quarta-feira, 3 de março de 2010

NÓS E OS OUTROS

Introspecção total. Um tórrido encontro entre Eu e Eu Mesma onde não há espaço para nada que não esteja relacionado com esse romance. Romance que começa tímido como todas as histórias de amor, na expectativa e dúvida. Dúvida se voltará a ser paixão ou se deixará de ser amor. Um encontro recente, esse, que me deixou mais alta, com a espinha ereta, a mente quieta e o coração tranquilo.

Temos conversado muito Eu e Eu Mesma, muito. Ouvimos músicas juntas lembrando de tempos bons e sensações agradáveis. Assistimos filmes sem a necessidade de que amados também os vejam para estabelecer sintonia. Eu e Eu Mesma estamos mais sintonizadas do que Eu e os Outros. Eu gosto de partilhar, nasci para dividir. Eu Mesma recebe as partes com empolgação de uma adolescente. Eu, do alto de minha seriedade, acho bonito. Sorrio com suas gargalhadas e me satisfaço em satisfazê-la.

Temos descoberto muitas coisas, Eu e Eu Mesma. Algumas não tão bacanas, outras fantásticas. Eu tento controlar a ansiedade de Eu Mesma, apesar de me divertir muito com isso. Eu Mesma procura abrir os meus olhos contra uma bíblia de regras e convenções, mostrando-me quando usar da etiqueta social e do politicamente correto. Eu gosto de Eu Mesma. Ela me faz bem.

Eu preciso emagrecer, Eu Mesma dá a maior força, mas come um biscoito recheado de vez em quando.

Eu Mesma não aguenta esperar o cabelo crescer para cortar de novo, Eu insisto para que espere mais uns meses por um corte bonito e moderno.

Eu não consigo dormir. Eu Mesma também não. Temos um problema aí.

Eu voltei a ler todas as noites. Eu Mesma quer voltar a tocar violão todos os dias.

Eu estou entristecendo. Eu Mesma me enche de alegria.

Nós estamos aprendendo.

Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.
(William Shakespeare)

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