domingo, 28 de junho de 2015

É ÁGUA NO MAR! É MARÉ CHEIA, ÔI


E aí, tomou?
Tomou..., tomou bonito, né?
Acreditou que ia chorar de emoção e acabou em cântaros de dor, né?
Pensou que ia ter uma mão forte quando esmorecesse e o que veio foi um pé na bunda, né?
Confiou que o amor tudo compreende e perdoa e levou um par de chifres, né?
Achou que amigos em comum eram amigos seus e se viu do lado de lá da cerca, né?
Contou com a ética e se manteve discreta e viu sua vida todinha exposta até para o porteiro do prédio, né?
Falou o que não devia e ouviu cem vezes mais coisas piores.

Tomou... Saiba que sua história é muito, muito comum. Você que acreditava ser diferente, ter encontrado seu par nessa mesmice, de repente se dá conta que o seu par É a mesmice. Bonitinho, mas ordinário.

Claro que dói.
Mesmo porque a intensão do outro nunca foi lhe prejudicar, mas sobrepujar-se aos seus encantos, ser maior e melhor do que você, não permitir que sua estrela brilhasse mais. Ele(a) não tem culpa. Foi educado assim. Incensado como o salvador da família. Aquele que foi educado(a) a fazer tudo pelo seu "sangue" (essa dramaticidade me cansa de um tanto!).

Freud explica muito bem e bem simplesinho essa parte. Qualquer um entenderá.
Mas, voltemos: sua história é comum meu amigo, minha amiga, nesse desencontro que é a vida moderna, cheia de carências e necessidade de muletas sócio-emocionais. Mais comum do que se imagina. Alguns matam, outros morrem, outros murcham, outros arranjam um par de pernas e bocas para um cineminha, um chopinho ou outra coisa, e todas as juras de amor, você percebe, eram apenas palavras que poderiam até ter significado naquele momento.

Quem mandou acreditar?
Muito comum. E se você sofreu, a responsabilidade é toda sua. Quem mandou acreditar? Ah-rá! Eis a maior crueldade de todas! Quem-mandou-você-acreditar? Catzo.... o mundo todo mandou você acreditar. Seus pais, irmãos, amigos, os filmes, os livros, a sociedade, a faculdade, a pizza, a breja, o uísque. O mesmo mundo que é um moinho da esplêndida canção. Vai triturar seus sonhos, meu bem. Viu a vida? É assim mesmo. Né fácil, não. Pra quem pensa, pra quem vive intensamente, quer amar e ser amado de verdade, nãm...

A opção pela felicidade é sua. Suas escolhas, a poeira que vai sacudir, a volta por cima.
Alguns têm a sorte de um amor tranquilo, e é neles que nos espelhamos, achando que comum é a história deles. Não é, não. Eles são raros, e como tais, devem ser respeitados grau dez. Lindos, nos enchem de esperança. Adoro casais bonitos que se dão bem, curtem a família, filhos e amigos. Conheço vários e a-mo estar ao lado deles. São inspiradores, sinceros, sorridentes, positivos, parceiros, se defendem e se respeitam. É lindo!

A partir do momento em que uma pessoa passa a tomar atitudes avessas ao que sempre partilhou com você, é ululante que ela nunca foi o que partilhou com você.
E tudo aquilo que você acreditou desvanece. E é esse o baque maior.

Não a perda, a separação, o final. Mas o engano, o tempo investido em vão. Perceber que cavou um buraco para chegar ao Japão porque o outro lhe dizia que era possível.
Mentiras feiosas, grotescas, da menorzinha a grande palavra que te destruía.

Quando você é crente e de boa vontade, a coisa ferra de vez. Aí você se pega cantando uma canção e lembra de uma situação. Pára e percebe: vixi... não era nada daquilo....
Eu achando que, e era qual. Agora eu sei! Que feio, tsc-tsc...  (aí a auto punição católica) E como pude acreditar por tanto tempo? (aí a redenção Yunguiana). Porque quis. Ou, "isso eu não sei, só sei que foi assim, Chicó".

Esse é o baque, compreenda: realizar que viveu numa e uma mentira os melhores anos de sua vida. A favor do outro na esperança de quê? O outro não lhe fez nada, na verdade. Ele não fez. Você acreditou porque quis, escolheu porque quis. Ele ou ela fez o que sabe fazer e continuará fazendo, uai!

Cabe a quem percebe, ser magnânimo e perdoar. Assim fica fácil, alivia o outro que segue enganando aos outros e a si mesmo. E eu digo, finalmente: e daí? Não é mais problema meu nem seu. É dos futuros enganados, dos amigos eternos nos momentos felizes. Dos que se convencem que crocodilos choram de tristeza. E se eles forem felizes assim, o que importa? Melhor!

Quanto mais gente feliz em volta, melhor, acredite!
Apesar do aparente amargor desta postagem, o alívio é imensamente maior. Indescritível olhar de longe uma história que já não lhe pertence e perceber que finalmente não faz mais parte de sua vida. Maravilha.

Então, amigos e amigas em situação parecida, relaxem. Deus é o Tempo que tudo descortina, mostra. Querer ser uma pessoa não o torna essa pessoa. Tomar uma distância dos fatos e enxergá-los como são ou foram, é um processo de amadurecimento.

A maior glória é aprender, perdoar. E reconhecer que tudo foi válido. Tirar lições de mentiras recolhidas ao longo do tempo. Não se revoltar. Não é mais seu, não lhe pertence! A sorte está nas mãos do outro ou outra pelo tempo que o obsessor julgar pertinente, porque o timão da história está sempre em suas mãos, já que consegue persuadir como ninguém. Graças ao Tempo, não lhe pertence mais. Leu direitinho? Não lhe pertence. E nunca lhe pertenceu.
Como acredito que toda vivência tem um propósito e aprendizado, minha biblioteca emocional está lotada. Vivi muito, me decepcionei imensamente, mas, olha... to tamanho de não sei o quê. Enormemente. O Tempo, meu deus, me doou experiências incríveis em quase todos as editorias da vida. Quase todas.

O que me pesava, desapareceu. O que me assaltava, sumiu. O que me humihava, acabou. O que me adoecia, curou-se.

Acredite. A vida é uma delícia quando você conhece a si mesmo, ainda que só um pouquinho. Uma delícia quando revê seus verdadeiros amigos que deixou pra trás, os hábitos que nunca foram incentivados.

Ai, chega de vitimização... essa sociedade já não ta muito assoberbada com isso, não?
Por isso postei outro dia no FB sobre a canção "Fera Ferida". Peguei um bode dessa música vitimizante, credo!

A vida e os falsos amores não têm dó nem piedade do seu momento, mon coeur.
Por isso, viva. Viva o que puder. Não prejudique o outro, não se prejudique.

Tenha coragem e seja bondoso. O resto vem.

Desabrocha!

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