domingo, 24 de novembro de 2013

Atando-nos

Me via a certeza de ser tudo o que você podia ser. Tudo oque você pode ser.
Está apenas começando. Amor eterno, inquebrável, inabalável, incondicional. Aceite, é teu.

O que se Passa

É tão angustiante frases que lhe desafiam!

A oportunidade só bate a sua porta uma vez
Aproveite enquanto é tempo

Só neste mês, deixei passar algumas oportunidades, nada definitivo, daquelas de jogar a rede e ver o que vem. Poderia ter feito como meus quase iguais cantando entre eventos badalados "se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí....".

São Paulo é como um mundo todo e graças a Deus tenho muitos amigos neste mundo. Nesta semana, perdi uma festa maravilhosa, um lançamento de livro, um filme fantástico no Espaço Unibanco, um encontro entre amigas num clube de bilhar, o show da Roberta Miranda, outro do Jair Rodrigues, algumas peças de teatro maravilhosas, duas audições para curso de teatro, uma inscrição para oficina de ficção no Rio de Janeiro, tudo por conta de outros compromissos chatos, muito chatos, necessários.

Realmente a vida é uma divisão. Estamos sempre divididos, tendo que escolher e arcar com as escolhas. Tem coisa mais chata? Cadê o live and let live?!

Aí vem outra frase: se você se recolher desse jeito, as pessoas vão sumir, não lembrarão mais de você.

Ai, olha, sem ressentimentos, mas tenho uma outra que me salva dessa angústia alucinante, rápida e impedante: tudo a seu tempo.

E também o eclesiastes lá, que é bacana: tudo tem seu tempo na vida, tempo disso, tempo daquilo, tempo daquele outro, tempo daquilo ainda...

Estou me enganando? Sim. Não. Talvez. Talvez esteja me protegendo do que não consigo fazer e sei que deveria.

Amigos do meu coração, estejam certos: estou reorganizando uma boa fatia da vida. Uma grande parte e não consigo acompanhar essa velocidade. Se bem que ando cada vez mais rápido, mais resoluta, com menos dúvidas e essas pedras no meio do caminho.

Lerei todos os livros do mundo. Verei todos os filmes que quero. Escreverei as peças e séries rascunhadas. Terminarei os livros começados. Viajarei para dentro dos sonhos. Tudo é uma questão de tempo, ainda que não o mesmo que tem acabado tão cedo.

Uma cabeça pensante que pulula com idéias o tempo todo, precisa exteriorizar, e, como disse, tudo a seu tempo. Disciplina é preciso, ainda que como um mutante, no fundo sempre sozinha seguindo o meu caminho, ai de mim que sou romântica.

O amor é filme. E deus expectador.

Ademã.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Despertar do Desperdício

O mundo é uma bola quadrada que gira parada em torno do sol. 
A frase repetidamente proferida por ex-parentes e agregados nunca fez tanto sentido como hoje. Como não fazer sentido nessa célula non sense em que vivemos?

Me pergunto se nos acostumados com os absurdos ou se os tempos mudam dessa forma mesmo... Não creio que os tempos mudem dessa forma.
Os tempos mudaram até aqui através de conquistas sociais, humanas. Depois do boom tecnológico, da globalização e conscientização do poder de guerrilha terrorista, tudo está de cabeça em viés, ao invés de, através.
Tenho muitas idéias para escrever peças, livros e minisséries. Todas anotadas e guardadas para o momento certo, mas há um iceberg no meio do caminho que não me deixa ver as fases lá da frente. Iceberg. Frio, gigantesco, lindo e provavelmente destruidor. Só porque estamos no seu caminho cego. Destrói sem saber, segue seu rumo natural, o embalo das águas judiadas. Nós é que estamos lá tentando entender porque somos tão pequenos diante da natureza. Soberba. Respeitar é a melhor forma de conviver em harmonia. Com gente, bicho e família. Nichos únicos e perigosos que desviam nosso caminho natural.

Iceberg, mon coeur... deixe o sol entrar e atravessar esse gelo, abra um caminho dentro de você, seu lindo, para que seja possível atravessar tamanha frieza sem perder a indescritível beleza da transparência e cores formadas pelos raios solares. Não impeça, imponha a presença magnífica e faça-nos contornar sua alegoria. Iceber, seu milagre... você, as baleias e os elefantes sempre foram habitantes de minha Nárnia, meu Jagatá, minha terra, meu lugar que esperava já ter alcançado agora.

Parei de fumar, bebo muito pouco. Nem quase socialmente. Adoro dançar. Saudade de cantar, tocar meu instrumento. Quanto sinto tudo isso chegando! Tão próximos de mim, bastando estender a mão e colhê-los no universo ao meu redor. Basta que eu estenda a mão à minha terra, ao meu lugar.

Sempre gostei de aprender, estudar. Quero saber tudo. Se pudesse, nunca teria parado de cursar, recursar, concursar. Está no caderno do meu lugar: não parar de conhecer, estudar, permanecer. É um combustível raro. Por isso tenho tantos livros "do it yourself" e tutoriais. Falta apenas a disciplina para dedicar algumas horas por dia para tanto, e também leitura, e escrivinhadura.

Meu amigo Marcelo me deu uma medalhinha de Nossa Senhora das Medalhas. Tirou do seu pescoço e me disse: me devolva quando conseguir o que quer. Meu amigo Marcelo. Já começou o movimento em mim com essa ação.

Muita natureza e pouca naturalidade nesse texto confuso e também non sense. Despertar para o desperdício é a pior coisa que pode acontecer a um criativo se esse não transforma ou transmuta o que lhe vem em causas, efeitos e movimentos.

Cada vez mais admiro os loucos. Os loucos sabem. Os loucos de verdade, não os que se auto intitulam e pregam falsamente um comportamento que não lhes pertence. No fundo são caretas se drogado para impressionar, mas que na hora H do dia D, envelhecidos, não honrarão suas atitudes.

Admiro pessoas de atitude, de coragem. Pessoas que tocam minha vida sendo assim. Que me inspiram fazem perdurar a fé. Estão todos tão individualistas que a maior atitude que podem tomar é curar uma fratura do cartão de crédito.

A vida é finita, sim. E quem pensa demais, absorve e processa, precisa devolver para o mundo, de uma forma ou de outra. Chegou minha vez de devolver. Com todo o humor e amor que trago ainda dentro e que foi muito mal aproveitado. Ainda há fogo sobre cinzas, que arde como arde a vontade de amar e cair no mundo, levantar no mundo. Assim será? Não há forças me impulsionando para a realização, ao contrário. A luta agora é driblar o baixo astral alheio. Nunca fui simplista. Nunca fui simples. 

Se não conseguiria me decifrar, por quê veio?