quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PRA QUEM NÃO GOSTA DE NATAL

Um dia acreditei que poderia fazer a "corrente do bem".
Alguma coisa me engoliu e depois que fui devidamente digerida e devolvida pra natureza, estou reciclada, capim, renascendo como praga entre uma dentada e outra.
Boa pra reavaliar algumas verdades assimiladas, e uma das verdades mais simpáticas ficou sendo: "o Natal é das crianças".
E é mesmo. Adorava o Natal quando era criança, adorava o Natal quando os meus sobrinhos eram crianças, adorava o Natal quando minha filha era criança. Aí foram todas crescendo em sua respectiva década e o aniversário do Cara foi ficando cada vez menos atraente. As luzes lá fora que antes eram o pó mágico da Sininho, a cada ano vivido e centímetro crescido, transformavam-se em "compre! compre! compre!", decolores.
Aí não dá.
Vai perdendo a graça. Calma, que pior é perder a alegria.

Por quê não dá? Porque tem coisas exclusivas do Natal que faz a gente bodear logo no início do mês.

O coitado do pérú, por exemplo. Só existe no Natal. Durante todo o ano ninguém lembra do perú. Mas ele é o rei do Natal, sucesso de vendas, o preferido de 9 entre 10 ceias, todo recheadão, imponente no centro da mesa.

Outra coisa é a empreitada para recolher mantimentos, produtos de higiene ebrinquedos para os menos favorecidos, como se eles só comecem, tomassem banho ou escovassem os dentes só no Natal! Isso tinha que acontecer todos os dias! Durante todo o ano!
E a epidemia de caixas de sapato forradas de papel de presente com um rasgo no meio onde logo abaixo pode-se ler claramente: "Caixinha de Natal obrigado"?
Como assim, "caixinha de natal obrigado"??
É preciso mais que um décimo-terceiro de um trabalhador para "honrar" todas as caixinhas dos prestadores de serviço que recebem salário durante o ano exatamente para prestar serviço.
Dá até pra acreditar que não é um país de vencedores. Sim, porque se você batalha pra subir na vida, é taxado de todos os lados e formas. E aí vira perdedor, ou contraventor, ou sonegador, ou desertor. Cadê o estímulo pra andar na linha? Ah, falaverdá...
A cada ano também tem uma daquelas novidades desanimadoras como o aquecimento global ou aumento dos impostos já absurdos. E as TVs parecem fazer as retrospectivas do ano para suicidas. Pra que ver tanta tragédia de novo? E - pior - tudo de uma vez?! Viu? Tudo o que você desejou não aconteceu, bobão. Vai deixar de desejar por causa disso? Nããão, claro que não!

É assim, gente! Não tem jeito! Tem sido assim há anos, e a tendência é aquela que todo o mundo no mínimo já leu em alguma revista: o planeta resite, mas a humanidade, who knows? O homem já tem natureza predadora, mandão, orgulhoso... Já era assim na pedra lascada. Agora que conta em cifras, nem dá pra comentar.

E o que é que a gente vai fazer sobre isso? Comprar uma caixa blaster de kleenex, sentar na frente da TV derramando cântaros de tristeza e agonia?

Acho que não. Por favor, não. Porque sua energia unida à outras na mesma sintonia, cria uma onda que pode influenciar mais pessoas a entristecer, a se angustiar. Como o contrário também vale, a gente que não curte mais tanto o Natal assim, bem que podia se ajudar, né?

Vibrar positivamente e atrair uma onda boa, leve, otimista... como uma paixão faz com a gente. O mundo pode estar acabando, mas se estamos apaixonados, tudo é cor e alegria.

Vamos nos namorar um pouco. É difícil, mas desde que ouvi esse conselho, tenho tentado e tem minimizado efeitos que poderiam ser desastrosos.

Vamos, lá: é Natal, que saco. Quanta correria, quanto presente, quantos pedidos, quanta gente, quanta tragédia, quanta agitação, quanto compromisso! Aaarrhhg! Mas, passa! Há de passar, e o que fica na gente é a consequência de ter "apanhado" bastante durante este mês.

Não quero mais entristecer no Natal. Quero ter o controle dessa sensação, quero festejar como festejamos no meio do ano um aniversário de amigo, uma confraternização.

Não quero mais aceitar essa chatice.

Não quero mais bombardeio de notícias ruins e trágicas. As notícias falam do problema e nunca destacam a solução. É pra gente pensar que não tem solução?

Sem hipocrisia, mas cheia de boas intensões (não me venha falar de inferno!), vamos tentar mudar esse clima, vá... Eu topo!


Feliz Natal.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SORRY, SIR (Elton John)

Hoje eu nem ia passar por aqui. Como todos os dias, enquanto trabalho um pouco, me divirto um pouco e reorganizo as idéias, abri o youtube para ver e ouvir canções que me esperam todas as noites. O eleito de hoje foi Elton John.

Abri uma página inteira de canções e escolhi uma que marcou a minha infância: "Goodbye Yellow Brick Road". A participação dos Muppets deixava tudo ainda mais nostálgico e gostoso de curtir. Foi quando comecei a ler os comentários abaixo do vídeo e fiquei de cara. Brincadeiras ou não, o palavreado desenfreado e preconceituoso me fez retirar o vídeo que havia postado na primeira página do orkut, como faço todas as semanas. Fiquei constrangida. Muito. Chocada, pra falar a verdade, com a capacidade criativa do mal daquelas pessoas. Eu nem leria o resto se a primeira postagem não fosse algo do tipo: "eu gosto da música, mas não aceito sua orientação sexual. Se ele não fosse gay, seria perfeito". O comentário seguinte foi mais corroído, indizível. Me nego a postar aqui. Horrível. Outro vídeo, mais comentários jocosos. Não há vídeos de Elton John no youtube sem comentários baixo nível, rancorosos, assinados por desorientados sexuais cuja intolerância amedronta.

Quando eu ouvia "Goodbye Yellow Brick Road" nos radinhos de pilha e nos moderníssimos 3 em 1, aos onze ou doze anos, não se falava em orientação sexual, não significava nada, não era nada além da canção, do encantamento.

Não pude deixar de vir e registrar minha perplexidade para com aquilo que hoje parece ser a coisa mais natural do mundo: a ofensa.

Cortou meu barato.

Eis o link. Nós merecemos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O CONJUNTO DA OBRA

Não é a idade que nos rouba o ímpeto e o arrojo da juventude.
É a impunidade.

O sonho dos vinte anos só morre aos quarenta porque aos "enta" já se apanhou demais de uma sociedade teimosa, moldada em velhos conceitos, persistente e broxante. Aí só nos resta lembrar do que foi, porque o que foi, era esperança do que deveria ter sido.

E ouvimos músicas do "nosso tempo", vídeos de propaganda e brinquedos da "nossa época", adoramos a Benedito Calixto e a Feirinha do Bixiga, passeando entre objetos que um dia manuseamos, lembrando de tempos quando éramos sonhadores ou "felizes sem saber", como preferem alguns. Eu não. Eu sempre soube que era feliz aos 12, 13, 17, 20. Tinha dúvidas e angústias, claro! Me perdia, mas me achava.

A coisa começou a mudar aos 24, com as primeiras constatações de impunidade, os primeiros testemunhos de injustiça. Quando a gente levanta o rosto pra lutar pelo considerado certo, e levamos um tapa estatelante e inesquecível, que nos obriga a baixar a cabeça, engolir o choro e sair de cena. Quando percebemos que o que era certo, não é mais. Quando passamos a precisar mais do que doar.

Não é tão ruim. É diferente. Tudo fica diferente e homeopaticamente, a alegria vai se perdendo, milimetricamente um tiquinho à cada década, pra entrarmos em crise aos 40. Levante o mouse quem não teve a crise dos "enta"!

Tem mais nisso tudo, eu sei. Aliás, uma das piores coisas adquiridas com o tempo é a ponderação. Como é chato ponderar! Como é desgastante pensar em todas as possibilidades antes de uma conclusão! Aos "inte", sim é sim, não é não, e talvez nem existia. Mais prático, direto, objetivo.

Mas aí você poderia estar cometendo uma injustiça!

Será mesmo? Será que o universo não nos avisa através dos sentidos e sinais o que devemos fazer? Será que temos mesmo que suportar o que não faz bem por temer o erro? Será que temos o direito de cometermos injustiça conosco por receio de errar com o outro?
Affe... está provado que só é possível filosofar em alemão.

Longe de mim tanta resposta, tanto questionamento. Só estou pensando como seria bacana facilitar um pouco as coisas aqui pra nós, humanos mortais e imperfeitos, não carregando culpa alheia e sendo honestos com nossos sentimentos, por mais "politicamente incorretos" que possam parecer.

Penso que se não prejudicarmos, não desejarmos e não praticarmos o mal, podemos sim, nos permitir a leveza de aceitar o que sentimos, sem patrulhamento nem vigília.

Quantas vezes virei as costas para meus sentidos...

Contra tantas injustiças batalhei em vão... (ou quase)

Quanto o que perseverei..

Tão difícil - ou mais - quanto perseverar, é testemunhar o injusto. Saber parte de verdades que a ética corporativa não permite partilhar, na eterna espera que o "outro lado" perceba os acontecimentos e realize que não são impressões nem "achismos", mas fatos, ciência exata, realidade. É inglório.

Quando falo em "ética corporativa" quero dizer no sentido de "grupo humano", a corporação humana, não uma empresa. Se bem que também é perfeitamente adequado enquanto organização.

Somos os mesmos de sempre, queridos... Só mais "calejados". Portanto, vamos pra frente, mas sem esquecer de olhar pra trás, que o caminho que trilhamos começou lááááá por lá...

Somos leves, sempre fomos! Deixa que digam, que pensem, que falem! Continuamos leves.

Viva.
(by the way, adoro Faróis)

sábado, 5 de dezembro de 2009

NÃO SOU ALEGRE NEM SOU TRISTE. SOU POETA

Raimundo Fagner musicou alguns poemas de Cecília Meireles

e fez com que muita gente entrasse em contato com sua obra pela primeira vez. Acho bacana. Seria muito mais ainda nos dias de hoje, quando a leitura e o conhecimento são condenados à cada download de jogo ou mudança de perfil em sites de relacionamentos. Arranjo belíssimo, inspirador.

Curtam "Motivos"

Até!

AMAR, AMOR, FINAIS DE ANO E CECÍLIA

Nem tudo é fácil
(Cecília Meirelles)

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida.
Mas com certeza nada é impossível...
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos,
Mas também tornemos todos esses desejos,

REALIDADE !!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

NÃO QUERO LUXO NEM LIXO


Durante um tempo desentendi a importância que a música tem na minha vida. Sons afinados e melódicos sempre fizeram parte da minha história. Quando pequena, meus brinquedos preferidos eram violões de plástico, pianinhos, harpas, gaitas... Tinha boneca, claro. Susi, porque a Barbie não tinha nascido por aqui. Mas, mesmo as brincadeiras de casinha tinham trilha sonora, até as brincadeiras se transformarem em rádio isso, rádio aquilo, ouvia de tudo, capturava tudo. Não é à toa que hoje em dia me chamam de "baú", "arquivo vivo" e por aí vai. Hoje, fuçando no youtube, achei um vídeo quase todo verde com Maria Bethânia e Rita Lee cantando "Baila Comigo", convidadas de Chico e Caetano, donos do programa de mesmo nome que ia ao ar na Rede Globo no século passado. Como eu já tinha assistido na época, rever aquilo foi uma injeção de tudo um pouco: surpresa, saudosismo e principalmente alegria. Me senti tão bem que ria e cantava junto, como não fazia faz tempo (e bota tempo nisso).

Aí me empolguei. Saí à caça de Maria Bethânia e Rita Lee (tenho muitos CDs). "Mania de Você", "Purificar o Subaé", "Lança Perfume", "Afasta de mim esse cálice", "Shangrilá", "Oração da Mãe Menininha".... ih... não parei cedo, não.

Se Deus quiser, um dia eu morro bem velha! Na hora H, quando a bomba estourar, quero ver da janela...

Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu.

Sou uma rainha que voluntariamente abdiquei cetro e coroa e que me entrego e me dou inteiramente ao que sou.

Como vai você? Assim como eu? Uma pessoa comum, um filho de Deus, nessa canoa furada remando contra maré, não acredito em nada, até duvido da fé.

Recomendo doses de nostalgia diariamente. Revigora, sensibiliza, alegra, inspira e de quebra, faz um beeeeem pra pele..!

Volver!
by the way: Bethânia e Rita "... quererá!" http://www.youtube.com/watch?v=s6FbqyeDDpw&feature=related

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

É DOCE OUVIR PAULA TOLLER


Tenho muitos CDs e músicas, hábito que mantenho desde que ouvi um vinil pela primeira vez. Digitalizei alguns álbuns raros e canções que gosto de ouvir com aquele chiadinho da agulha raspando no disco, aqueles "pos e clicks" que tornam a execução da música mais humana, não tão hermeticamente limpa como numa mídia digital. Também extraí alguns CDs para MP3 a fim de facilitar a audição enquanto trabalho, distraio, procuro e estudo. Também sou uma caçadora da música perdida, vasculho até o último bit para descobrir o que não se ouve mais, e assim partilhar e trocar informações com outros malucos como eu. Vez ou outra abro o baú, assopro a poeira e boto o mediaplayer para funcionar.

Depois de rodar "Odeon" e "Tigreza" com a Cor do Som (instrumentais belíssimos de um pessoal que nos 80 ainda não tinha 30), caí pro jazz. E aí surgiu Paula Toller cantando a versão de George e Ira Gershwin "Someone to watch over me".

"Quem tome conta de mim" é uma das faixas do álbum "Cole Porter, George Gershwin - Canções, Versões" do letrista Carlos Rennó, reunindo pela primeira vez em disco um conjunto de seus trabalhos como versionista.

Manuel Carlos não deve ter ouvido todo o projeto, lançado em 2000, senão sua Helena 2009 teria um tema extraído desse álbum que conta ainda com Zélia Duncan, Caetano Veloso, Jane Duboc, Elza Soares, Rita Lee, Tom Zé, Monica Salmazo, Cassia Eller, Ed Motta... viuge!


Mas, talvez porque sempre curti assoviar "Someone to watch over me", ou porque adoro Ella Fitzgerald, ou ainda porque o domingo ensolarado está inspirador, "Quem Tome conta de mim" com Paula Toller é de uma doçura digna tanto para dançar abraçadinho, quanto de ouvir durante massagem relaxante, ou uma sessão de acupuntura. Além de ser uma ótima trilha sonora para contemplar o céu azul e o sol caindo através dessas janelas de cortinas listradas com a brisa do fim da tarde refrescando a alma.

O link abaixo é uma participação no extinto Programa Livre, com Serginho Groissman. Paula não está cantando "Quem Tome conta de mim", mas já mostra pela escolha do repertório, que estava "voando" nessa trilha.
Ouçam, depois me digam.

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Achei "Quem Tome Conta de Mim":

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

HUMOR

Ouso usar este espaço para desabafos esporádicos e necessários. Como ousa?! Ousando, assim:

Água mole em pedra dura tanto bate até que a pedra confessa.
Ai, Jisuis! Isso lá é coisa que se diga, menina?!

Confesso que cedi à forja do lugar-comum, ações e reações esperadas. O tempo cansa, sabe?
E se alguém tem que ceder, o lado mais fraco da corda quebra.
- Ah, Vá... muda o disco, ó menina!

Como Sérgio Ricardo quebrando o violão no festival de 1967, gritando: "Vocês ganharam! Vocês ganharam!"
- Ganharam o quê? Vocês quem? "Tais" é louca, ó m'nina??!
Um pai de amigo, numa dessas festas de casamento, disse: "o mais inteligente é o que cede". Não aceitei bem na época, mas agora é um conforto. Acho que os "cedentes" acreditam nisso mesmo. Assim, "desistir" não tem aquele peso derrotista.

Desisti de insistir com aqueles que não dão chance, ainda que promissores, desisti. A ausência é um preço à pagar.
- Pagar?! Pagar, é? Ora pois que eu não me vou à pagar nada!

Desisti de alcançar o ideal. Decidi fazer o possível.
- Já está a melhorar...

Desisti de lutar contra a insônia para dormir o que o corpo pede: pouco, muito, não importa. Ver o dia amanhecer sem dormir me angustiava tanto que despertava ainda mais. Agora durmo o necessário, respeito meu relógio celular e me sinto melhor.

Desisti de malhar em ferro frio e decidi aceitar a política como ela é. Todas as políticas.

Desisti de usar amor na guerra. Se o amor constrói, sou empreiteira de ponta. Então, amar e seguir amando vai bem.
- Mas que singeleza... chega que me arrepio, ora pois!

Não importa quantas vezes desisti de qualquer coisa enquanto eu não desistir do amor porque é "só o amor que conhece o que é verdade".
Partilhar sempre.

Ler, estudar, reciclar, conhecer, entender, compreender, querer, pensar, criar é o que mantém vivas pessoas como nós, e nos distancia do precioso poder pelo qual vale tudo.

Viva Renato Russo, Raul Seixas, Zé Ramalho, Cazuza, Lobão e Lulú Santos!

Viva Clarice Linspector, Maria Bethânia, Elis Regina, Agatha Christie, Cleópatra e Xica da Silva!



Viva.













segunda-feira, 28 de setembro de 2009

OH, SWEET MISTERY OF LIFE!

Tenho andado distraído, impaciente e indeciso. Ainda estou confuso, só que agora é diferente. Estou tão tranquilo e tão contente..


Sempre mexi nos meus cabelos. Tenho uma coisa com cabelos, vivo passando a mão neles, um hábito que não sei quando começou.

Uma semana usando peruca foi o suficiente para confrontar minha realidade.

Eu, usando peruca... Por mais fixa que estivesse, a sensação frequente era que ia cair a qualquer instante. Assim eu equilibrei aquele cabelo alheio da mesma maneira como quando minha mãe colocava um livro na minha cabeça para treinar a "boa postura" . Uma semana de pescoço duro, inexpressividade e coluna torta, claro. Além do desconforto, eu sabia que todos sabiam. Tá, eu finjo que tenho cabelo e vocês fingem que acreditam. Uma semana ajeitando daqui, entortando dali... hoje penso como aguentei tanto tempo com a franja na transversal da minha testa.

Um belo dia, no meio do expediente, simplesmente arranquei a peruca e coloquei na minha mesa e disse: "muito prazer, esta sou eu agora!". Não aguentava mais, sabe? Aquele calor, aquele cabelo comprado, aquela coisa fazendo de mim o que eu não era. Não tinha nada a ver comigo, não.

Foi quando voltei a ser eu. Sem cabelos, mas eu.

Por quê estou falando de perucas?
Eu não estou falando de perucas!
O assunto aqui é aparência e falsificação. Falsificação de idéias e ideais, de palavras ditas e escutadas, de conceitos e definições. Tudo falsificado.

Tenho andado distraída, impaciente e indecisa. Esse "estado de ser" me faz observar melhor o espaço a minha volta e as pessoas que ocupam esse espaço. Às vezes vejo coisas tão simples tratadas como tormento que dá pena.

E a eterna preocupação com o julgamento alheio? Ah... não vá me dizer: "eu não ligo pro que os outros pensam" que não é verdade. Mesmo que o que os outros pensem não vá mudar a sua vida, aquela raivazinha que fica quando se percebe que está sendo julgado... sabe qual? Aquela que ninguém assume que sente, sacumé? Então. O simples fato de nos irritarmos com o julgamento alheio já é uma invasão. E somos assim, fazer o quê?

Mas aí vem um cara como Patrick Swayze, dá uma entrevista franca sobre seu estado terminal, rí, quase chora, assume seus medos e sua raiva diante do mundo e a gente pára pra pensar. Por que é que tem que ser assim? Será que conseguiremos "viver e não apenas sobreviver" sem que alguma doença ou tragédia nos force ao que é nosso de direito?
E aí vem a história da peruca, da imagem, de quem se é, o que se fez e como se fez.
Pergunto: alguém se dispõe a acreditar? A arcar com os riscos de acreditar?
Eu quero.
Com muita, muita cautela, mais observadora e exigente. Mas, quero, sim.
Não imagino minha vida sem partilha.

Do you?

Meus cabelos já cresceram há muito tempo. Voltei a mexer neles e agora a risca fica no lugar, sim senhor, como quando minha filha era pequenininha: dormia mexendo nos meus cabelos, uma delícia de carinho. Puro e de verdade.

Meu exercício diário tem sido lembrar desses momentos, alimentar a minha alma.


Tudo com moderação, inclusive a moderação.




segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O NOVO LÍMPIDO BRADO RETUMBANTE (corrigido)

O novo límpido brado retumbante.


O que aconteceu com Vanusa não foi nada. E se eram efeitos de remédios, está salva. Pior é o que os políticos fazem com nossa história a seco.

Não temos conhecimento se os desmandos e politicagens de caráter irrevogável têm receita médica. Pior, muito pior se for a seco. Difícil aceitar que tanto político desafine, atravesse o samba, reinvente a ópera, desgrace a comédia sem estar sob efeito de remédios para labirintite

No país da impunidade, onde tudo se arquiva, porque não arquivar também o Hino Nacional? Entre críticas, balbúrdias e quá-quá-quás, Vanusa acertou "sem querer querendo" no tom (incrível não ter desafinado durante o processo de reinvenção!) vingando todos nós, brasileiros, com este presente socializado pela internet!

De Gaule falou no século passado que este país não era sério, vamos rir, então. Ou será que tudo o que está acontecendo - em caráter irrevogável - não é chacota com nossa inteligência?

Este é o Hino do momento. Vamos escalar Vanusa para cantar antes dos jogos de futebol ou abertura de eventos oficiais! Combina com as frases famosas perpetuadas pelo Presidente, pelos chefes de gabinetes, presidentes de câmara ou senado, ou já nos esquecemos das bobagens que ouvimos durante quase uma década?

Um país confuso, onde ética só existe nos discursos, no papel e nos conselhos, onde o coronelismo muda de região para região, esta versão do Hino poderia muito bem ser incluída nas cestas básicas e bolsas famílias distribuídas Brasil afora.

No meio de tantos processos arquivados, nós, que somos os patrões dos políticos, temos o direito de arquivar o Hino Nacional sem constrangimento. Mas não em caráter irrevogável, isso não. Um dia nós o "desarquivaremos" e voltaremos a cantar com orgulho de quem se sente representado com o respeito, cidadania e ética que merece.

Chega de política. Alguém pode governar, por favor?

sábado, 22 de agosto de 2009

SEU FARÃO FOI VIAJAR

Em 1987 Seu Farão foi viajar. Era comecinho do ano, verão e carnaval. Dias quentes e vazios com noites repletas de gentes e alegria, como em todos os carnavais. Com o Natal e Reveillon alegrérrimos de 86, 1987 prometia e todos estávamos ansiosos pelo porvir.
Muitos planos e mapas se desenhavam e eu já traçava a rota: primeiro Paris, depois Londres, uns dias na Espanha, Ibiza, umas fotos em Portugal, Bélgica, Marrocos... assim, sem mais nem ordem.

Mas aí o Seu Farão resolveu viajar. Ele não queria, não. Mas foi. Não queria de jeito nenhum. Gostava do cantinho dele, de cerveja, de paparicar o netinho de 1 ano, trabalhar e ler jornal pela manhã. Principalmente aos domingos. Jornal de domingo tomava um tempo do Seu Farão... E não é de tomar tempo quando alguém fica recortando artigos e matérias só pra mostrar pra você o que está acontecendo no mundo? Só pra inteirar, sabe como é? Pra gente conversar, bater papo, trocar idéias e conselhos como fazíamos nas noites.

Mesmo vivendo assim pequeno, seu Farão era grandão, viu? Não era mirrado, não! Era gigantesco, precisava ver! 1 metro e 70 de gigantice pura! Só pra caber aquele coração, Seu Farão tinha mesmo que ser grandão. O coração amanteigado fazia seu Farão chorar ouvindo "Perhaps Love" com Placido Domingo e John Denver mesmo sem entender uma palavra em inglês, enquanto tomava seu copinho de cerveja (um só mesmo). Coração que batia alegre quando se falava em festa. Seu Farão se amarrava numa festa. Dançar era com ele mesmo. Dançar e brincar. Brincar e dançar. E contar piadas, claro.

Pelo menos nos finais de semana, no bar do Mica, embaixo da minha janela, seu Farão reunia gente e contava piada. Quando não tinha gente, era o copinho de cerveja e o jornal que se espalhava no balcão do bar do Mica.

Durante a semana, Seu Farão trabalhava de terno e gravata, de preferência aquele que não amassasse, pra não dar trabalho. Às vezes chegava aborrecido, chateado mesmo. Não conseguia entender a mentira, não aceitava desonestidade. Seu Farão acreditava no que diziam, e quando descobria que era mentira... ficava triste. Mas Seu Farão fez amigos de verdade acreditando nos outros! Eram como irmãos dele. Bonito de ver como se abraçavam emocionados!

Não sei porque ele foi viajar com tanta coisa pra fazer ainda! Seu Farão estava disposto, dispostíssimo à melhorar de vida, a pedir aumento e promoção, sim senhor! Lembro direitinho que uns dias antes da viagem, começou a experimentar várias combinações de ternos calças e camisas pra impressionar o chefe. Começou sério e depois desbancou pra fanfarrice de sempre. À cada troca de roupa, fingia que estava desfilando, fazia micagens e rebolava. Ah, esse Seu Farão...! Escolhemos algumas combinações que ele deixou separadas em cima da cama.

Seu Farão queria dar um basta numa vida toda de sacrifícios e dedicação, nessa luta solitária contra os números e os homens. Ô, se queria. Era hora de aproveitar um pouco, descansar.

Mas aí, ele foi viajar. Vai ver, descansar em outro lugar, né?

Ele não queria. Ninguém queria. Ele dizia: "Minha.. (Minha era eu), faz o que for preciso pra eu ficar aqui, tudo o que for preciso, viu? Eu quero ficar aqui!".

Fizemos o que pudemos, ele mais do que qualquer um.

Mas aí... teve que ir e foi. Viajou.

Foi no dia 23 de Fevereiro de 1987 que Seu Farão foi viajar.

Sabe que eu nunca mais vi matérias de jornal recortadas? E demorei pra ouvir "Perhaps Love" de novo porque dava muita saudade do Seu Farão.

Então a gente resolveu que tinha que cuidar da família como ele sempre cuidou. E ser alegre também. Não ter tanto medo da vida, nem medo de temer a vida. Só depois que ele viajou é que nos demos conta do tamanho do pedaço da gente que viajou com o Seu Farão.

Depois que Seu Farão foi viajar, eu via muita gente na rua parecida com ele e um dia quase chamei: "Pai!" porque, nossa, era igualzinho! Mas eu sabia que ele tinha ido viajar, então não chamei, não.

Pois, é.

De vez em quando a saudade vem mais forte, principalmente quando a gente fica criança de novo, como eu fiquei há uns anos depois que levei um susto desses que a vida dá.

Acho que só hoje aprendi o que Seu Farão ensinou quando vivia conosco: não se magoar à tôa, perdoar, se não puder perdoar, esquecer.

E eu, que tenho tanto à agradecer, desconfio que foi Seu Farão que deu uma forcinha com aquele jeitão dele...
"Vai, Chefe, faz favor... minha caçula ta precisando, dá um jeitinho aí, vai?"
Hehehe... é a cara dele.

Obrigada, Pai. Valeu pela força.

"Perhaps Love" pra todos.





quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AME SEU FÍGADO!



Passados uns bons "intas" e "entas" devidamente aniversariados ao longo do final de um século e início de outro, a contemplação e consequente conclusão diante da vida é interessante demais pra ficar presa na caixa craniana com todo o resto que lá habita.

Problemas com pessoa, por exemplo. Aos "inte", amamos tudo e todos. Queremos ser amados, rimos e aprontamos, chegamos de madrugada em casa, pé-ante-pé, fedendo à cigarro alheio, realizados. Ouvimos muita música alta, dançamos, flertamos. Sem imaginar que aquela realidade mudaria. À partir dos "inta", a cobrança que fazemos à nós mesmos aumenta e perdemos um pouco do caminho. Corta! Efeitos especiais, folhas voando, tempo passando, Time Tunel!
Como é que pessoas que têm amigos em comum não resolvem seus problemas entre sí? Mais cedo ou mais tarde a vida há de fazê-los cruzar o mesmo caminho, ir na mesma festa, no mesmo show, no mesmo bar. Por quê fomentar o ódio por conta de peças que a vida prega?

Sempre espero a paz. Não me importa se tenho razão, trago comigo a tranquilidade de um caminho justo, verdadeiro, com todos os erros e acertos que a escolha pela verdade traz. Levarei comigo também a certeza do que serve e não serve para mim. Atitudes que minha linha de conduta e ética não aprovarão jamais. Nada justifica um assassinato, um ato cruel ou o oportunismo cego de políticos da vida cotidiana brigando por poder, dinheiro e certezas fátuas. Pra mim, não dá.

Ninguém erra, não?
Ninguém se decepciona, não?
Ninguém esquece de regar uma plantinha ou de por comida pro cachorro de vez em quando?
É preciso dar a importância devida às coisas. Importância para o que tem importância, relevância para os relevantes, amor aos amantes, tolerância aos teimosos, nunca raiva aos desafetos, nunca alimentar sentimentos negativos que só fazem mal ao nosso próprio fígado.

Ame o seu fígado!

Ah... vamos, vai?


A vida é um presente. Parabéns pra quem percebeu isso a tempo de viver e cultivar verdadeiramente a paz e o amor, não apenas na oratória, mas de fato.

Quanto mais o tempo passa, menor a chance dos que não absorveram experiências crescerem, dificultando o desentortamento deste mundo já tão avariado...

O que pode deve ser deixado de lado.
O mal-entendido deve ser esclarecido.
A coragem e o amor têm que tomar seu lugar de direito nesta vida.

By the way: por aqui está tudo bem, partilhando, amando, construindo, crescendo, vivendo e aprendendo, sempre.

Namastê!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

MOI ET LA VIE DE MES AMI (repostagem)


Fala-se muito em decoro parlamentar. Eu não sei o que é decoro com um barulho desses enquanto a gente fala. Aqui parece um mercado. Isso aqui representa um país. Nem na televisão, que é popular, se faz isso."
Primeiro discurso na Câmara dos Deputados (06/02/2007)


Ele, um companheiro de trabalho e homem admirável.
Eu - testemunha de polêmicas, contemporânea de atos e frases de um gênio indizível, temperamento oblíquo, de nervo exposto e escancarado; privilegiada com seu respeito, educação, cordialidade e - pasmem se quiserem- generosidade em ensinar, em "trocar", como dizia. Guardarei para sempre o presente de ter partilhado um pouco de sua vida, filosofia, seus olhares únicos, ferinos... Ah, quando aquelas sobrancelhas arqueavam por cima dos óculos... a terra tremia de gozo ou de raiva.
Conviver e trabalhar com Clodovil me fez, no mínimo, questionar posturas, pensar e repensar o que ele queria dizer, onde queria chegar com atitudes aparentemente incoerentes e cruéis. Por quê ele nunca fora cruel comigo? Porque algumas pessoas contavam com sua "tolerância"? Não sei. Mas o que vi e vivi me envaidece. Aprendi muito. Uma contemplação.

Clodovil Hernandes não era "8 ou 80", "ame ou odeie", "aceite ou rejeite". Clodovil era Clodovil e pronto. Quem mais com essa personalidade vemos ou ainda veremos nos próximos tempos? Incomodava, insultava, provocava enlouquecidamente? Sim. Clodovil foi míster em dizer o que não ousávamos e o que não precisava ser dito com elegância gramatical e cinismo únicos. Difícil saber se brincava de fazer sofrer, ou se acreditava que apenas o sofrimento dignificava.
Convivi tempo suficiente para admirar sua franqueza - como o nervo - exposta.
O único e maior prejudicado com suas declarações ácidas de difícil aceitação era ele mesmo. Como ferir uma pessoa que se machuca a sí mesma desta forma? Processos jurídicos e a “lei dos homens” tentavam ordenar as coisas, tomar a “lição” do cidadão de palavras duras. Nunca adiantou. Sem medo, ou com coragem (são duas coisas diferentes), Clodovil sempre disse o que quis para quem quis, inconstante e coerente. Nunca vi Clodovil se "desdizer" ou voltar atrás. De nossa convivência, há muito o que falar. Mas de uma situação me lembro frequentemente: quando ele disse que sabia que não estava certo sempre, mas mesmo errado, seguiria errando até o fim, defendendo o que disse até o fim, porque a palavra havia sido dita. Talvez assim consiga entender atitudes auto-destrutivas e inexplicáveis que tomava vez ou outra... Polêmico e famoso ao ponto de ser uma das personalidades mais imitadas neste país, mais lembradas e discutidas, Clodovil ainda tinha muito a oferecer. Não se conformava de a televisão, com o poder que tem, não levar conhecimento e educação para as pessoas. Seu sonho era transformar, partilhar o que sabia. Nos últimos anos, era uma vontade desesperada, até.
A genialidade não lhe dava o direito de ser grosseiro e ofensivo? Não. Mas comigo nunca foi. Como não foi com muita gente. Havia um entendimento do que as pessoas podiam alcançar e responder. Clodovil cutucava, cutucava mesmo. Talvez sem consciência, por natureza, polemizava, infernizava, xingava, "desopilava" o fígado com autoridade de poucos. Era difícil de conviver. Era uma delícia de conviver.
Escolhia pessoas que lhe servissem à contento. Mais um defeito? Discutível... mais louco é pensar como tais pessoas se sujeitavam à servir ao que não acreditavam. Clodovil parecia ter um “medidor” de fraqueza humana. Sabia em quem podia bater e depois afagar. Cruel. Verdadeiramente cruel. Conheço pessoas que simplesmente odeiam Clodovil Hernandes. Eu preferi absorver, aceitar o que não sabia para aprender mais e sempre.
Gravei um CD com sua voz e canções. Quando recebeu, ouviu - arqueou as sobrancelhas - e disse: "você é muito talentosa, menina..."
Este CD existe e tenho comigo, única edição de uma matriz que não existe mais.

Clodovil tinha um medo, sim. Um único: de morrer e se perder de sua mãe, de não encontrá-la no outro plano. Todos que o amavam torcem para que possam estar juntos hoje.

Com todo o meu respeito, admiração e um único arrependimento: de não ter passado mais tempo ao seu lado. À mim, sua ultima lição: Procure quem ama, partilhe enquanto é tempo de pessoas que cativou e cativaram você. Procure não ter medo, e sobretudo, tenha coragem. E seja o que Deus quiser.

domingo, 2 de agosto de 2009

DIVAGANDO DEVAGAR



Há um certo tempo para as coisas se ajustarem, irem para seus lugares. Como o tempo é senhor de sí e o "quando" não existe pra ele, na maioria das vezes nossos cabelos estão brancos ou caídos quando, finalmente, vemos as coisas se ajustarem.

Mesmo sem o vigor da juventude lamentado por Caetano Veloso numa de suas entrevistas para divulgação do filme "Coração Vagabundo", é sempre bom ver que as coisas vão - sim - para os seus devidos lugares. Aos justus, vale a pena perder ou pintar os cabelos por esse momento.

Vale a pena porque é (repito: para os justos) a afirmação da razão ou do que se desconfiava ser a razão.

Vimos a vida descortinada, finalmente. Máscaras escorregando, forçando o face-a-face evitado, vimos que somos bons, que fomos fiéis aos princípios que nos levaram até tal ponto. Vimos que sofremos às vezes demais por uma justiça tardia.

Vimos que também falhamos, que erramos - e muito. E neste ponto descobrimos nossos sentimentos equivocados por algumas pessoas. E elas também irão para o seus devidos lugares.
Amadurecer dói. Quase ninguém deste século quer.
Mas a dor do conhecimento é transmutada em delícia de ser.

O importante mesmo é as coisas irem para os seus lugares. Como bolinhas de fliperama encaixando-se neste ou aquele buraco, dando ou tirando bônus do entretido.

O que sabemos e adqurimos é nosso e ninguém tira. Nenhum político ou oportunista de plantão se mantém por muito tempo fingindo ser o que não é, saber o que não sabe, aproveitando de situações.

Ainda que apenas nós percebamos, é fundamental que as coisas vão para os seus lugares.
Há um tempo em que não podemos mais viver enganados. Tampouco enganando à nós mesmos. E assim seguimos produzindo vida, ensinamentos, conhecimentos calcados na paz de espírito e consciência tranquila. Ô coisa boa!

E é pra poucos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

SEU JORGE E RONNIE VON - Repostagem



É isso aí...!
Seu Jorge deu um show no Todo Seu .
Ronnie Von estava impecável e o programa mais uma vez enche a gente de orgulho.

À despeito das dificuldades técnicas, o pessoal de operações se rasgou pra afinar o som da banda: foram 18 pontos, 21 linhas; 16 músicos... um "petáculo"!

São momentos como este que me fazem compreender porque gosto tanto dessa profissão e ofício.

Parabéns à todos, obrigada Seu Jorge (uma simpatia de pessoa) e Banda Saga que mandou muuuuuito bem.
Aliás, Guilherme Moura, que participou do Visão Masculina, é autor de Burguesinha e Mina do Condomínio em parceria com Seu Jorge.



Aguardem mais fotos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

DA VONTADE DE SER FELIZ

CLIQUE NO VÍDEO. LEIA OUVINDO. CES'T CI BON!
Trio Esperança em 1958 e os irmãos Mário (Mário Correia José Maria, Rio de Janeiro 1948-), Regina (Regina Correia José Maria, Rio de Janeiro 1946-) e Evinha (Eva Correia José Maria, Rio de Janeiro 1951).

Eu vou voltar aos velhos tempos de mim, vestir de novo o meu casaco marrom, tomar a mão da alegria e sair. Bye-bye, si-si, "nous allons".


Que bonitinha essa música, que delícia de voz a de Evinha. De uma suavidade!
A janela está fechada e nunca choveu tanto em São Paulo. No vidro, as gotas escorregam e Evinha canta:

Copacabana está dizendo que sim, botou a briza à minha disposição. A Bomba "H" quer explodir no jardim, matar a flor em botão... Eu digo que não!
Tão anos 70!

E eu penso: "Será que está chovendo em Copacabana?".
Graças à internet e à variedade abundante de informações, descubro que este foi o primeiro sucesso da carreira solo de Evinha, em 1969. E eu que só lembrava dela no refrão daquela cantiga: "Luciaaaaaana, Luuuuciaaaanaaaaa....". Que nada. "Casaco Marrom" cantada por Evinta dá uma vontade de ser feliz!

É isso que a música "Casaco Marrom" traz: vontade de ser feliz. Tão bonitinha.
Estou redundando? É que a música continua tocando... tão anos 70!

(...) tomar a mão da alegria e sair...

Por força do meu ofício e paixão, sei que há décadas Evinha mora na França. Ela era/é amiga de uma apresentadora com quem trabalhei, minha madrinha de casamento e amiga até hoje. "Quando Evinha vier para o Brasil, não podemos deixar de trazê-la ao programa!", ela dizia. Eu concordava e até achava bacana a "Luciaaaaanaaaa, Luciaaaaanaaaaa" mas nunca - confesso - havia me dado conta da sutileza de sua interpretação, qualidade vocal e bom gosto.

Muitos de seus sucessos foram em parceria com os irmãos no "Trio Ternura" e "Trio Esperança" (como, se eram sete irmãos? Santa pergunta, Batman!) com apelo ingênuo e infantil típicos de classe média das décadas de 60 e 70 como "O Passo do Elefantinho" e "A Festa do Bolinha".
Vamos considerar que uma Evinha com 10 anos em 1961 iniciando uma carreira devia se divertir muito.

Mas, "Casaco Marrom", composta por Danilo Caymmi, cantado por Evinha, com arranjos de 1969, é uma delícia!

O casaco marrom, quentinho... ai, como chove em São Paulo! Todos estão dizendo que sim, vamos lá! Que bomba "H" que nada! Eu digo que não, não, não...!

alô coração, alô coração... alô, coração!

Devemos resgatar o que é bom, o que fez e é história da TV e do Rádio, da nossa cultura. É uma das minhas buscas, um dos caminhos a trilhar. São tantas as preciosidades esquecidas no passado e que fazem tão bem quando resgatadas! Por quê deixá-las lá?



Vamos trazê-las. .
O resto se dará naturalmente, certamente.

Nous allons

domingo, 19 de julho de 2009

PALAVRAS SIMPÁTICAS DE SIGNIFICADO DUVIDOSO


Cuidado.
Não se deixem enganar.
Elas foram feitas pra isso.

Aguardem o retorno do palavrório

Na verdade está tarde, muito cedo, o texto está na ponta dos dedos e o quentinho me chama (está frrrrrio em Sampa!) e pra não esquecer, postei o ínfimo.

Mas eu volto pra deixar tudo bunitim. As soon as possible

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ABENÇOAI AS FERAS E AS CRIANÇAS



Tenho saudades da Sophia, minha cã. Nos separamos por motivos alheios à nossa vontade, e agora só nos vemos nos finais de semana, como filhos de pais separados.

Sophia é uma Scotish Terrier temperamental, com personalidade felina. Se enrosca nas minhas pernas e se joga no chão de barriga pra cima, pedindo carinho quando me vê. Grunhe, quase mia. Mas quando late, late muito, muito alto, ao ponto de não sabermos o que fazer.

Tem o rabinho fino quando balança, parece um chicote marcando o "Z" do herói. E ela sorri. Sim, ela sorri. Mostra os dentes enquanto pula de felicidade em nosso encontros. E faz a mesma coisa quando brincamos. Quando cansa, escolhe um canto, deita e só os olhos se mexem, quase que implorando: "cansei, mas se você chamar vou ter que ir... não chama... não chama...".

Sophia dá sem pedir. Mas dá quando quer. Tem personalidade. Quantas vezes fiquei de cara chamando pra passear, brincar, correr e ela só olhando. O que será que pensa?

Crianças são ouro. Ouro puro ainda não descobertos nem forjados. Têm brilho e preciosidade natas, próprias. Tem um tudo pela frente. São puras. Sim, são puras. Como qualquer animal, têm suas características e nem todas tem atitudes angelicais, mas são puras, não sabem o que fazem, não identificam.

É preciso proteger as crianças e as feras, os animais e os homens, o futuro do futuro.

Bless The Beasts and The Children é um filme comovente da década de 70. Muitos atores jovens e já de meia idade que coadjuvam hoje em dia, vieram dali. Imagino quais deles optaram por ser vendedores de carros, ou agentes imobiliários... Alguns ainda dá para identificar nas telas, coadjuvando, sempre.

Crianças com problemas familiares são mandadas para um acampamento de férias e descobrem que logo ali do lado há um abatedouro de búfalos. Eles resolvem salvar os búfalos como se estivessem salvando a sí mesmos.

O fim é triste e trágico. E comovente. Para lembrar de não esquecer...
A voz marcante de Karen Carpenter ajuda na melodia melancólica de uma trilha simples porém eficaz: "Bless the beasts and the children, 'cause in this word they have no voice, they have no choice.".

É isso.

Saudades da Sophia.

(post original em 12 de Julho de 1009)

ENSAIO SOBRE COMPROMETIMENTO


(Repostado do original em 17 de setembro de 2008)

Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem"
trecho do livro "Ensaio Sobre a Cegueira", do ganhador do Prêmio Nobel José Saramago

Desde que me propus à observar mais atentamente o círculo à minha volta (e ele anda comigo onde quer que eu vá, mutante), que faço tudo à pé.

Estou numa região que permite isso, Avenida Paulista. Vou em todas as direções, já desbravei quase todos os cruzamentos, da Consolação à Vila Mariana. Revi endereços da minha infância e suas modificações.

Meus médicos são todos por aqui (chic! "meus médicos"...), laboratórios também, o que me possibilita caminhar bastante.

Numa dessas voltas de médicos ou laboratórios, me vi em frente ao cine Belas Artes, hoje HSBC Belas Artes. Admirando os pôsteres, entrei perplexa com a quantidade de salas e filmes em cartaz. No meu tempo - vocês lerão muitas vezes esse "no meu tempo" - eram quatro salas, antes do incêndio. Sim, o Belas Artes já pegou fogo e quase deixou de existir. Lá eu assisti filmes belíssimos, sozinha. Eu, o filme e meus pensamentos.

Eram quatro e quinze da tarde e vi que Ensaio Sobre a Cegueira começaria dali 5 minutos. No dia anterior havia lido uma entrevista com Fernando Meireles e queria ver o filme. Comprei o ingresso e depois de um longo e tenebroso inverno, fui ao cinema sozinha, e - melhor - no meio da tarde.

Foi muito bom. Em todos os aspectos.

O filme é fortíssimo, denso. Adoro Julianne Moore, Danny Glover, Gael Garcia Bernal e particularmente Mark Ruffalo, cujo trabalho acompanho com admiração. Mas não quero falar do filme, e sim sobre o descortinamento provocado por ele, naquele dia, naqueles momentos.

Motivada pela densidade blasé da personagem de Jualianne Moore, saí do cinema com uma palavra na cabeça: comprometimento. Conforme caminhava, a palavra ganhava irmãs, formando frases: "falta de comprometimento", "medo de comprometimento"...

A maioria das pessoas não se compromete. Me parece que suportam compromissos já assumidos, como um casamento ou família, ou outros obrigatórios como um emprego,este com a ilusão de que podemos deixar o "fardo" quando quisermos.

Não há compromisso real. Envolvimento.
E se não há envolvimento, não há amor. Se você suporta seu emprego, ou "empurra" suas funções, ou ainda dança conforme a música, você não ama o que faz. E quem quer amar o trabalho?
Eu amo o que faço. Seja lá o que estiver fazendo, estou sempre apaixonada.
E amando consegui realizações que guardarei comigo sempre. Veja bem, realizações não significam cargos e salários, mas momentos raros, ímpares, que ajudaram a formar o que sou.

Trabalhar com amor torna tudo possível, realizável, bonito, alegre.

Como a única a enchergar num mundo de cegos, Juliane Moore, com um poder momentâneo incalculável, guia-se e guia os outros pela ética do amor, formando uma família renascida da degradação e horror humanos.

À propósito, gostei do filme.

Namastê!

terça-feira, 14 de julho de 2009

TEM, MAS ACABOU.



Aparentemente uma grande bobagem, mas é a mais pura verdade. Ainda temos ícones e histórias pra contar, reviver. Estão todos passando dos 60, poucos indo com menos, bem menos do que isso e, confesso, não vejo substitutos ou parecidos com quem marcou época.

Vivíamos brincando e aprendendo com os clássicos da Sessão da Tarde.

Não vejo as criações depois dos anos 90. O que é que há? O que é que houve? a Era da tecnologia da desinformação? Vamos lá... tudo bem que a T.I. veio com tudo, democratizou a informação, criou novas formas de convívio... Eu adoro. Uso muito, publico, republico, implico, repelico. Mas, e aí?
E o sangue? Entrei no twitter recentemente, fiquei empolgadíssima (depois que entendi do que se tratava). Uma boa idéia que efetivamente, pelo menos por enquanto, aproxima as pessoas do modo desse século: em poucas linhas, rápido e diariamente. Por isso fiquei incomodada quando percebi que aquelas "ondas" pseudo anarquistas também habitavam o twitter. Em nome da liberdade de expressão, do humor latino e esperteza brasileira, vi uma competição crescer tão ferozmente que, com diz minha filha, "fiquei de cara". Queriam passar o Michael Jackson, criaram um outro e saíram à caça de adeptos. Uma lou-cu-ra! Teve gente que, constrangida, disse não saber mudar foto, isso e aquilo... enfim. Logo o twitter, tão habitado e poderoso. Tão cheio de pessoas com o poder de influenciar, tocar os outros.

Alguns detentores desse "poder" orgulham-se do falso anarquismo. E quem diz ao contrário,é chato, serioso... ah, tem que ter o humor brasileiro, tem que gritar pra qualquer vitória de competições teimosas que nunca deixam de existir.

O grande filósofo contemporâneo, possuidor de uma sabedoria ímpar e singular, o Palhaço Bozo, já dizia: "Sempre rir!!".

É isso.
Também acho. Pra viver, é melhor sempre rir. Mas como é que diz a letra da canção mesmo? "(...)e que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero."

O negócio é manter o humor sem perder la compostura jamás.

Vamos brincar.
Quando é que vai acontecer de tocarem os corações novamente? Será que por isso Kevin e os Anos Incríveis fez tanto sucesso? Vontade de reviver o que não pode mais acontecer ou que não acontece faz tempo?

A little less conversation, a little mor action, please!!!
Criatividade existe. Tem, mas acabou.

O PRINCÍPIO DO FIM... DE UMA ERA.




Não são poucas as coisas que lembro em 75, mas dentre tantas há aquelas que parecem "ontem". Uma delas era a religiosa espera diária para assistir à novela Gabriela, na TV Globo, e na sequência o seriado "As Panteras".

Então, 24 anos depois, leio na primeria página do Terra: Farrah Fawcett internada.

Dois minutos depois: Piora estado de saúde de Farrah Fawcett

E...: Morre a eterna pantera Farrah Fawcett.

Quando começava a ensaiar escrever alguma coisa sobre, meu telefone toca e a voz da minha mãe é quem diz: "O Maico Jaqueson bateu as botas!". Juro, desse jeito. E eu: "como assim?! o Michael Jackson??". Minha mãe: "Ele mesmo. Mârreu.".

Impossível não passar por um estado de coisas depois dessas informações. Afinal, mais do que "stars", eles eram dois de muitos símbolos de uma era, toda ela feita de (re)descobertas, provocações e conquistas. Os anos 70 foram a preparação para o fim. Calma, explico. Os 80 repecurtiram as conquitas das décadas anteriores, e quando pensávamos que chegaríamos ao auge de nossa capacidade natural, fomos novamente sufocados não pelo proibido e indigesto socialmente, mas pelo medo. Medo da morte, da doença. E o fanatismo que se criou em torno do que não sabíamos, nos fez regressar ao mais primitivo dos comportamentos: o fanatismo. Medo da morte e do fanatismo, da falta de tolerância, de paciência, do discurso, da filosofia, do auto-conhecimento.

Enfim. Sem delongas, ainda há viventes e sobreviventes de um tempo mágico. Quando Farrah Fawcett e Michael Jackson partiram, no mesmo dia, não pude deixar de pensar em tantos outros que um dia também irão: Barbra Streisand e Kris Kristopherson, as outras duas Panteras, o John-Boy dos Waltons, Tom Jones, O Agente 86, e tantos outros sessentões esquecidos. Fora os quarentões e cinquentões que já estão dando manutenção, como MIchael J. Fox e o primeiro Luke Skywalker...

Vamos lembrar dos que não estão na mídia, vamos reviver as emoções. Será qjue ninguém questionou porque joguinhos de memória fazem tanto sucesso por aqui? Que e-mails lembrando de brinquedos e produtos do passado continuam bombando? O que buscamos resgatar? Não é possível que o façamos, de fato?

Me senti no princípio do fim de uma era. Acho que não teremos mais nenhum pop star como Michael, nem ídolos como Beatles ou Elvis. Conforme eles vão morrendo, morre junto um pedaço de história muito, mas muito particular, que os tempos cibernético-internáuticos-nano-tecnológicos de hoje em dia não compreendem.

Acho que é por isso que este blog passou a existir. E por isso que também tenho orkut, twitter... pra ficar mandando recados dessa época. Minha geração viu tudo. É pré-computador e consumismo exacerbado, e isso não tem preço. Precisamos deixar registrado o que nos lembramos, o que fomos, o que vivemos para quem se interessar. Cada um de nós é um livro repleto de histórias e figuras. Espero não decepcionar leitores. Corresponder à minha expectativa, no mínimo.

I'll be back.

PRECIOUS...?!



Não há vivência suficiente para entender a natureza humana e suas "escorregadelas" morais. Em qualquer nível: Federal, Estadual, Municipal, Distrital e pessoal.

Ces't la memme chose, mon ami. Todos atrás do que alimenta alma. Engraçado é que quando falamos em "alma", pensamos logo em coisa boa, superior, inefável, bondosa, livre dos pesos e erros deste mundo... pensamos em salvação.

Digo engraçado porque não me parece que seja isso, e sim, longe disso. Para que eu não confundisse mais as coisas, após muita leitura e contemplação, concluí que alma é irmã siamesa da psiquê. Uma controla a outra. Uma pode ser o bem, a outra não. Ambas podem ser o mal e ambas podem ser amáveis. Mas sempre antagonizam, alternando-se nos papéis. Somos claro e escuro, bem e mal, e toda o discurso do "Cristal Encantado" e otras películas más.

Jamais pensei que fosse vivenciar de perto essas manifestações e que fosse pivô do surgimento do "lado negro da força" de pessoa próxima.

Vi de perto o que a cobiça faz. Senti - literalmente - na carne o poder manipulador e oportunista. Defini melhor oportunismo. É... não se pode desperdiçar a oportunidade na sua frente. Sentimentos construídos sobre areia movediça não custam nada à desaparecer.

Smeagol, meu caro. Pelo menos você mostra na cara e no corpo o que realmente tem dentro de sí. Não é sedutor e nem consegue enganar - não por muito tempo - e, melhor, tenta controlar o monstro da cobiça que o transformou no que é.

Tsc-tsc... Que feio, pessoa. Que feio.

DO TEMPO EM QUE AGASALHO ERA JAPONA



Eu sou pré-tendente: pré vídeo cassete, pré televisão à cores, pré computador, tudo com tendência à conhecer o que se inventa.

A primeira vez que marquei digitais num teclado de computador foi aos 33 anos, presente de aniversário do meu marido. De aniversário e maternidade, há um ano nascia nossa filha Beatriz.

Quem é que desta geração, depois de assistir ao filme de DVD não ficou procurando o botão pra “voltar a fita” pra não pagar multa na locadora?
Quem é que nunca sonhou com all star cano longo, boniiiito... de preferência verde bandeira, porque era mais raro, mais vistoso... quem poderia imaginar a gama de cores entre berinjela e fúcsia dos dias de hoje?
Quem um dia acharia que flicts iria virar realidade??? Nunca vi tanta cor! Nas vitrines, nas ruas, nos all stars que hoje podemos comprar genérico, alternativo... quem poderia imaginar que teríamos um tênis feito de cânhamo???
Tem muito quarentão que já deve ter fumado o tênis de alguém e – ainda – no maior barato...

Enfim, este certificado de censura e eu somos do tempo que agasalho era japona.

O ÚLTIMO REPÓRTER ESSO





Final de 77, estávamos em sala de aula na Faculdade. Beth Carmona, nossa professora de rádio nos preparou para uma preciosidade e momento inesquecível: a audição do último Repórter Esso. As luzes do estúdio se apagaram, apenas a de serviço ficou acesa e todos ficamos atentos ao que viria.

Começou uma retrospectiva, entre chiados e sintonia mal-ajambrada, dos anos 40 até seu último dia, em dezembro de 1969.

Quando Eron Domingues entra na década de 60, cai em prantos em pleno ar. Ficamos mudos, comovidos. Ele chora e fala arrastado. Alguns segundos de silêncio, apenas chiados. Sua voz volta, mais grossa, controlada. Não durou muito. Ao noticiar o falecimento de Carmen Miranda a emoção toma conta de sua voz novamente e a leitura segue embargada.

A despedida de toda uma era foi feita aos soluços. A vinheta entra e na sequência a propaganda do próximo radiojornal: "O Globo No Arrrrrrr!". Fim de uma era, início de uma história.

Assim que souber como, posto o link de alguns trechos. Vale a pena compartilhar com todos os sensíveis interessados na história do Rádio e da TV esse momento único que ficou marcado para nós todos, alunos da FAAP no final de 1980.

Aguardem.

domingo, 21 de junho de 2009

I Have The Time of My Life

http://www.youtube.com/watch?v=2SLWzZoDmhg

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jesus Blood Never Failed Me Yet

terça-feira, 16 de junho de 2009

CONFIDENCIANAS - parte

Estude. Leia, leia muito!
Contemple, admire, conheça.
Peça ao deus que escolheu de acordo com sua conveniência que lhe abençôe com perspicácia para poder absorver o que estuda.
Seja sério, não serioso. O serioso é um chato. O sério, compenetrado.
Se não lhe deram princípios na idade apropriada, e se tiveres absorvido o que estudou, apodere-se dos que lhe causaram admiração. Algumas pessoas não só os têm, como - pasme - vivem por seus princípios.

Não se engane, se encontre, se ache. De alguma forma, ache,a che alguma coisa!
O dia em que seus desafetos se desligarem de teu mal, apenas a ti ele causará efeito.
Não minta mais para si mesmo.
ESTOU REPOSTANDO PUBLICAÇÕES DE MEU OUTRO BLOG NESTE NOVO.
PERDOEM A FALTA - MOMENTÂNEA - DE ORGANIZAÇÃO.