quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

FELIZ MUNDO NOVO - ANO 01

Diário intraestelar de bordo.

Aviso: o mundo acabou em 21 de Dezembro de 2012. No entanto, tecnicamente ainda não ultrapassamos o último mês, Dezembro. Tecnicamente aqui os anos começam dia primeiro de janeiro.
Eu, meu teclado, livros espalhados e um ventilador que oscila quando aperto o botão estamos aguardando a chegada do ANO 01.
Engraçado. Ao teclar ANO 01 o ventilador oscilante desligou. Sem problemas. Acontece nas ligações mal feitas nos edifícios novos construídos em áreas não tão nobres, ou - para não ofender moradores como eu - em áreas não tradicionais. Mas o caminhão do morando chegou. E está gritando: "chame a mamããããe! morangos de Atibaia!! Venha logo! Estaremos atendendo outras freguesias! Morangos da mais alta qualidade! Diretamente do Produtor! Aproveite, venha logo!! O caminhaão do morando chegoooooooooouuuu! 4 caixas de morando! Só 5 reais!!! Atenção criançada! Chame a mamãããããe!". De uma certa forma, deu saudade do interior, quando nem esperávamos que o mundo acabaria. Estaremos aqui, aconteça o que acontecer. E a música do caminhão é: "beber, cair, levantar". Chame a mamãe, o papai, o titio... dá pra fazer caipiroska de morango, sabiam criancinhas? É o fim do mundo mesmo. E vamo embora sambá! Bebê, caí, levantá.

À partir de hoje e sem frequência cristã, o diário da expectativa do novo ano. O ANO 01.
Pode não ser para você, você e você. Mas, para mim, será. E por ter nascido dadivosa e altruísta, vou dividir com vocês tudo o que acontecer comigo, falando sobre mim, eu e eu mesma. Altruísmo de sobra e essa última frase é completamente desnecessária para quem entende a piadinha sem graça e oriental entre as linhas.

Al? Al, você está aí? R2D2?!

Peguei vocês! Não é delírio. É a...pe....nas....   o... fff..i...m.... d..o... po...s...t...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Canta Brasil, canta... 1982



Simone - Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores - Canta Brasil 1982

Eu estava lá, na arquibancada. Cheia de ideais. E certezas. O coração saltando pela boca e uma garrafa térmica com café. Quem diria que em 2012 o Brasil mostraria a sua cara e que paga. E a gente fica assim. Nem a música faz mais sentido. Que dó. Tínhamos quantos? 20, 20 e poucos anos?

O mundo é uma bola quadrada que gira parada.



Zé Ramalho - Força Verde 


Em 1982 eu também estava no coquetel de lançamento deste disco. Tenho o vinil promocional. Ele é todo o verde, o LP. Trabalho fantástico e mais um pouquinho da minha história

Caetano Veloso - Queixa
Eu vivi. Fui personagem dessa música. Foi assim e foi bom.
Foi muito bom. 






segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O IMPROVÁVEL

Provavelmente as chances de uma saída entre amigas deveria acabar do modo que começa: muita conversa e risadas.

Pouco provável acontecer algo inesperado que pode melhorar o humor e até o rumo da noite. Mais improvável ainda que a noite se desdobre em outro dia, outras conversas e muito em comum.

E foi assim que aconteceu e fiquei feliz. Estou feliz. Novos amigos improváveis, numa situação pouco provável, reunidos numa praça que eu não sabia que existia, salvando vidas, morrendo de rir, filosofando desconfiados, resolutos em confiar. Amores.

Quando nos permitimos, é simples assim. E não vou perder enquanto alegre, enquanto o que pode ser esteja sendo.Viva a alegria e viva o prazer de estar gostando de viver. E viva o rabo do tatú.

domingo, 2 de dezembro de 2012

The Body Invaders

Kevin Macarthy gritava entre carros numa highway: "Eles estão vindo! Eles estão chegando! Eles vão tomar conta de todos nós! Eles vão tomar conta de vocês!!"
 
O Filme, "Vampiros de Almas", péssima tradução para "The Body Invaders", de 1958, onde um médico interpretado por Kevin Macarthy percebe que plantas enormes e estranhas "geravam" cópias dos habitantes de uma pequena cidade enquanto eles dormiam. A coisa vai ficando de um jeito que fica difícil saber quem é cópia ou não.
 
Falei sobre o filme noutro dia, durante uma reunião de pauta, para exemplificar como as coisas poderiam ser contadas de formas diferentes, já que tudo já foi contado e o que intressaria os telespectadores seria a forma. Lembrei da refilmagem - que vi primeiro - de 1978 com David Sutherland, pai de Kiefer 24 hours Sutherland que me impressionou e como tudo que me impressiona ou interessa, vou atrás, e descobri o original, assisti e soube que havia uma mensagem subliminar sobre a "Caça às Bruxas", apelido da época em que o Senador Mcarty - não o ator - perseguia os intelecutais conhecidos como comunistas, aqueles que comiam criancinhas e um dos motivos que fez Charles Chaplin se exilar em Londres e definir quem era quem em Hollywood. Uma vez descoberta a "caça às bruxas", eu não podia parar. Tinha que saber mais. Quem entregou quem em Hollywood. E, que tristeza, a formação da lista negra com nomes de roteiristas, diretores, produtores, atores impedidos de trabalhar e até condenados à prisão por ações "anti-americanas".
 
Como nos últimos dias este modesto e humilde blog tem me servido de moleskine para que eu não esqueça de desenvolver tantos assuntos que "coincidentemente" vêm à tona, como que quicando no fundo, começam a subir, paro por aqui essa história interessantíssima e vergonhosa para os Estados Unidos, que entre suas pregações profetiza a igualdade dos povos e ser a terra das oportunidades.
 
O que mais sei vêm do cinema corajoso e dos livros maravilhosos que li e assisti. Alguns mais de uma vez. E das canções que tocava ao violão com uma certeza de que haveria de mudar aquilo tudo.
 
Talvez volte o humor inteligente, as sacadas rápidas... uma das coisas mais bacanas de não precisar relevar nem compreender quem você acreditava ser a mão que a ajudaria a subir o Everest se fosse preciso.
 
Volto, mais atenta. Mais alerta. Como a cada dia. O conhecimento é uma luz sobre a verdade. A ignorância uma covardia de quem não quer ser incomodado.
 
Ãnfãn, ces't la memme chose.

 Donald Sotherland - Body Invaders, 1978
 
Senador Joseph MCarty - década de 50

Quero escrever pra Tina Turner

 Madonna veio pessoalmente abraçar Jesus, que é brasileiro, sob a luz da árvore na Lagoa. Percebeu? Ó, ó... viu? Sentiu a ligação? heim?! Heim?!

Madonna... Jesus... Natal...  Dizem que a fila de entrada para o show estava tão grande que até o Cristo Redentor desceu o morro e estava nela. Com a sorte geográfica que geralemente me acompanha em shows, cinemas e exposições coletivas, se eu estivesse no show da Madonna, o Cristo estaria na minha frente, muito bem posicionado, e dessa vez nem pulinhos iriam adiantar.

Agora lembrei do show de Amy Whinehouse aqui no Brasil, talvez um mês antes dela morrer. Fomos eu e minha fiel companheira, Beatriz. Filha pra e parceirinha pra (quase) todas as horas. Foi a melhor forma de definir o que significava "crônica de uma morte anunciada" para Beatriz. Ver Amy no palco naquelas condições, o público indo embora antes do término do show... Mesmo assim, nos sentimos parte de um pouco da história respirando o mesmo ar que Amy Whinehouse. Não exatamente o meeeeeesmo ar. Talvez o palco não fosse tão "incensado" como a platéia. Ficamos loucas por tabela, além das cenas de sexo ao vivo sob roupas, em pé entre tropeços de Miss Winehouse. E eu achando que para os que ali estavam, Amy era o principal.

O que me fez lembrar o show de Tina Turner nos anos 80. Ela era a principal. Platéia incensada ou não, era Tina Turner no palco e todos cantaram as músicas, interagiram, surfaram na onda. Tina Turner estava por cima e eu em cima dos ombros do meu namorado. Tina acabara de lançar o disco que marcaria sua volta aos palcos, ao sucesso e ao eterno: Private Dancer, What's Love Got to to with it? Let's Stay Together, We Don't Need Another Hero... Tudo estava lá.

O que me faz ter certeza de que é muito bom ser deste tempo, neste momento.