário que não é mais meu pensando em como fazer pro sonho voltar no ponto em que parou!
Bom dia, sexta feira 13, dia internacional do beijo. Beijem muito. Se não me engano, no sonho tinha beijo também.
Oh, bendita grade!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sem mais.

Demora um pouco para carregar, mas vai.
1985

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Message in a Bottle

A gente erra. Todo o mundo erra. Reconhecer os próprios erros e melhorar como pessoa é difícil, muito difícil e absolutamente POSSÍVEL. 

Agradeço todos os dias a capacidade de reconhecer o que não deu certo, o que posso aprimorar e ainda espero abraços, o "deixa isso pra lá, o que é que há, o que é que tem?". Melhor viver apagando desenhos mal feitos do que quebrando ponta de lápis. Meus braços estão abertos. Paz, cultura, harmonia, conhecimento, partilhar, comemorar, agradecer. Tenho o que comemorar. E agradecer. Viver, enfim. Aos olhares com desconfiança, minha mão está estendida. Alguém tem que começar.

A gente acerta também. Esse é o propósito dos erros, esporádicos ou constantes. Acertar. Todos buscamos ser queridos, no mínimo. Respeitáveis, para gozo e alegria estendida como a mão.

Duro é quem erra e não sabe, acerta sem querer e persiste na ausência de auto análise, ou apenas análise dos fatos e suas consequências. Esses são difíceis, rochas. Guerras travadas, escudos brilhantes. Mais atraentes do que a garrafa envelhecida pelo tempo e desgaste em águas turvas.

Vejo pessoas que me poderiam ser ótimos amigos e que as circunstâncias nos afastaram de vez. Reconheço pessoas de e do bem que não me vêem como as vejo. Alguma deve ter acontecido. Tenho amigos em comum com o que podemos chamar de "não amigos" . "Inimigos"  palavra pesada e feia para pessoas, que no fundo, no raso ou no meio, devem ser bacanas porque são amigos dos meus amigos.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Eu estou disposta. Lançando a mensagem na garrafa num oceano infindo e imprevisível, inconstante, calmo, turbulento, lindo e horripilante. Com um único argumento: acredite. Pelo menos no filtro solar.

terça-feira, 3 de abril de 2012

VIDAS CRUZADAS - ATUALIZADO (e quase revisado)

Tenho tanto a falar sobre esses filmes, sobre a presença de Sissy Spacek em todos,  o impacto que deveria durar em nós, mas está tããão tarde... Voltarei e mudarei este post, só não queria deixar passar. Se não escrevo, não volto. Se não volto, não mudo. Assistam todos os 3 filmes. São referências. E um deles ainda foi co-dirigido por Cher. Desculpem os erros de digitação. Meus dedos estão mais leves que o teclado. Acho que definitivamente aprendi que não é mais preciso força para imprimir um pensamento, como na época das máquinas regmington. 

Cena do filme "Vidas Cruzadas" (The Help)

Hoje assisti "Vidas Cruzadas". Muito bom. Me veio à memória outro filme, também com Sissy Spacek no elenco: "Uma História Americana", sobre a greve que os negros fizeram, recusando-se a usar ônibus que os segregavam nos bancos de trás. Todas as empregadas e trabalhadores negros iam à pé. Quilômetros e quilômetros até o trabalho... igualmente emocionante, de 1990. Sissy Spacek - guardadas as devidas - foi a Emma Stone da história. Ainda bem que existem e existirão pessoas como nós.


Mas, antes, vamos começar com a nossa própria história. Por favor, quem lembrar de alguma mulher abolicionista, ou desprovida de preconceito que não seja em causa própria, de nacionaidade brasileira, levanta o mouse. Estou buscando, porque certamente temos. E temos muitas. Mas como acredita minha teoria persecurtória que assegurou durante anos que fôssemos massa de manobra inter e nacinalmente  (cá entre nós, falemos baixinho, ainda acho que somos).  Mais ainda, vamos falar de nossos heróis? Quem são nossos heróis? Parece que essa editoria foi inaugurada depois de Garrincha e Pelé, não, talvez antes, com João Emanuel Fangio...  brasileiro? Estou aqui desprovida de pesquisas e sem googar nada, desculpem se a ignorância vem visitar vez em quando e se os dedos estão mais leves que o teclado, comendo letras e palavras. Estou só e quero assim: verborrágica. Feio, né? Vou corrigir com o tempo, mas hoje, não.
Todos os nossos heróis que lembro, vem do século XX. 
Esses filmes americanos que falam sobre a luta da mulher negra, da mulher pelo seu direito ao que fazer com o próprio corpo, vem de uma longa, longa jornada. Da conquista da américa, da escravidão mais do que definida e aceita. Eram brancos e negros, cada um na sua área, no seu banheiro, no seu lugar no ônibus. Nos comovemos com isso sem termos passado por isso... Mestres que me ensinaram a pensar, por favor, dêem-me uma luz e digam que a Marquesa de Santos foi mais que uma amante de Imperador, que Xica da Silva foi uma negra que encarou os brancos agindo como... branca. Que Dona Beija era uma mulher à frente do seu tempo,mas nem tanto preocupada consigo. Nossas batalhadoras foram as atrizes, as dançarinas do Cassino da URCA, as vedetes, as mulheres que ousaram dominar os homens, aquelas que na carteira de trabalho tinham que ler profissão: "Puta". As operárias que ganhavam (e ganham) menos que os homens e que, embora hoje os jornais estampem como novidade que a mulher é o provedor da casa, já era assim há muito tempo. Profissão: "puta". Existe horror maior que esse? Existe, o homem é capaz do inimaginável até para mentes brilhantes como Stephen King, que também nos é distante. Nossos suspenses tem outro aprouch, outra pegada... Mulher nenhuma tem a vida fácil. Pode até com o tempo, conquistar uma, ou nascer numa, mas não o tempo todo. Diferenças hormonais, biológicas, herança genética... enfim. Com relação aos americanos, é tudo tão bonito nesses filmes. A luta pela liberdade é tão engrandecedora. Dá orgulho do que não somos, mas do que eles são ou do que pensamos que somos.
É tão chato ficar comparando com a nossa história. Nossa história é tão... tão... tão doida! Tão miscigenada. É preciso estudar mais, as escolas precisam ensinar mais, nossas crianças precisam saber mais sobre nós, sobre de onde viemos, como nos "libertamos", como nos transformamos no que somos para termos orgulho de sermos quem somos. Saber a historia das nossas operárias, das escravas - não apenas as que viraram santas e milagrosas, mas as que de alguma forma também se rebelaram contra o sofrimento e seu estado. Me recuso a aceitar que elas, brasieliras, não tenham existido. E não há quase registro sobre as nossas anônimas famosas que, de uma forma ou outra, ajudaram a mudar esse país, ou a melhorar a sua vida. Temos que nos orgulhar como povo que somos, não ter vergonha de politíticos corruptos ou Imperadores que pararam no meio do caminho por conta de uma dor de barriga. Precisamos nos orgulhar de ser brasileiros pela nossa história. Por uma história ainda escondida, história feita pelo povo, por anônimos, batalhadores, guerreiros, como guerreiras foram essas mulheres destes filmes americanos. Existem sim  brasileiros assim. Existem heróis, existem Palmirinhas aos montes escondidas no que pensam ser a insignificância da pobreza. Vamos procurá-los, achá-los, contar suas histórias. É disso que precisamos. Eu, reconheço, preciso estudar mais sobre o que lancei agora, e é um compromisso. Um novo post virá. E este veio inspirado em histórias maravilhosas que aconteceram lá na América do Norte, e que bem poderiam - e devem ter - acontecido nesta América do Sul. Assistam para ter vontade de conhecer nossa verdadeira história. Assistam, vale a pena.
"Uma História Americana"
Os negros americanos se recusam a pegar ônibus enquanto fossem segregados na parte de trás, entre outras humilhações. Trabalhadores e trabalhadoras caminhavam horas, quilômetros, chegavam com os pés em frangalhos para um dia longo de trabalho ainda semi-escravo. Sissy Spaceck, patroa compadecida, vai escondida da família buscar sua empregada, Whoopi Goldberg, de madrugada.

E falando em mulheres de coragem, descobri que um dos filmes que mais me impressionou nessa editoria, foi co dirigido por ninguém mais ninguém menos que Cher. Só podia:
 O Preço de uma Escolha (a história de três mulheres - Demi Moore, Sissy Spacek e Anne Heche - que vivem na mesma casa em Chicago, mas com 22 anos de diferença entre si. todas terão que lidar com a gravidez indesejada, de acordo com os parâmetros de cada época. excelente telefilme da HBO, co-dirigido por Cher e Nancy Savoca)