terça-feira, 14 de julho de 2009

O PRINCÍPIO DO FIM... DE UMA ERA.




Não são poucas as coisas que lembro em 75, mas dentre tantas há aquelas que parecem "ontem". Uma delas era a religiosa espera diária para assistir à novela Gabriela, na TV Globo, e na sequência o seriado "As Panteras".

Então, 24 anos depois, leio na primeria página do Terra: Farrah Fawcett internada.

Dois minutos depois: Piora estado de saúde de Farrah Fawcett

E...: Morre a eterna pantera Farrah Fawcett.

Quando começava a ensaiar escrever alguma coisa sobre, meu telefone toca e a voz da minha mãe é quem diz: "O Maico Jaqueson bateu as botas!". Juro, desse jeito. E eu: "como assim?! o Michael Jackson??". Minha mãe: "Ele mesmo. Mârreu.".

Impossível não passar por um estado de coisas depois dessas informações. Afinal, mais do que "stars", eles eram dois de muitos símbolos de uma era, toda ela feita de (re)descobertas, provocações e conquistas. Os anos 70 foram a preparação para o fim. Calma, explico. Os 80 repecurtiram as conquitas das décadas anteriores, e quando pensávamos que chegaríamos ao auge de nossa capacidade natural, fomos novamente sufocados não pelo proibido e indigesto socialmente, mas pelo medo. Medo da morte, da doença. E o fanatismo que se criou em torno do que não sabíamos, nos fez regressar ao mais primitivo dos comportamentos: o fanatismo. Medo da morte e do fanatismo, da falta de tolerância, de paciência, do discurso, da filosofia, do auto-conhecimento.

Enfim. Sem delongas, ainda há viventes e sobreviventes de um tempo mágico. Quando Farrah Fawcett e Michael Jackson partiram, no mesmo dia, não pude deixar de pensar em tantos outros que um dia também irão: Barbra Streisand e Kris Kristopherson, as outras duas Panteras, o John-Boy dos Waltons, Tom Jones, O Agente 86, e tantos outros sessentões esquecidos. Fora os quarentões e cinquentões que já estão dando manutenção, como MIchael J. Fox e o primeiro Luke Skywalker...

Vamos lembrar dos que não estão na mídia, vamos reviver as emoções. Será qjue ninguém questionou porque joguinhos de memória fazem tanto sucesso por aqui? Que e-mails lembrando de brinquedos e produtos do passado continuam bombando? O que buscamos resgatar? Não é possível que o façamos, de fato?

Me senti no princípio do fim de uma era. Acho que não teremos mais nenhum pop star como Michael, nem ídolos como Beatles ou Elvis. Conforme eles vão morrendo, morre junto um pedaço de história muito, mas muito particular, que os tempos cibernético-internáuticos-nano-tecnológicos de hoje em dia não compreendem.

Acho que é por isso que este blog passou a existir. E por isso que também tenho orkut, twitter... pra ficar mandando recados dessa época. Minha geração viu tudo. É pré-computador e consumismo exacerbado, e isso não tem preço. Precisamos deixar registrado o que nos lembramos, o que fomos, o que vivemos para quem se interessar. Cada um de nós é um livro repleto de histórias e figuras. Espero não decepcionar leitores. Corresponder à minha expectativa, no mínimo.

I'll be back.

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