terça-feira, 3 de abril de 2012

VIDAS CRUZADAS - ATUALIZADO (e quase revisado)

Tenho tanto a falar sobre esses filmes, sobre a presença de Sissy Spacek em todos,  o impacto que deveria durar em nós, mas está tããão tarde... Voltarei e mudarei este post, só não queria deixar passar. Se não escrevo, não volto. Se não volto, não mudo. Assistam todos os 3 filmes. São referências. E um deles ainda foi co-dirigido por Cher. Desculpem os erros de digitação. Meus dedos estão mais leves que o teclado. Acho que definitivamente aprendi que não é mais preciso força para imprimir um pensamento, como na época das máquinas regmington. 

Cena do filme "Vidas Cruzadas" (The Help)

Hoje assisti "Vidas Cruzadas". Muito bom. Me veio à memória outro filme, também com Sissy Spacek no elenco: "Uma História Americana", sobre a greve que os negros fizeram, recusando-se a usar ônibus que os segregavam nos bancos de trás. Todas as empregadas e trabalhadores negros iam à pé. Quilômetros e quilômetros até o trabalho... igualmente emocionante, de 1990. Sissy Spacek - guardadas as devidas - foi a Emma Stone da história. Ainda bem que existem e existirão pessoas como nós.


Mas, antes, vamos começar com a nossa própria história. Por favor, quem lembrar de alguma mulher abolicionista, ou desprovida de preconceito que não seja em causa própria, de nacionaidade brasileira, levanta o mouse. Estou buscando, porque certamente temos. E temos muitas. Mas como acredita minha teoria persecurtória que assegurou durante anos que fôssemos massa de manobra inter e nacinalmente  (cá entre nós, falemos baixinho, ainda acho que somos).  Mais ainda, vamos falar de nossos heróis? Quem são nossos heróis? Parece que essa editoria foi inaugurada depois de Garrincha e Pelé, não, talvez antes, com João Emanuel Fangio...  brasileiro? Estou aqui desprovida de pesquisas e sem googar nada, desculpem se a ignorância vem visitar vez em quando e se os dedos estão mais leves que o teclado, comendo letras e palavras. Estou só e quero assim: verborrágica. Feio, né? Vou corrigir com o tempo, mas hoje, não.
Todos os nossos heróis que lembro, vem do século XX. 
Esses filmes americanos que falam sobre a luta da mulher negra, da mulher pelo seu direito ao que fazer com o próprio corpo, vem de uma longa, longa jornada. Da conquista da américa, da escravidão mais do que definida e aceita. Eram brancos e negros, cada um na sua área, no seu banheiro, no seu lugar no ônibus. Nos comovemos com isso sem termos passado por isso... Mestres que me ensinaram a pensar, por favor, dêem-me uma luz e digam que a Marquesa de Santos foi mais que uma amante de Imperador, que Xica da Silva foi uma negra que encarou os brancos agindo como... branca. Que Dona Beija era uma mulher à frente do seu tempo,mas nem tanto preocupada consigo. Nossas batalhadoras foram as atrizes, as dançarinas do Cassino da URCA, as vedetes, as mulheres que ousaram dominar os homens, aquelas que na carteira de trabalho tinham que ler profissão: "Puta". As operárias que ganhavam (e ganham) menos que os homens e que, embora hoje os jornais estampem como novidade que a mulher é o provedor da casa, já era assim há muito tempo. Profissão: "puta". Existe horror maior que esse? Existe, o homem é capaz do inimaginável até para mentes brilhantes como Stephen King, que também nos é distante. Nossos suspenses tem outro aprouch, outra pegada... Mulher nenhuma tem a vida fácil. Pode até com o tempo, conquistar uma, ou nascer numa, mas não o tempo todo. Diferenças hormonais, biológicas, herança genética... enfim. Com relação aos americanos, é tudo tão bonito nesses filmes. A luta pela liberdade é tão engrandecedora. Dá orgulho do que não somos, mas do que eles são ou do que pensamos que somos.
É tão chato ficar comparando com a nossa história. Nossa história é tão... tão... tão doida! Tão miscigenada. É preciso estudar mais, as escolas precisam ensinar mais, nossas crianças precisam saber mais sobre nós, sobre de onde viemos, como nos "libertamos", como nos transformamos no que somos para termos orgulho de sermos quem somos. Saber a historia das nossas operárias, das escravas - não apenas as que viraram santas e milagrosas, mas as que de alguma forma também se rebelaram contra o sofrimento e seu estado. Me recuso a aceitar que elas, brasieliras, não tenham existido. E não há quase registro sobre as nossas anônimas famosas que, de uma forma ou outra, ajudaram a mudar esse país, ou a melhorar a sua vida. Temos que nos orgulhar como povo que somos, não ter vergonha de politíticos corruptos ou Imperadores que pararam no meio do caminho por conta de uma dor de barriga. Precisamos nos orgulhar de ser brasileiros pela nossa história. Por uma história ainda escondida, história feita pelo povo, por anônimos, batalhadores, guerreiros, como guerreiras foram essas mulheres destes filmes americanos. Existem sim  brasileiros assim. Existem heróis, existem Palmirinhas aos montes escondidas no que pensam ser a insignificância da pobreza. Vamos procurá-los, achá-los, contar suas histórias. É disso que precisamos. Eu, reconheço, preciso estudar mais sobre o que lancei agora, e é um compromisso. Um novo post virá. E este veio inspirado em histórias maravilhosas que aconteceram lá na América do Norte, e que bem poderiam - e devem ter - acontecido nesta América do Sul. Assistam para ter vontade de conhecer nossa verdadeira história. Assistam, vale a pena.
"Uma História Americana"
Os negros americanos se recusam a pegar ônibus enquanto fossem segregados na parte de trás, entre outras humilhações. Trabalhadores e trabalhadoras caminhavam horas, quilômetros, chegavam com os pés em frangalhos para um dia longo de trabalho ainda semi-escravo. Sissy Spaceck, patroa compadecida, vai escondida da família buscar sua empregada, Whoopi Goldberg, de madrugada.

E falando em mulheres de coragem, descobri que um dos filmes que mais me impressionou nessa editoria, foi co dirigido por ninguém mais ninguém menos que Cher. Só podia:
 O Preço de uma Escolha (a história de três mulheres - Demi Moore, Sissy Spacek e Anne Heche - que vivem na mesma casa em Chicago, mas com 22 anos de diferença entre si. todas terão que lidar com a gravidez indesejada, de acordo com os parâmetros de cada época. excelente telefilme da HBO, co-dirigido por Cher e Nancy Savoca)


1 comentários:

Carmen Farão disse...

Eu tenho um livro aqui: "Dicionário das Mulheres Brasileiras", vou procurar e postar histórias conforme a possibilidade! Ótimo!

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