De onde vem a necessidade tanta definição?!Vou psicologar à vontade: deve vir da mesma necessidade que a gente tem de dar nome ao carro, à planta, ao computador, ao enfeite da janela...
Vi uma matéria no Jornal da Globo, se não me engano, e fiquei passada.
As traduções para mal-educados, tubarões, experientes, agressivos, generosos, dedicados são um dicionário!
Pra mim, pelo menos através da reportagem, ficou claro que o "Y" é um arrogante ansioso, pretensioso que sai da faculdade achando que tudo sabe e que não precisa de ninguém, que ele vai aprender sozinho. Na matéria diz que o "Y" vive mudando de emprego porque se aborrece fácil com a função, regras, pessoas. Ou seja: um egocêntrico que de bom para a empresa só tem uma coisa: a novidade. O cara sabe de tudo que é novo, o que toca na balada, o que é sucesso, os termos de marketing da moda, a pessoa da moda... Mas, peralá, já não tinha gente assim no século passado? E no retrasado? O computador e/ou internet "promoveram" arrogância à uma "geração"? Porque não atualizar o povo que ta lá dando glóbulos vermelhos para o crescimento do estabelecimento? Uma vez por mês todos na balada numa sexta-feira ao invés de ficar ouvindo o que aconteceu, quem deu "brecha" ou receber uma foto tirada de celular mandada pra todo o mundo com a finalidade de expor seja lá quem for só porque é divertido.
Já pensou na segunda o tema da reunião? "observações acerca da balada", fofocas, risos, desopilamento e, principalmente, desabituar as pessoas a pensar com o fígado e voltar a pensar com... o coração? (mezza-mezza: coração e razão fazem bem ao empreendedor).
Acho que ficou claro que a definição que mais me chocou foi essa tal de "Geração Y" (young? yougnorante? me, myself and I youngs 4 ever?). Pra mim, esse comportamento não é corporativo, é questão de educação familiar.
Aí vem os "coitados" dos "X". Igualmente jovens, talensosos, com uns 30 ou mais, que já alcançaram alguma coisa na vida, posição, cargos e todo o resto, que além de brigar com tudo e com todos para manter sua posição - principalmente com tempo que passa (e o medo dos "enta"? de ficar "velho"? "ultrapassado"? ser definido, enfim?) - tem que lidar com os "Y" indisciplinados. O "X", também segundo a matéria, aposta na carreira, na empresa, no conhecimento. Não só em sí e em sua juventude como os Youngfuckers... (desculpem, não resisti). Me pareceram mais "nerds", mais fiéis e mais neuróticos. Eles precisam dos "Y" e de todo o resto do gametário para se manter na posição e perde mais tempo no embate do "quem manda aqui sou eu", "quem sabe fazer isso sou eu" ou "quem está sendo pago pra fazer isso sou eu" do que pensando no que pode colaborar para a empresa, por exemplo. Segundo a matéria e minha percepção, é o "Y" no futuro que não absorveu o suficiente para deixar de ser "X" e precisar provar que é merecedor do que conquistou.
What about us? Baby Boomers?
De onde vem essa coisa de "baby boomer"? Aquele pessoal norte-americano que nasceu depois da segunda guerra? Dos filhos de combatentes que voltaram cheios de gás e espermatozóides pra casa?
Minha mãe sempre foi dona de casa e meu pai bancário, não sou boomer de nada, no entanto estou nesta categoria: mais de quarenta, experiente, com muito o que ponderar e ensinar a todos os gametas mas que deve se aquietar diante de tanta ebulição hormonal. Ou adiante, já que temos (por experiência) a capacidade de "pre(ca)ver" o próximo passo a ser dado. Ficar quieto até ser solicitado. Para que os tubarõezinhos não cometam erros, recorrem à experiência dos babies.
Vou resumir: a matéria prega que o ambiente ideal de trabalho é aquele em que todo o dicionário - inclusive o inglês/português - vivam em paz e harmonia.
Ah, vá!
Depois de tudo? Depois de convencer os telespectadores, ouvintes e futuros profissionais que o bom é mudar sempre de emprego, pra depois investir numa carreira na mesma empresa, e aí, se tiver sorte, permanecer num cargo de consultor - ainda que chefiado por um X ou Y?
Gente, que matéria foi essa?
De quem foi a necessidade psicológica de partilhar essas definições que o pessoal do marketing faz tão bem (e os bons riem de sí mesmos!) ?
Não estou ofendida por estar na categoria "consultora experiente pronta para ser ativada assim que necessário" Porque sou um pouco de cada e nenhuma dessas. Menos o Y. (não adianta que esse Y não vai rolar pra mim...). Eu sou eu, sou profissional, criativa, ativa, agitada, inquieta, questionadora, curiosa, nem um pouco insegura mas com muitos frios na barriga típicos de novas experiências e desafios.
Eu não gosto é de definições, bolas pretas enooormes de chumbo acorrentadas nos meus pés dificultando a trajetória que TEM QUE SER natural.
Entre X, Y e B's, acho que foi um "W" que deixou uma das frases mais impactantes pra essa e todas as organizações sociais que vierem: Wilde, Oscar Wilde.
DEFINIR É LIMITAR.
E olha que Wilde era um mestre no egoísmo, na minha modesta.
Vamo pará? (ou quem sabe, CONSISTIR?)
0 comentários:
Postar um comentário