segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Competitividade Destrutiva

Qual é o problema com o Miojo? De madrugada vai muito bem, com um pouco de requeijão e parmesão ralado, fica uma coisa. Também com um ovinho frito com as bordas crocantes e a gema mole com uma leve pitada de sal. Se tiver roquefort na geladeira, ou brie, até Miojo tem seus dias de glória.

Por quê rejeitar o prático miojo e passar horas fazendo massa caseira, cortando, cozinhando? São duas situações diferentes. Uma é um ritual, uma reunião da tribo em volta do caldeirão de água fervente, recebendo tiras e mais tiras das mãos enfarinhadas daquelas que começaram nos primeiros raios da manhã à bater a massa. Delicioso. Maravilhoso. Único. Como fazer cerveja artesanal, um barato.

Mas continuo com a interrogação: qual é o problema com o Miojo?

Como em Eclesiastes, tudo tem seu tempo. E comparar uma massa artesanal com o macarrão instantâneo é covardia.

A competitividade absurda do "eu sou necessário", ou "eu sou imprescindível", só não é mais ridícula porque é nefasta. Vibra para que as coisas dêem errado, para que o competidor nato entre com a solução e um sorriso rasgado, como se realmente fosse imprescindível. Que bom que está lá para fazer as coisas, mas se não estivesse, que bom também. Pra tudo tem um jeito. Só não suporto mau-agouro, energia nebulosa, a espera do ruim em detrimento do bom para alimentar o ego infantil de quem precisa deter o controle de qualquer situação.

Eu sou imprescindível para mim mesma, para que seja melhor para quem amo e também para quem não amo, para que não ma atinjam.

Já falei que cansei de ser compreensiva? Então. Como diz a musiquinha da jovem guarda, regravada por Caetano: "(...) E pra começar eu só vou gostar de quem gosta de mim", djiubi-djiuba...

Sai pra lá, mau-agouro! Como no filme "Liberdade para as Borboletas", a mãe do lindo (suspiros!) que é cego de nascença e resolve morar sozinho, escreve livro para crianças onde sempre deixa a lição de moral: O pior cego é aquele que não quer ver. O pior surdo é aquele que não quer ouvir, o pior mudo é aquele que não quer falar, o pior aleijado é aquele que não quer andar.

Eu quero ver, falar, ouvir, dançar, e o que mais puder.
Não mexe no meu Miojo!

Feliz navidad!

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